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Caminhão arrasta bloqueio feito por indígenas Munduruku na BR-230, no Pará
29/03/2025
Autor: Juliana Bessa, Thaís Neves
Fonte: G1 -g1.globo.com
Caminhão arrasta bloqueio feito por indígenas Munduruku na BR-230, no Pará
5-6 minutos
Lideranças e representantes da manifestação, que ocorre desde a última terça-feira (25), filmaram o momento em que o veículo passa pelo trecho interditado de forma lenta e arrasta os troncos de madeira colocados no local.
De acordo com a equipe da PRF que está no local, o caminhão apresentou "falhas no sistema de freio". Os agentes informaram que o caminhoneiro ultrapassou o primeiro bloqueio na rodovia, mas conseguiu parar antes de atingir o segundo ponto de retenção e não seguiu viagem.
Momento em que carreta arrasta troncos que bloqueavam trecho da BR-230, no interior do Pará. - Foto: Frank Akay Munduruku
Momento em que carreta arrasta troncos que bloqueavam trecho da BR-230, no interior do Pará. - Foto: Frank Akay Munduruku
O bloqueio foi retomado às 10h pelos indígenas, como ordena a Justiça, que solicitou a interdição no trecho em horários específicos ao longo do dia para minimizar os impactos no fluxo rodoviário.
Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), os agentes não estavam no local durante os ataques de quinta (27), porque a via tinha sido liberada às 18h daquele dia. Os indígenas continuaram às margens da rodovia, em acampamento.
Como ocorreram os ataques, segundo os indígenas:
às 18h de quinta (27) a via foi liberada, e os agentes deixaram o local;
duas horas depois, às 20h, ocorreu o primeiro ataque. Um caminhoneiro efetuou três disparos contra o acampamento
e às 21h, ocorreu o segundo ataque. Um outro caminhoneiro atirou uma vez contra os manifestantes.
Já na manhã, às 6h, os indígenas voltaram a interditar a pista e carretas furaram o bloqueio. Os veículos passaram pelas barricadas e destruíram parte dos equipamentos usados para alimentação e abrigo.
que acompanha o caso. Uma audiência de conciliação foi marcada pela Justiça para o dia três de abril entre os manifestantes e a concessionária da rodovia, que entrou com um pedido judicial para a desobstrução da pista.
A PRF foi novamente acionada para o local da manifestação. Segundo a corporação, não há rota alternativa viável por causa das fortes chuvas na região.
Sobre os ataques e o furo do bloqueio na pista, o g1 questionou a Secretaria de Segurança Pública (Segup) se haverá investigação pela Polícia do Pará, mas ainda não obteve resposta.
Manifestação contra o Marco Temporal
A mobilização dos Munduruku começou na última terça-feira (25), no km 1104 da BR-230. Neste trecho há uma sobreposição com a BR-163.
Eles pedem a revogação da Lei 14.701/2023, que trata do reconhecimento, da demarcação, do uso e gestão das terras indígenas.
A lei estabelece que os povos indígenas só têm direito às terras que ocupavam em 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição. Há, também, em algumas disposições da Lei 14.701, uma fragilização do direito de consulta aos povos indígenas.
"O protesto é pacífico e inclui mulheres, gestantes, idosos e crianças. Os manifestantes relatam terem sido ameaçados e agredidos por motoristas, sem intervenção das forças de segurança", apontou o Ministério Público Federal (MPF).
MPF recorre contra reintegração
O Ministério Público Federal (MPF) divulgou nesta sexta-feira (28) que recorreu contra a decisão judicial que determinou a reintegração de posse da BR-230. O MPF argumentou que a decisão não considera a necessidade de um "diálogo interétnico e intercultural previsto em resoluções do Conselho Nacional de Justiça (CNJ)".
A instituição indicou, também, que poder haver repressão ou violência contra os manifestantes indígenas, já que a decisão autoriza o uso de força policial, ainda que contida.
O MPF disse que está em contato permanente com a Polícia Rodoviária Federal (PRF) para cobrar que sejam tomadas todas as medidas possíveis para evitar agressões e violências.
https://g1.globo.com/pa/para/noticia/2025/03/29/caminhao-arrasta-bloqueio-feito-por-manifestantes-indigenas-munduruku-na-br-230-no-para.ghtml
5-6 minutos
Lideranças e representantes da manifestação, que ocorre desde a última terça-feira (25), filmaram o momento em que o veículo passa pelo trecho interditado de forma lenta e arrasta os troncos de madeira colocados no local.
De acordo com a equipe da PRF que está no local, o caminhão apresentou "falhas no sistema de freio". Os agentes informaram que o caminhoneiro ultrapassou o primeiro bloqueio na rodovia, mas conseguiu parar antes de atingir o segundo ponto de retenção e não seguiu viagem.
Momento em que carreta arrasta troncos que bloqueavam trecho da BR-230, no interior do Pará. - Foto: Frank Akay Munduruku
Momento em que carreta arrasta troncos que bloqueavam trecho da BR-230, no interior do Pará. - Foto: Frank Akay Munduruku
O bloqueio foi retomado às 10h pelos indígenas, como ordena a Justiça, que solicitou a interdição no trecho em horários específicos ao longo do dia para minimizar os impactos no fluxo rodoviário.
Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), os agentes não estavam no local durante os ataques de quinta (27), porque a via tinha sido liberada às 18h daquele dia. Os indígenas continuaram às margens da rodovia, em acampamento.
Como ocorreram os ataques, segundo os indígenas:
às 18h de quinta (27) a via foi liberada, e os agentes deixaram o local;
duas horas depois, às 20h, ocorreu o primeiro ataque. Um caminhoneiro efetuou três disparos contra o acampamento
e às 21h, ocorreu o segundo ataque. Um outro caminhoneiro atirou uma vez contra os manifestantes.
Já na manhã, às 6h, os indígenas voltaram a interditar a pista e carretas furaram o bloqueio. Os veículos passaram pelas barricadas e destruíram parte dos equipamentos usados para alimentação e abrigo.
que acompanha o caso. Uma audiência de conciliação foi marcada pela Justiça para o dia três de abril entre os manifestantes e a concessionária da rodovia, que entrou com um pedido judicial para a desobstrução da pista.
A PRF foi novamente acionada para o local da manifestação. Segundo a corporação, não há rota alternativa viável por causa das fortes chuvas na região.
Sobre os ataques e o furo do bloqueio na pista, o g1 questionou a Secretaria de Segurança Pública (Segup) se haverá investigação pela Polícia do Pará, mas ainda não obteve resposta.
Manifestação contra o Marco Temporal
A mobilização dos Munduruku começou na última terça-feira (25), no km 1104 da BR-230. Neste trecho há uma sobreposição com a BR-163.
Eles pedem a revogação da Lei 14.701/2023, que trata do reconhecimento, da demarcação, do uso e gestão das terras indígenas.
A lei estabelece que os povos indígenas só têm direito às terras que ocupavam em 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição. Há, também, em algumas disposições da Lei 14.701, uma fragilização do direito de consulta aos povos indígenas.
"O protesto é pacífico e inclui mulheres, gestantes, idosos e crianças. Os manifestantes relatam terem sido ameaçados e agredidos por motoristas, sem intervenção das forças de segurança", apontou o Ministério Público Federal (MPF).
MPF recorre contra reintegração
O Ministério Público Federal (MPF) divulgou nesta sexta-feira (28) que recorreu contra a decisão judicial que determinou a reintegração de posse da BR-230. O MPF argumentou que a decisão não considera a necessidade de um "diálogo interétnico e intercultural previsto em resoluções do Conselho Nacional de Justiça (CNJ)".
A instituição indicou, também, que poder haver repressão ou violência contra os manifestantes indígenas, já que a decisão autoriza o uso de força policial, ainda que contida.
O MPF disse que está em contato permanente com a Polícia Rodoviária Federal (PRF) para cobrar que sejam tomadas todas as medidas possíveis para evitar agressões e violências.
https://g1.globo.com/pa/para/noticia/2025/03/29/caminhao-arrasta-bloqueio-feito-por-manifestantes-indigenas-munduruku-na-br-230-no-para.ghtml
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