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Indígenas do povo Kambeba se preparam para a COP 30 com propostas de preservação ambiental
01/07/2025
Autor: Leonardo Matheus
Fonte: Portal Amazonia - https://portalamazonia.com
Na comunidade indígena Três Unidos, às margens do Rio Negro, a cerca de 1 hora e meia de lancha de Manaus, no Amazonas, indígenas do povo Kambeba participaram de uma oficina que busca preparar as populações tradicionais para construir propostas que reflitam as prioridades de seus territórios e os impactos das mudanças climáticas.
"Que eles possam, a partir de suas óticas e necessidades, apontar os problemas que vêm enfrentando ao longo do tempo e também soluções. Então, o grande objetivo é esse: escutar essas vozes e fazê-las ecoar para as autoridades que podem ajudar", destacou Enoque Ventura, coordenador da FAS.
A iniciativa é liderada por diversas organizações da sociedade civil, como a Fundação Amazônia Sustentável (FAS), Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq), Conselho Nacional das Populações Extrativistas (CNS) e Rede Conexão Povos da Floresta, com apoio da Fundação Rede Amazônica.
"É uma honra participar de um projeto como esse. Desde o primeiro momento em que tivemos acesso à proposta, entendemos que ela está alinhada com os princípios da Rede Amazônica. Acredito que é um projeto diferenciado, talvez único, porque leva a escuta e a fala dos povos da floresta até a COP. Isso nos torna cada vez mais comprometidos com a nossa região", destacou Phelippe Daou Júnior, CEO da Rede Amazônica.
Durante a atividade, os participantes foram incentivados a lembrar como era a vida na floresta antes das mudanças climáticas e como eventos extremos, como secas e enchentes, passaram a impactar diretamente o ambiente e o sustento das famílias.
Enquanto desenhava um rio, o pequeno Eduardo, morador da comunidade, foi questionado sobre os peixes. Com um olhar tímido, respondeu que "não tem mais", refletindo a escassez de recursos naturais que antes eram abundantes. A avó, Maria Lúcia, lembrou com tristeza da seca severa que atingiu o Amazonas nos últimos dois anos.
"Esse desenho representa a nossa região da Amazônia quando está na época da seca. Nessa época, não tem como chegar por aqui, e fica muito difícil pescar. Então, esse desenho é para mostrar como nós sofremos na seca", destacou Maria Lúcia.
O tuxaua Valdemir da Silva também recordou que a terra antes fértil agora sofre com o empobrecimento causado pela degradação ambiental.
"A terra está totalmente desfarinhada. Dez anos atrás não era assim. Era uma terra úmida, onde a gente conseguia plantar, sem precisar ficar molhando para dar frutos", destacou o tuxaua.
Após ouvir os relatos e desafios enfrentados pela comunidade, os grupos passaram à construção de propostas que serão reunidas em um documento. O material será encaminhado para a equipe organizadora da COP 30 como parte das contribuições da Amazônia profunda para o debate climático global.
*Com informações de Alexandre Hisayasu, da Rede Amazônica.
https://portalamazonia.com/fram/indigenas-do-povo-kambeba-se-preparam-para-a-cop-30-com-propostas-de-preservacao-ambiental/
"Que eles possam, a partir de suas óticas e necessidades, apontar os problemas que vêm enfrentando ao longo do tempo e também soluções. Então, o grande objetivo é esse: escutar essas vozes e fazê-las ecoar para as autoridades que podem ajudar", destacou Enoque Ventura, coordenador da FAS.
A iniciativa é liderada por diversas organizações da sociedade civil, como a Fundação Amazônia Sustentável (FAS), Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq), Conselho Nacional das Populações Extrativistas (CNS) e Rede Conexão Povos da Floresta, com apoio da Fundação Rede Amazônica.
"É uma honra participar de um projeto como esse. Desde o primeiro momento em que tivemos acesso à proposta, entendemos que ela está alinhada com os princípios da Rede Amazônica. Acredito que é um projeto diferenciado, talvez único, porque leva a escuta e a fala dos povos da floresta até a COP. Isso nos torna cada vez mais comprometidos com a nossa região", destacou Phelippe Daou Júnior, CEO da Rede Amazônica.
Durante a atividade, os participantes foram incentivados a lembrar como era a vida na floresta antes das mudanças climáticas e como eventos extremos, como secas e enchentes, passaram a impactar diretamente o ambiente e o sustento das famílias.
Enquanto desenhava um rio, o pequeno Eduardo, morador da comunidade, foi questionado sobre os peixes. Com um olhar tímido, respondeu que "não tem mais", refletindo a escassez de recursos naturais que antes eram abundantes. A avó, Maria Lúcia, lembrou com tristeza da seca severa que atingiu o Amazonas nos últimos dois anos.
"Esse desenho representa a nossa região da Amazônia quando está na época da seca. Nessa época, não tem como chegar por aqui, e fica muito difícil pescar. Então, esse desenho é para mostrar como nós sofremos na seca", destacou Maria Lúcia.
O tuxaua Valdemir da Silva também recordou que a terra antes fértil agora sofre com o empobrecimento causado pela degradação ambiental.
"A terra está totalmente desfarinhada. Dez anos atrás não era assim. Era uma terra úmida, onde a gente conseguia plantar, sem precisar ficar molhando para dar frutos", destacou o tuxaua.
Após ouvir os relatos e desafios enfrentados pela comunidade, os grupos passaram à construção de propostas que serão reunidas em um documento. O material será encaminhado para a equipe organizadora da COP 30 como parte das contribuições da Amazônia profunda para o debate climático global.
*Com informações de Alexandre Hisayasu, da Rede Amazônica.
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