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Condição que aumenta risco de seca e incêndios no Pantanal se prolonga em 2025
26/05/2025
Autor: Lucas Mamédio
Fonte: Campo Grande News - campograndenews.com.br
A chamada "Fase Neutra" está, historicamente, associada a secas severas e incêndios de grandes proporções
A permanência da Fase Neutra no Pacífico Equatorial, que é um período prolongado de neutralidade climática, quando não há atuação dos fenômenos El Niño ou La Niña, deve continuar, com 74% de probabilidade, pelo menos até agosto deste ano, conforme o mais recente relatório do Climate Prediction Center (CPC), ligado ao NOAA (Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos). A condição preocupa especialistas por estar historicamente associada a secas severas e incêndios de grandes proporções no Pantanal.
De acordo com a Ecoa (Ecologia e Ação), organização que monitora o bioma estes tendem a coincidir com eventos críticos de estiagem. Um exemplo foi a década de 1960, quando 64% dos meses foram marcados pela Fase Neutra, resultando em uma das maiores secas já registradas. O mesmo padrão se repetiu entre 2019 e 2020, favorecendo incêndios que devastaram grandes áreas do Pantanal.
Condições atuais no Pantanal - Em 2025, o comportamento hidrológico do Pantanal apresenta diferenças em relação aos anos anteriores. Desde dezembro de 2024, a parte Norte do bioma recebeu volumes significativos de chuva, enquanto a região Sul registrou precipitações abaixo da média histórica. Esse cenário começou a se alterar a partir de março, com a retomada das chuvas nas sub-bacias dos rios Miranda, Aquidauana e Taquari, todas localizadas em Mato Grosso do Sul.
As imagens de satélite mais recentes indicam uma redução do estresse hídrico na vegetação, o que diminui, ao menos temporariamente, o risco de incêndios precoces - aqueles que ocorrem antes do auge da estação seca, prevista para julho a setembro. No entanto, o alerta permanece, principalmente devido à tendência de estiagem prolongada associada à Fase Neutra.
O que é a Fase Neutra e por que ela preocupa? - A Fase Neutra caracteriza-se pela estabilidade das temperaturas da superfície do mar no Pacífico Equatorial, sem o aquecimento do El Niño ou o resfriamento do La Niña. Em abril deste ano, os índices ficaram próximos de zero, variando entre -0,2oC e +0,1oC.
Embora à primeira vista possa parecer uma condição de equilíbrio, no contexto do Pantanal essa neutralidade é um fator de preocupação. A Ecoa identificou que, durante esses períodos, há maior propensão a secas intensas, especialmente quando outros fatores, como alterações regionais de precipitação, interferem na dinâmica da bacia do rio Paraguai - a principal responsável por abastecer o bioma.
O relatório do CPC aponta que, entre junho e agosto, a Fase Neutra deverá se manter com alta probabilidade. Entre agosto e outubro, a chance de continuidade ainda é superior a 50%. No entanto, a partir de novembro, cresce a possibilidade de transição para o fenômeno La Niña, com 41% de probabilidade, contra menos de 15% para o El Niño.
La Niña costuma agravar ainda mais as condições de seca no Centro-Oeste brasileiro, podendo impactar diretamente o Pantanal e sua fauna, flora e atividades econômicas, como a pecuária e o turismo ecológico.
Ações de prevenção e monitoramento - Mesmo com a redução pontual do estresse hídrico, instituições como a Ecoa mantêm os esforços de monitoramento e prevenção aos incêndios. A entidade atua em pesquisas sobre os processos climáticos e hidrológicos que afetam a bacia do rio Paraguai, com o objetivo de antecipar cenários e orientar ações preventivas.
As iniciativas contam com a participação de diversos órgãos públicos, entidades ambientais e comunidades locais, que têm papel fundamental na contenção de focos de incêndio e na proteção do bioma.
O impacto dos incêndios e a importância do Pantanal - O Pantanal é a maior planície alagável do planeta e considerado Patrimônio Natural da Humanidade pela Unesco. Nos últimos anos, tem enfrentado sucessivos episódios de incêndios florestais, intensificados por períodos de estiagem prolongada. Em 2020, por exemplo, cerca de 30% da área total do bioma foi atingida pelo fogo.
Além dos prejuízos ambientais, os incêndios afetam diretamente populações tradicionais, como ribeirinhos e indígenas, e comprometem atividades econômicas sustentáveis da região.
Alerta segue ligado - Com a previsão de manutenção da Fase Neutra até, pelo menos, agosto, o risco de agravamento da seca e de novos incêndios no Pantanal permanece elevado. O monitoramento constante das condições climáticas e hidrológicas será determinante para a definição de medidas de prevenção e resposta.
O próximo trimestre será decisivo para saber se o Pantanal enfrentará mais um ciclo de estiagem severa ou se as chuvas recentes conseguirão amenizar os efeitos da Fase Neutra sobre a maior área úmida do mundo.
https://www.campograndenews.com.br/meio-ambiente/condicao-que-aumenta-risco-de-seca-e-incendios-no-pantanal-se-prolonga-em-2025
A permanência da Fase Neutra no Pacífico Equatorial, que é um período prolongado de neutralidade climática, quando não há atuação dos fenômenos El Niño ou La Niña, deve continuar, com 74% de probabilidade, pelo menos até agosto deste ano, conforme o mais recente relatório do Climate Prediction Center (CPC), ligado ao NOAA (Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos). A condição preocupa especialistas por estar historicamente associada a secas severas e incêndios de grandes proporções no Pantanal.
De acordo com a Ecoa (Ecologia e Ação), organização que monitora o bioma estes tendem a coincidir com eventos críticos de estiagem. Um exemplo foi a década de 1960, quando 64% dos meses foram marcados pela Fase Neutra, resultando em uma das maiores secas já registradas. O mesmo padrão se repetiu entre 2019 e 2020, favorecendo incêndios que devastaram grandes áreas do Pantanal.
Condições atuais no Pantanal - Em 2025, o comportamento hidrológico do Pantanal apresenta diferenças em relação aos anos anteriores. Desde dezembro de 2024, a parte Norte do bioma recebeu volumes significativos de chuva, enquanto a região Sul registrou precipitações abaixo da média histórica. Esse cenário começou a se alterar a partir de março, com a retomada das chuvas nas sub-bacias dos rios Miranda, Aquidauana e Taquari, todas localizadas em Mato Grosso do Sul.
As imagens de satélite mais recentes indicam uma redução do estresse hídrico na vegetação, o que diminui, ao menos temporariamente, o risco de incêndios precoces - aqueles que ocorrem antes do auge da estação seca, prevista para julho a setembro. No entanto, o alerta permanece, principalmente devido à tendência de estiagem prolongada associada à Fase Neutra.
O que é a Fase Neutra e por que ela preocupa? - A Fase Neutra caracteriza-se pela estabilidade das temperaturas da superfície do mar no Pacífico Equatorial, sem o aquecimento do El Niño ou o resfriamento do La Niña. Em abril deste ano, os índices ficaram próximos de zero, variando entre -0,2oC e +0,1oC.
Embora à primeira vista possa parecer uma condição de equilíbrio, no contexto do Pantanal essa neutralidade é um fator de preocupação. A Ecoa identificou que, durante esses períodos, há maior propensão a secas intensas, especialmente quando outros fatores, como alterações regionais de precipitação, interferem na dinâmica da bacia do rio Paraguai - a principal responsável por abastecer o bioma.
O relatório do CPC aponta que, entre junho e agosto, a Fase Neutra deverá se manter com alta probabilidade. Entre agosto e outubro, a chance de continuidade ainda é superior a 50%. No entanto, a partir de novembro, cresce a possibilidade de transição para o fenômeno La Niña, com 41% de probabilidade, contra menos de 15% para o El Niño.
La Niña costuma agravar ainda mais as condições de seca no Centro-Oeste brasileiro, podendo impactar diretamente o Pantanal e sua fauna, flora e atividades econômicas, como a pecuária e o turismo ecológico.
Ações de prevenção e monitoramento - Mesmo com a redução pontual do estresse hídrico, instituições como a Ecoa mantêm os esforços de monitoramento e prevenção aos incêndios. A entidade atua em pesquisas sobre os processos climáticos e hidrológicos que afetam a bacia do rio Paraguai, com o objetivo de antecipar cenários e orientar ações preventivas.
As iniciativas contam com a participação de diversos órgãos públicos, entidades ambientais e comunidades locais, que têm papel fundamental na contenção de focos de incêndio e na proteção do bioma.
O impacto dos incêndios e a importância do Pantanal - O Pantanal é a maior planície alagável do planeta e considerado Patrimônio Natural da Humanidade pela Unesco. Nos últimos anos, tem enfrentado sucessivos episódios de incêndios florestais, intensificados por períodos de estiagem prolongada. Em 2020, por exemplo, cerca de 30% da área total do bioma foi atingida pelo fogo.
Além dos prejuízos ambientais, os incêndios afetam diretamente populações tradicionais, como ribeirinhos e indígenas, e comprometem atividades econômicas sustentáveis da região.
Alerta segue ligado - Com a previsão de manutenção da Fase Neutra até, pelo menos, agosto, o risco de agravamento da seca e de novos incêndios no Pantanal permanece elevado. O monitoramento constante das condições climáticas e hidrológicas será determinante para a definição de medidas de prevenção e resposta.
O próximo trimestre será decisivo para saber se o Pantanal enfrentará mais um ciclo de estiagem severa ou se as chuvas recentes conseguirão amenizar os efeitos da Fase Neutra sobre a maior área úmida do mundo.
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