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Reintegração de posse é suspensa após PM constatar que documentação da Suframa era inválida

18/09/2025

Autor: Natasha Pinto

Fonte: A Critica - https://www.acritica.com



Uma operação de reintegração de posse na Avenida Flamboyant, no Distrito Industrial de Manaus, foi temporariamente suspensa nesta quinta-feira (18), após a Polícia Militar constatar que a documentação apresentada pela Superintendência da Zona Franca de Manaus (SUFRAMA) estava desatualizada e, portanto, inválida.

A operação teve início às 8h da manhã e mobilizou viaturas da ROCAM (Ronda Ostensiva Cândido Mariano), do Batalhão Ambiental e retroescavadeiras, com o objetivo de remover cerca de 3 mil famílias da área de mata. O local é identificado por uma placa como restrito e de propriedade da SUFRAMA. No entanto, a ação foi barrada pela falta de um mandado judicial atualizado.


O cacique Roberto, da tribo munduruku e líder da comunidade "Nova Jerusalém" - como os moradores se identificam -, conversou com o comandante da ROCAM no local, que revelou que a intenção da polícia de demolir os barracos.

"Ele me disse que veio para derrubar os barracos e tirar os moradores, porque a área não é adequada para moradia devido à poluição das fábricas. Mas aqui nós só queremos uma moradia digna, temos famílias de brancos e indígenas. A operação só não aconteceu porque perguntei sobre o mandado de reintegração", disse em entrevista à TV A Crítica.

Ainda conforme o cacique, ao ser questionado, o policial admitiu não possuir um mandado válido. A situação ficou ainda mais complexa quando representantes da SUFRAMA, que acompanhavam a operação, apresentaram um documento datado de 2006. O documento, considerado obsoleto pela própria Polícia Militar, levou à retirada pacífica das tropas. A SUFRAMA, procurada pela nossa equipe de reportagem, ainda não se manifestou sobre o ocorrido.

A Polícia Militar orientou que a reintegração de posse só poderá ocorrer mediante a apresentação de um documento atualizado pela SUFRAMA. Por outro lado, os moradores também foram aconselhados a buscar a documentação legal para a posse da terra, um passo essencial para garantir sua permanência.

Próximos passos da comunidade

A comunidade "Nova Jerusalém", composta por aproximadamente 2.500 famílias não-indígenas e 150 famílias indígenas, manifestou alívio com a suspensão da operação. Agora, o grupo se articula para buscar os órgãos competentes e iniciar o processo de legalização da área.

"O que a gente quer é moradia digna. A gente não está aqui por lazer, estamos aqui por necessidade. Agora vamos correr atrás dos nossos direitos e da documentação para legalizar a terra", afirmou um morador da área.

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