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Ferrogrão: Novos estudos apresentam falhas e preocupam especialistas
20/03/2025
Fonte: Mundo Logítica - https://mundologistica.com.br/noticias/ferrograo-novos-estudos-apresentam-falhas
Ferrogrão: Novos estudos apresentam falhas e preocupam especialistas
Pesquisadores da USP e da UFMG alegam que projeto não considera adequadamente impactos cumulativos
Publicado em 20/03/2025 - por Christian Presa
Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em parceria com especialistas do Observatório do Clima e do Instituto Socioambiental, apontaram falhas e lacunas nos novos estudos realizados para analisar a viabilidade técnica, econômica e ambiental (EVTEA) da Ferrogrão. A ferrovia é um projeto para ligar Mato Grosso ao Pará, transportando cargas do agronegócio.
De acordo com uma publicação da Folha de S. Paulo, o parecer técnico expõe graves problemas nos documentos "Balanço de Emissões" e "Caderno Socioambiental" do projeto. O estudo critica que o EVTEA não considera adequadamente impactos cumulativos, ignorando efeitos combinados de outros empreendimentos na região, como rodovias e projetos logísticos.
Segundo o estudo, isso leva a uma subestimação dos reais impactos ambientais, incluindo o risco de "indução ao desmatamento", facilitando a expansão agrícola sobre áreas florestais na Amazônia.
Conforme dados do MapBiomas, mais de 136 mil hectares de floresta foram convertidos em soja na área de influência da Ferrogrão entre 2012 e 2023. Apesar de o EVTEA reconhecer potencial desmatamento legal de cerca de 500 mil hectares, o estudo não avalia adequadamente o desmatamento indireto e induzido. Os especialistas também alertaram para riscos envolvendo povos indígenas, incluindo grupos isolados voluntariamente.
Um segundo parecer técnico, elaborado por integrantes de ONGs e universidades federais no Pará, reforçou o alerta sobre ampliação de desmatamento e grilagem. Ambos os pareceres recomendaram a suspensão do licenciamento da Ferrogrão até que seja feita uma Avaliação Ambiental Estratégica (AAE), abrangendo toda a região entre os rios Xingu e Tapajós, e solicitam maior engajamento da sociedade civil.
O Ministério dos Transportes afirmou à Folha que analisará os estudos e que mantém canais de comunicação abertos com a sociedade civil. Já o secretário especial do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), Marcus Cavalcanti, declarou que, apesar da inclusão do projeto no Novo PAC, provavelmente a licitação da Ferrogrão ficará para o próximo ciclo de concessões devido à complexidade do empreendimento.
TRANSPORTE FERROVIÁRIO AVANÇA, MAS ENFRENTA DESAFIOS ESTRUTURAIS
Em paralelo à questão da Ferrogrão, o transporte ferroviário brasileiro tem recebido investimentos bilionários tanto do governo quanto da iniciativa privada, visando eficiência e sustentabilidade logística, conforme publicado pela MundoLogística. Um exemplo é a ampliação do Tramo Norte da Ferrovia Norte-Sul, ligando Açailândia (MA) ao Porto de Vila do Conde (PA).
Além disso, mudanças regulatórias que permitem maior concorrência, como o direito de passagem nos trilhos, estão sendo discutidas para reduzir o monopólio operacional de concessionárias. Mas, apesar desses avanços, especialistas ressaltaram que desafios estruturais permanecem.
https://mundologistica.com.br/noticias/ferrograo-novos-estudos-apresentam-falhas
Pesquisadores da USP e da UFMG alegam que projeto não considera adequadamente impactos cumulativos
Publicado em 20/03/2025 - por Christian Presa
Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em parceria com especialistas do Observatório do Clima e do Instituto Socioambiental, apontaram falhas e lacunas nos novos estudos realizados para analisar a viabilidade técnica, econômica e ambiental (EVTEA) da Ferrogrão. A ferrovia é um projeto para ligar Mato Grosso ao Pará, transportando cargas do agronegócio.
De acordo com uma publicação da Folha de S. Paulo, o parecer técnico expõe graves problemas nos documentos "Balanço de Emissões" e "Caderno Socioambiental" do projeto. O estudo critica que o EVTEA não considera adequadamente impactos cumulativos, ignorando efeitos combinados de outros empreendimentos na região, como rodovias e projetos logísticos.
Segundo o estudo, isso leva a uma subestimação dos reais impactos ambientais, incluindo o risco de "indução ao desmatamento", facilitando a expansão agrícola sobre áreas florestais na Amazônia.
Conforme dados do MapBiomas, mais de 136 mil hectares de floresta foram convertidos em soja na área de influência da Ferrogrão entre 2012 e 2023. Apesar de o EVTEA reconhecer potencial desmatamento legal de cerca de 500 mil hectares, o estudo não avalia adequadamente o desmatamento indireto e induzido. Os especialistas também alertaram para riscos envolvendo povos indígenas, incluindo grupos isolados voluntariamente.
Um segundo parecer técnico, elaborado por integrantes de ONGs e universidades federais no Pará, reforçou o alerta sobre ampliação de desmatamento e grilagem. Ambos os pareceres recomendaram a suspensão do licenciamento da Ferrogrão até que seja feita uma Avaliação Ambiental Estratégica (AAE), abrangendo toda a região entre os rios Xingu e Tapajós, e solicitam maior engajamento da sociedade civil.
O Ministério dos Transportes afirmou à Folha que analisará os estudos e que mantém canais de comunicação abertos com a sociedade civil. Já o secretário especial do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), Marcus Cavalcanti, declarou que, apesar da inclusão do projeto no Novo PAC, provavelmente a licitação da Ferrogrão ficará para o próximo ciclo de concessões devido à complexidade do empreendimento.
TRANSPORTE FERROVIÁRIO AVANÇA, MAS ENFRENTA DESAFIOS ESTRUTURAIS
Em paralelo à questão da Ferrogrão, o transporte ferroviário brasileiro tem recebido investimentos bilionários tanto do governo quanto da iniciativa privada, visando eficiência e sustentabilidade logística, conforme publicado pela MundoLogística. Um exemplo é a ampliação do Tramo Norte da Ferrovia Norte-Sul, ligando Açailândia (MA) ao Porto de Vila do Conde (PA).
Além disso, mudanças regulatórias que permitem maior concorrência, como o direito de passagem nos trilhos, estão sendo discutidas para reduzir o monopólio operacional de concessionárias. Mas, apesar desses avanços, especialistas ressaltaram que desafios estruturais permanecem.
https://mundologistica.com.br/noticias/ferrograo-novos-estudos-apresentam-falhas
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