From Indigenous Peoples in Brazil
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Sem áreas úmidas não há futuro climático
09/10/2025
Autor: GOMES, Leonardo
Fonte: FSP - https://www1.folha.uol.com.br/
Sem áreas úmidas não há futuro climático
Ecossistema que desaparece três vezes mais rápido que florestas precisa integrar compromissos climáticos na COP30
Conferência deve estabelecer financiamento adequado e mecanismos de governança que valorizem protagonismo dos pantaneiros
09/10/2025
Leonardo Gomes
Diretor-executivo do Instituto SOS Pantanal, finalista do Prêmio Empreendedor Social em 2022
A COP30 em Belém representa uma oportunidade histórica para que as áreas úmidas finalmente ocupem o lugar que lhes é devido na agenda climática global. Ao longo das últimas décadas esses ecossistemas vitais foram tratados como periféricos no debate internacional, embora sua importância seja central para a estabilidade climática, a conservação da biodiversidade e a vida de milhões de pessoas.
No Brasil, o pantanal exerce esse papel, e sua conservação, portanto, é essencial para as pautas ecológicas.
Em Campo Grande, no dia 15 de setembro, mais de 150 organizações da sociedade civil, cientistas e instituições de todo o mundo uniram suas vozes em uma carta entregue à presidência da COP30, pedindo que as áreas úmidas sejam integradas de forma estruturante aos compromissos climáticos.
Essa ação conjunta não poderia ser mais urgente: as áreas úmidas estão desaparecendo três vezes mais rápido do que as florestas, apesar de armazenarem mais carbono por unidade de área do que qualquer outro ecossistema terrestre.
O pantanal, maior área úmida continental do planeta, ilustra a dimensão desse desafio. Em 2020, quase um terço do bioma foi consumido pelas chamas, liberando 115 milhões de toneladas de CO₂ -o equivalente às emissões anuais de um país inteiro como a Bélgica.
Mais do que números, esses incêndios significaram vidas perdidas, comunidades impactadas e um alerta: com o agravamento das mudanças climáticas, o cenário tende a piorar.
Ao negligenciarmos as áreas úmidas comprometemos não apenas as metas do Acordo de Paris, mas, também, o futuro de povos indígenas, comunidades ribeirinhas e populações pantaneiras locais.
Por isso, é fundamental que a COP30 estabeleça compromissos claros e mensuráveis para a proteção e restauração desses ecossistemas, acompanhados de financiamento adequado e mecanismos de governança que valorizem o protagonismo dos pantaneiros.
Não se trata apenas de conservar a natureza por si mesma -embora esse já fosse um motivo mais do que suficiente. Trata-se de garantir segurança hídrica, alimentar e climática em escala global. Trata-se de justiça socioambiental.
O Brasil, por abrigar o pantanal e outras áreas úmidas estratégicas, tem a responsabilidade e a oportunidade de liderar esse movimento. Não podemos permitir que o bioma símbolo de nosso país continue relegado a notas de rodapé nos documentos internacionais.
A COP30 deve ser o marco em que o mundo reconheça, enfim, que o pantanal não é apenas um patrimônio brasileiro: é um patrimônio da humanidade. Protegê-lo é proteger a nós mesmos.
Que a COP, realizada em nossas terras, seja lembrada como a conferência em que líderes globais compreenderam, de uma vez por todas, que defender as áreas úmidas significa defender a vida.
https://www1.folha.uol.com.br/colunas/papo-de-responsa/2025/10/sem-areas-umidas-nao-ha-futuro-climatico.shtml
Ecossistema que desaparece três vezes mais rápido que florestas precisa integrar compromissos climáticos na COP30
Conferência deve estabelecer financiamento adequado e mecanismos de governança que valorizem protagonismo dos pantaneiros
09/10/2025
Leonardo Gomes
Diretor-executivo do Instituto SOS Pantanal, finalista do Prêmio Empreendedor Social em 2022
A COP30 em Belém representa uma oportunidade histórica para que as áreas úmidas finalmente ocupem o lugar que lhes é devido na agenda climática global. Ao longo das últimas décadas esses ecossistemas vitais foram tratados como periféricos no debate internacional, embora sua importância seja central para a estabilidade climática, a conservação da biodiversidade e a vida de milhões de pessoas.
No Brasil, o pantanal exerce esse papel, e sua conservação, portanto, é essencial para as pautas ecológicas.
Em Campo Grande, no dia 15 de setembro, mais de 150 organizações da sociedade civil, cientistas e instituições de todo o mundo uniram suas vozes em uma carta entregue à presidência da COP30, pedindo que as áreas úmidas sejam integradas de forma estruturante aos compromissos climáticos.
Essa ação conjunta não poderia ser mais urgente: as áreas úmidas estão desaparecendo três vezes mais rápido do que as florestas, apesar de armazenarem mais carbono por unidade de área do que qualquer outro ecossistema terrestre.
O pantanal, maior área úmida continental do planeta, ilustra a dimensão desse desafio. Em 2020, quase um terço do bioma foi consumido pelas chamas, liberando 115 milhões de toneladas de CO₂ -o equivalente às emissões anuais de um país inteiro como a Bélgica.
Mais do que números, esses incêndios significaram vidas perdidas, comunidades impactadas e um alerta: com o agravamento das mudanças climáticas, o cenário tende a piorar.
Ao negligenciarmos as áreas úmidas comprometemos não apenas as metas do Acordo de Paris, mas, também, o futuro de povos indígenas, comunidades ribeirinhas e populações pantaneiras locais.
Por isso, é fundamental que a COP30 estabeleça compromissos claros e mensuráveis para a proteção e restauração desses ecossistemas, acompanhados de financiamento adequado e mecanismos de governança que valorizem o protagonismo dos pantaneiros.
Não se trata apenas de conservar a natureza por si mesma -embora esse já fosse um motivo mais do que suficiente. Trata-se de garantir segurança hídrica, alimentar e climática em escala global. Trata-se de justiça socioambiental.
O Brasil, por abrigar o pantanal e outras áreas úmidas estratégicas, tem a responsabilidade e a oportunidade de liderar esse movimento. Não podemos permitir que o bioma símbolo de nosso país continue relegado a notas de rodapé nos documentos internacionais.
A COP30 deve ser o marco em que o mundo reconheça, enfim, que o pantanal não é apenas um patrimônio brasileiro: é um patrimônio da humanidade. Protegê-lo é proteger a nós mesmos.
Que a COP, realizada em nossas terras, seja lembrada como a conferência em que líderes globais compreenderam, de uma vez por todas, que defender as áreas úmidas significa defender a vida.
https://www1.folha.uol.com.br/colunas/papo-de-responsa/2025/10/sem-areas-umidas-nao-ha-futuro-climatico.shtml
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