From Indigenous Peoples in Brazil
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Nas aldeias e nas ruas testemunhando a mística militante libertadora: Cimi inicia a XXVI Assembleia Geral
21/09/2025
Autor: Por Assessoria de Comunicação do Cimi
Fonte: Cimi - https://cimi.org.br
Entre os protestos contra a PEC da Blindagem e a mística encarnada na caminhada ao lado dos povos indígenas, teve início na manhã deste domingo (21) a XXVI Assembleia Geral do Conselho Indigenista Missionário (Cimi). Com o tema ´Talita Kum - Levanta-te, vai mais além...´, o encontro seguirá até a próxima quarta-feira (24) no Centro de Formação Vicente Cañas, em Luziânia (GO).
"Vivemos um momento político muito difícil, mas não deixamos de perder a esperança", declarou o presidente do Cimi, cardeal Leonardo Steiner, durante a abertura da Assembleia. As reflexões desta reunião de integrantes do Cimi de todo o país permeiam a atual conjuntura nacional e internacional em diálogo permanente com a questão indígena.
"Vivemos um momento político muito difícil, mas não deixamos de perder a esperança"
Conforme o cardeal Leonardo, o Cimi deve seguir sendo aprendiz dos povos indígenas reafirmando o compromisso na missão confiada à entidade: a defesa incondicional da vida e dos direitos dos povos indígenas, a caminho da Terra Sem Males. Os desafios enredados ao trabalho do Cimi, diretamente ligados às aflições dos povos indígenas, têm gerado inquietações na entidade que completou 53 anos.
"Nosso desconforto é muitas vezes uma mensagem de Deus para que nos levantemos", pontuou o assessor teológico do Cimi, Paulo Suess. "O desconforto nos faz levantar e ir mais além. Desmontar as nossas tendas para caminhar, seguir adiante", disse Suess. Um dos pontos centrais desta XXVI Assembleia Geral, portanto, é o imperativo à ação transformadora, o combate à paralisia e ao lugar comum.
"Nosso desconforto é muitas vezes uma mensagem de Deus para que nos levantemos"
Conjuntura: a reação antidemocrática
Neste domingo (21), milhares de pessoas devem ir às ruas por todo o país para protestar contra a PEC da Blindagem e a anistia aos golpistas. Uma comitiva do Cimi seguiu da Assembleia Geral para a manifestação de Brasília. A PEC amplia proteções legais a parlamentares e dificulta a prisão e a abertura de processos criminais contra deputados e senadores. Na última semana, a proposta foi aprovada pela Câmara Federal e seguiu para o Senado Federal.
Em nota publicada neste sábado (20), o Cimi entende que a PEC compõe uma estratégia associada a bancadas que no Congresso Nacional buscam atacar a Constituição Federal, curvando-a aos próprios interesses e distorcendo o papel das instituições democráticas.
"O Cimi entende que a PEC compõe uma estratégia associada a bancadas que no Congresso Nacional buscam atacar a Constituição Federal"
A Lei 14.701/23, a Lei do Marco Temporal, é consequência direta deste cenário de ataque às instituições democráticas e seus ordenamentos jurídicos. No caso do marco temporal, a tese havia sido definida pelo Supremo Tribunal Federal (STF) como inconstitucional. Desafiando a Corte, esses grupos no Congresso Nacional levaram o desprezo aos direitos indígenas às raias da delinquência.
À revelia da Constituição, através de uma lei ordinária, o Congresso Nacional alterou ilicitamente o texto constitucional e instalou um cenário que persegue, principalmente, dois objetivos: a inviabilização das demarcações de terras indígenas e a abertura destas aos interesses econômicos de outras pessoas e grupos econômicos.
"Congresso Nacional alterou o texto constitucional e instalou um cenário que persegue e inviabiliza demarcação terras indígenas"
Na avaliação da Presidência do Cimi, a reação contrária e antidemocrática aos resultados das eleições de 2022 - por parte de grupos de poder econômico, político e militar - contribuiu para a permanência de um complexo cenário de instabilidade e ameaça à democracia no Brasil, que culminou nos ataques do dia 8 de janeiro aos prédios dos Três Poderes da República.
Precedidos por outros graves ataques, ameaças e movimentos que exigiam uma intervenção militar e o retorno a um Estado de exceção, os ataques foram rechaçados pelo conjunto da sociedade brasileira e as instituições conseguiram conter esse impulso autoritário. No entanto, o Congresso Nacional segue sob forte influência de parlamentares e bancadas publicamente associadas a ideias golpistas.
"Congresso Nacional segue sob forte influência de parlamentares e bancadas publicamente associadas a ideias golpistas"
Memória: horizonte aberto
A Assembleia terá um momento especial de celebração e memória dos 50 Anos da 1ª Assembleia do Cimi, realizada em Goiânia nos dias 24 a 27 de junho de 1975. "Queremos fazer uma memória profundamente agradecida por esta história e reafirmar nosso compromisso na missão que nos foi confiada e que nós acolhemos", declarou a vice-presidente do Cimi, Alcilene Bezerra.
Ela explica que naquela primeira assembleia, o Cimi definiu as linhas de ação que marcam "nossa forma de ser e de estar junto aos povos indígenas. Aquele caminho iniciado permanece hoje aberto, diante de nós, com novos desafios e novos sonhos. Nas palavras de nossa querida Beth Myky, Jurusi, que fez a sua Páscoa no ano passado (2024), depois de uma vida entregue à defesa da Causa Indígena, temos diante de nós um verdadeiro Horizonte Aberto: um caminho a ser continuado e construído, na perspectiva da justiça e da paz".
"Na primeira assembleia, o Cimi definiu as linhas de ação que marcam nossa forma de ser e de estar junto aos povos indígenas"
Este encontro celebra ainda o Jubileu da Esperança, proclamado pelo Papa Francisco para este ano de 2025. Diante das contradições e dos desafios de nossos tempos, o Cimi pretende renovar e proclamar o caminho da Esperança, "porque a esperança não engana", disse o presidente do Cimi.
Cardeal Steiner, que foi bispo da Prelazia de São Félix do Araguaia, lembrou de dom Pedro Casaldáliga, com quem conviveu em comunhão, que dizia: "quanto mais difíceis os tempos, maior deve ser nossa esperança. Podem roubar-nos tudo, menos a esperança".
"Quanto mais difíceis os tempos, maior deve ser nossa esperança. Podem roubar-nos tudo, menos a esperança"
O presidente do Cimi, cardeal Leonardo Steiner, manifestou neste sábado (20) a posição da entidade contra a PEC da Blindagem e a anistia aos condenados por atos golpistas. "O Cimi está junto das manifestações deste fim de semana", declarou.
Neste domingo (21), milhares de pessoas devem ir às ruas por todo o país para protestar contra a PEC e a anistia aos golpistas. Em Luziânia, o Cimi está reunido para a sua XXVI Assembleia Geral. Uma comitiva da entidade participa da manifestação em Brasília.
"Queremos nos manifestar a favor da democracia"
A PEC amplia proteções legais a parlamentares e dificulta a prisão e a abertura de processos criminais contra deputados e senadores. Na última semana, a proposta foi aprovada pela Câmara Federal e seguiu para o Senado Federal.
"Queremos nos manifestar a favor da democracia", disse o presidente do Cimi. Para a organização, a PEC se soma a outras iniciativas, caso da Lei do Marco Temporal, associadas a bancadas que no Congresso Nacional buscam atacar a Constituição Federal curvando-a aos próprios interesses e distorcendo o papel das instituições democráticas.
https://cimi.org.br/2025/09/xxvi-assembleia-geral-do-cimi/
"Vivemos um momento político muito difícil, mas não deixamos de perder a esperança", declarou o presidente do Cimi, cardeal Leonardo Steiner, durante a abertura da Assembleia. As reflexões desta reunião de integrantes do Cimi de todo o país permeiam a atual conjuntura nacional e internacional em diálogo permanente com a questão indígena.
"Vivemos um momento político muito difícil, mas não deixamos de perder a esperança"
Conforme o cardeal Leonardo, o Cimi deve seguir sendo aprendiz dos povos indígenas reafirmando o compromisso na missão confiada à entidade: a defesa incondicional da vida e dos direitos dos povos indígenas, a caminho da Terra Sem Males. Os desafios enredados ao trabalho do Cimi, diretamente ligados às aflições dos povos indígenas, têm gerado inquietações na entidade que completou 53 anos.
"Nosso desconforto é muitas vezes uma mensagem de Deus para que nos levantemos", pontuou o assessor teológico do Cimi, Paulo Suess. "O desconforto nos faz levantar e ir mais além. Desmontar as nossas tendas para caminhar, seguir adiante", disse Suess. Um dos pontos centrais desta XXVI Assembleia Geral, portanto, é o imperativo à ação transformadora, o combate à paralisia e ao lugar comum.
"Nosso desconforto é muitas vezes uma mensagem de Deus para que nos levantemos"
Conjuntura: a reação antidemocrática
Neste domingo (21), milhares de pessoas devem ir às ruas por todo o país para protestar contra a PEC da Blindagem e a anistia aos golpistas. Uma comitiva do Cimi seguiu da Assembleia Geral para a manifestação de Brasília. A PEC amplia proteções legais a parlamentares e dificulta a prisão e a abertura de processos criminais contra deputados e senadores. Na última semana, a proposta foi aprovada pela Câmara Federal e seguiu para o Senado Federal.
Em nota publicada neste sábado (20), o Cimi entende que a PEC compõe uma estratégia associada a bancadas que no Congresso Nacional buscam atacar a Constituição Federal, curvando-a aos próprios interesses e distorcendo o papel das instituições democráticas.
"O Cimi entende que a PEC compõe uma estratégia associada a bancadas que no Congresso Nacional buscam atacar a Constituição Federal"
A Lei 14.701/23, a Lei do Marco Temporal, é consequência direta deste cenário de ataque às instituições democráticas e seus ordenamentos jurídicos. No caso do marco temporal, a tese havia sido definida pelo Supremo Tribunal Federal (STF) como inconstitucional. Desafiando a Corte, esses grupos no Congresso Nacional levaram o desprezo aos direitos indígenas às raias da delinquência.
À revelia da Constituição, através de uma lei ordinária, o Congresso Nacional alterou ilicitamente o texto constitucional e instalou um cenário que persegue, principalmente, dois objetivos: a inviabilização das demarcações de terras indígenas e a abertura destas aos interesses econômicos de outras pessoas e grupos econômicos.
"Congresso Nacional alterou o texto constitucional e instalou um cenário que persegue e inviabiliza demarcação terras indígenas"
Na avaliação da Presidência do Cimi, a reação contrária e antidemocrática aos resultados das eleições de 2022 - por parte de grupos de poder econômico, político e militar - contribuiu para a permanência de um complexo cenário de instabilidade e ameaça à democracia no Brasil, que culminou nos ataques do dia 8 de janeiro aos prédios dos Três Poderes da República.
Precedidos por outros graves ataques, ameaças e movimentos que exigiam uma intervenção militar e o retorno a um Estado de exceção, os ataques foram rechaçados pelo conjunto da sociedade brasileira e as instituições conseguiram conter esse impulso autoritário. No entanto, o Congresso Nacional segue sob forte influência de parlamentares e bancadas publicamente associadas a ideias golpistas.
"Congresso Nacional segue sob forte influência de parlamentares e bancadas publicamente associadas a ideias golpistas"
Memória: horizonte aberto
A Assembleia terá um momento especial de celebração e memória dos 50 Anos da 1ª Assembleia do Cimi, realizada em Goiânia nos dias 24 a 27 de junho de 1975. "Queremos fazer uma memória profundamente agradecida por esta história e reafirmar nosso compromisso na missão que nos foi confiada e que nós acolhemos", declarou a vice-presidente do Cimi, Alcilene Bezerra.
Ela explica que naquela primeira assembleia, o Cimi definiu as linhas de ação que marcam "nossa forma de ser e de estar junto aos povos indígenas. Aquele caminho iniciado permanece hoje aberto, diante de nós, com novos desafios e novos sonhos. Nas palavras de nossa querida Beth Myky, Jurusi, que fez a sua Páscoa no ano passado (2024), depois de uma vida entregue à defesa da Causa Indígena, temos diante de nós um verdadeiro Horizonte Aberto: um caminho a ser continuado e construído, na perspectiva da justiça e da paz".
"Na primeira assembleia, o Cimi definiu as linhas de ação que marcam nossa forma de ser e de estar junto aos povos indígenas"
Este encontro celebra ainda o Jubileu da Esperança, proclamado pelo Papa Francisco para este ano de 2025. Diante das contradições e dos desafios de nossos tempos, o Cimi pretende renovar e proclamar o caminho da Esperança, "porque a esperança não engana", disse o presidente do Cimi.
Cardeal Steiner, que foi bispo da Prelazia de São Félix do Araguaia, lembrou de dom Pedro Casaldáliga, com quem conviveu em comunhão, que dizia: "quanto mais difíceis os tempos, maior deve ser nossa esperança. Podem roubar-nos tudo, menos a esperança".
"Quanto mais difíceis os tempos, maior deve ser nossa esperança. Podem roubar-nos tudo, menos a esperança"
O presidente do Cimi, cardeal Leonardo Steiner, manifestou neste sábado (20) a posição da entidade contra a PEC da Blindagem e a anistia aos condenados por atos golpistas. "O Cimi está junto das manifestações deste fim de semana", declarou.
Neste domingo (21), milhares de pessoas devem ir às ruas por todo o país para protestar contra a PEC e a anistia aos golpistas. Em Luziânia, o Cimi está reunido para a sua XXVI Assembleia Geral. Uma comitiva da entidade participa da manifestação em Brasília.
"Queremos nos manifestar a favor da democracia"
A PEC amplia proteções legais a parlamentares e dificulta a prisão e a abertura de processos criminais contra deputados e senadores. Na última semana, a proposta foi aprovada pela Câmara Federal e seguiu para o Senado Federal.
"Queremos nos manifestar a favor da democracia", disse o presidente do Cimi. Para a organização, a PEC se soma a outras iniciativas, caso da Lei do Marco Temporal, associadas a bancadas que no Congresso Nacional buscam atacar a Constituição Federal curvando-a aos próprios interesses e distorcendo o papel das instituições democráticas.
https://cimi.org.br/2025/09/xxvi-assembleia-geral-do-cimi/
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