From Indigenous Peoples in Brazil
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Identidade ancestral e resistência: os grafismos indígenas e o racismo diário
20/09/2025
Fonte: Em Tempo - https://emtempo.com.br
Símbolo de identidade, memória e expressão cultural, os grafismos indígenas carregam histórias e pertencimento étnico. Essas pinturas tradicionais são marcadas por linhas e formas geométricas que podem ser aplicadas em objetos e também na pintura corporal.
Em julho, a indígena Hindra Yetunã, mãe de três estudantes da Escola Municipal Raimundo Teodoro Botinelly Assumpção, na Zona Norte de Manaus (AM), denunciou uma professora por discriminação racial. Segundo a denúncia, a educadora se referiu aos grafismos pintados no corpo dos jovens como "coisa de galeroso", termo pejorativo que significa "coisa de pivete, ladrão ou arruaceiro".
Diversidade e resistência indígena
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil tem cerca de 1,7 milhão de indígenas, divididos em 266 etnias e mais de 160 línguas. Apesar da riqueza cultural, essa população enfrenta racismo tanto em espaços urbanos quanto em ambientes educacionais.
Para Rosimere Arapaço, vice-coordenadora da Makira-E'ta - Rede de Mulheres Indígenas do Estado do Amazonas, os grafismos e pinturas corporais marcam a identidade de cada povo e simbolizam resistência.
"As pinturas são feitas de tintas naturais extraídas de plantas, cascas, raízes, folhas ou sementes e podem durar de 15 a 20 dias. Cada traço carrega um significado único. Esse grafismo é uma parte essencial da identidade pessoal e coletiva, utilizado em rituais, celebrações ou no trabalho. O seu uso diferencia os clãs, homens e mulheres. As mulheres, por exemplo, são guardiãs na preservação e responsáveis pela transmissão dessas tradições, fortalecendo as relações entre os povos e suas comunidades/aldeias", explica Rosimere.
Racismo que atravessa a cultura indígena
A Lei 11.645/2008 torna obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira e indígena, mas, mesmo dentro das escolas, os povos indígenas ainda sofrem discriminação.
Segundo Hindra Yetunã, o episódio envolvendo seus filhos gerou raiva e tristeza, principalmente pelo desrespeito em um espaço educacional.
"Essa situação causou grande impacto na vida deles, pois ficaram com vergonha e medo. Em geral, as escolas não estão preparadas para lidar com a diversidade cultural por falta de formação específica dos professores, recursos limitados, infraestrutura inadequada e a resistência a mudanças de mentalidade", afirma.
Rosimere Arapaço avalia o caso como reflexo da falta de preparo e conscientização de docentes e gestores, além de revelar incitação à violência contra estudantes indígenas.
"A desvalorização dos grafismos revela o racismo estrutural que os povos indígenas enfrentam diariamente, principalmente, quando se tornam motivo de chacota e ridicularização dentro de instituições públicas, locais de ensino, hospitais, cartórios e, até mesmo, nas delegacias, no momento de registrar ocorrência contra a violência sofrida, quando quem deveria proteger comete o crime", comenta.
Educação antirracista como solução
Na visão de Rosimere, uma das formas de combater essa realidade é investir em campanhas educativas. Para ela, a educação antirracista precisa ser trabalhada nas escolas e no serviço público, criando espaços seguros para acolher todos.
https://emtempo.com.br/425922/cultura/identidade-ancestral-e-resistencia-os-grafismos-indigenas-e-o-racismo-diario/
Em julho, a indígena Hindra Yetunã, mãe de três estudantes da Escola Municipal Raimundo Teodoro Botinelly Assumpção, na Zona Norte de Manaus (AM), denunciou uma professora por discriminação racial. Segundo a denúncia, a educadora se referiu aos grafismos pintados no corpo dos jovens como "coisa de galeroso", termo pejorativo que significa "coisa de pivete, ladrão ou arruaceiro".
Diversidade e resistência indígena
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil tem cerca de 1,7 milhão de indígenas, divididos em 266 etnias e mais de 160 línguas. Apesar da riqueza cultural, essa população enfrenta racismo tanto em espaços urbanos quanto em ambientes educacionais.
Para Rosimere Arapaço, vice-coordenadora da Makira-E'ta - Rede de Mulheres Indígenas do Estado do Amazonas, os grafismos e pinturas corporais marcam a identidade de cada povo e simbolizam resistência.
"As pinturas são feitas de tintas naturais extraídas de plantas, cascas, raízes, folhas ou sementes e podem durar de 15 a 20 dias. Cada traço carrega um significado único. Esse grafismo é uma parte essencial da identidade pessoal e coletiva, utilizado em rituais, celebrações ou no trabalho. O seu uso diferencia os clãs, homens e mulheres. As mulheres, por exemplo, são guardiãs na preservação e responsáveis pela transmissão dessas tradições, fortalecendo as relações entre os povos e suas comunidades/aldeias", explica Rosimere.
Racismo que atravessa a cultura indígena
A Lei 11.645/2008 torna obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira e indígena, mas, mesmo dentro das escolas, os povos indígenas ainda sofrem discriminação.
Segundo Hindra Yetunã, o episódio envolvendo seus filhos gerou raiva e tristeza, principalmente pelo desrespeito em um espaço educacional.
"Essa situação causou grande impacto na vida deles, pois ficaram com vergonha e medo. Em geral, as escolas não estão preparadas para lidar com a diversidade cultural por falta de formação específica dos professores, recursos limitados, infraestrutura inadequada e a resistência a mudanças de mentalidade", afirma.
Rosimere Arapaço avalia o caso como reflexo da falta de preparo e conscientização de docentes e gestores, além de revelar incitação à violência contra estudantes indígenas.
"A desvalorização dos grafismos revela o racismo estrutural que os povos indígenas enfrentam diariamente, principalmente, quando se tornam motivo de chacota e ridicularização dentro de instituições públicas, locais de ensino, hospitais, cartórios e, até mesmo, nas delegacias, no momento de registrar ocorrência contra a violência sofrida, quando quem deveria proteger comete o crime", comenta.
Educação antirracista como solução
Na visão de Rosimere, uma das formas de combater essa realidade é investir em campanhas educativas. Para ela, a educação antirracista precisa ser trabalhada nas escolas e no serviço público, criando espaços seguros para acolher todos.
https://emtempo.com.br/425922/cultura/identidade-ancestral-e-resistencia-os-grafismos-indigenas-e-o-racismo-diario/
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