From Indigenous Peoples in Brazil
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Índios de ontem e hoje
06/06/2004
Fonte: JB, Caderno B, p.B1
Índios de ontem e hoje
Os dois discos que completam a Coleção Documentos Sonoros do Museu Nacional - projeto que tem custo total de pouco mais de R$ 150 mil - vão fazer a ligação entre passado e presente dos índios.
A instituição lança em CD uma das mais preciosas partes de seu acervo: a primeira gravação de música indígena realizada por um brasileiro, o antropólogo Edgar Roquette-Pinto, em 1912, com os povos Pareci e Nambikwara, de Rondônia. Tal material teve grande impacto sobre os intelectuais da época, a ponto de influenciar obras de compositores como Villa-Lobos e Lorenzo Fernandes.
Na outra ponta da linha do tempo, a última gravação - ainda a ser realizada - das canções dos índios Ticuna, a população indígena mais numerosa do país, que ocupa as margens do Rio Solimões.
- Quando se fala em resgate, em geral a referência é material antigo. Claro que é preciso atentar para isso, mas muita coisa está na memória de gente viva, como dos Ticunas ou das mães-de-santo do candomblé. Este acervo é menos cuidado, apesar de correr o mesmo risco de cair no esquecimento - explica Gustavo Pacheco, que espera completar a coleção até o fim do ano.
O material de Roquette-Pinto será levado a uma instituição alemã capaz de reproduzir o som do suporte original - os cilindros de cera - para o CD. Enquanto isso, parte da equipe vai para o norte registrar os cantos dos Ticunas.
Terminada esta etapa, eles já pensam numa continuação da série. Ela poderá contar com um achado recente: as gravações feitas nos anos 40 pelo brasilianista Stanley Stein com cantos de jongo de ex-escravos, recuperadas há poucos anos por Gustavo.
- Ele dizia no prefácio de um livro sobre Vassouras que tinha feito esses registros. Consegui que me passasse o material, gravado em bobina de arame, e descobri um lugar que faz a transposição para o disco. Já pensou poder mostrar esse material para os bisnetos dessas pessoas? - sonha Gustavo.
JB, 06/06/2004, p. B1
Os dois discos que completam a Coleção Documentos Sonoros do Museu Nacional - projeto que tem custo total de pouco mais de R$ 150 mil - vão fazer a ligação entre passado e presente dos índios.
A instituição lança em CD uma das mais preciosas partes de seu acervo: a primeira gravação de música indígena realizada por um brasileiro, o antropólogo Edgar Roquette-Pinto, em 1912, com os povos Pareci e Nambikwara, de Rondônia. Tal material teve grande impacto sobre os intelectuais da época, a ponto de influenciar obras de compositores como Villa-Lobos e Lorenzo Fernandes.
Na outra ponta da linha do tempo, a última gravação - ainda a ser realizada - das canções dos índios Ticuna, a população indígena mais numerosa do país, que ocupa as margens do Rio Solimões.
- Quando se fala em resgate, em geral a referência é material antigo. Claro que é preciso atentar para isso, mas muita coisa está na memória de gente viva, como dos Ticunas ou das mães-de-santo do candomblé. Este acervo é menos cuidado, apesar de correr o mesmo risco de cair no esquecimento - explica Gustavo Pacheco, que espera completar a coleção até o fim do ano.
O material de Roquette-Pinto será levado a uma instituição alemã capaz de reproduzir o som do suporte original - os cilindros de cera - para o CD. Enquanto isso, parte da equipe vai para o norte registrar os cantos dos Ticunas.
Terminada esta etapa, eles já pensam numa continuação da série. Ela poderá contar com um achado recente: as gravações feitas nos anos 40 pelo brasilianista Stanley Stein com cantos de jongo de ex-escravos, recuperadas há poucos anos por Gustavo.
- Ele dizia no prefácio de um livro sobre Vassouras que tinha feito esses registros. Consegui que me passasse o material, gravado em bobina de arame, e descobri um lugar que faz a transposição para o disco. Já pensou poder mostrar esse material para os bisnetos dessas pessoas? - sonha Gustavo.
JB, 06/06/2004, p. B1
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