From Indigenous Peoples in Brazil
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Fazendeiros marcam retirada dos caiovás para próxima semana
30/01/2004
Fonte: OESP, Nacional, p.A9
Fazendeiros marcam retirada dos caiovás para próxima semana
Em documento enviado à Polícia Federal, eles pedem que índios sejam desarmados
ROLDÃO ARRUDA
Os proprietários rurais de Mato Grosso do Sul que tiveram suas propriedades invadidas pelos índios caiovás-guaranis estão mobilizando a comunidade para a retomada das áreas na semana que vem. "Vamos voltar. Só falta definir o dia certo da semana", disse ao Estado o fazendeiro Luiz Carlos Tormena. Ele foi um dos dez signatários do documento entregue na quarta-feira à Superintendência da Polícia Federal em Mato Grosso do Sul, no qual pedem sua "interferência imediata" para desarmar os indígenas. No mesmo documento deixaram claro que voltarão à área na semana que vem, para reingressar em suas propriedades.
Os fazendeiros prometem que agirão de forma pacífica. Também dizem que pretendem ser revistados por policiais antes de entrar na área. Daí insistirem para que os índios sejam desarmados.
No entender dos proprietários das 14 fazendas invadidas e de seus advogados, a decisão judicial em vigor sobre o caso, dada pelo Tribunal Regional Federal (TRF) da 3.ª Região, autoriza a retomada. "A desembargadora Consuelo Yoshida determinou que os índios saiam, devendo permanecer na entrada das propriedades, o que significa que elas podem ser reocupadas por seus donos", explicou o advogado Geones Peixoto, contratado por um dos fazendeiros. "Ela também determina o afastamento da polícia, o que para mim é muito perigoso.
É a mesma coisa que colocar a pólvora ao lado do fósforo, mas os proprietários rurais estão dispostos a cumprir a determinação na semana que vem."
Vacinação - Informações iniciais encaminhadas à Polícia Federal davam conta de que a marcha dos fazendeiros em direção às propriedades seria na segunda-feira. Seus representantes, porém, negam. Eles afirmam que estão procurando apoio de setores da comunidade, de entidades de representação de classe e prefeituras, para o ato de reocupação da terra.
Uma data provável seria o sábado, 7, quando aproveitariam para promover a vacinação do rebanho bovino das fazendas invadidas. Para isso contariam com o apoio da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul).
Paralelamente à operação de retomada, os advogados dos proprietários tentam forçar a revisão da decisão da desembargadora, que suspendeu o mandado de reintegração de posse concedido inicialmente aos fazendeiros pela Justiça Federal de Dourados. O pedido de agravo regimental que eles impetraram deverá ser julgado segunda-feira.
OESP, 30/01/2004, p. A9.
Em documento enviado à Polícia Federal, eles pedem que índios sejam desarmados
ROLDÃO ARRUDA
Os proprietários rurais de Mato Grosso do Sul que tiveram suas propriedades invadidas pelos índios caiovás-guaranis estão mobilizando a comunidade para a retomada das áreas na semana que vem. "Vamos voltar. Só falta definir o dia certo da semana", disse ao Estado o fazendeiro Luiz Carlos Tormena. Ele foi um dos dez signatários do documento entregue na quarta-feira à Superintendência da Polícia Federal em Mato Grosso do Sul, no qual pedem sua "interferência imediata" para desarmar os indígenas. No mesmo documento deixaram claro que voltarão à área na semana que vem, para reingressar em suas propriedades.
Os fazendeiros prometem que agirão de forma pacífica. Também dizem que pretendem ser revistados por policiais antes de entrar na área. Daí insistirem para que os índios sejam desarmados.
No entender dos proprietários das 14 fazendas invadidas e de seus advogados, a decisão judicial em vigor sobre o caso, dada pelo Tribunal Regional Federal (TRF) da 3.ª Região, autoriza a retomada. "A desembargadora Consuelo Yoshida determinou que os índios saiam, devendo permanecer na entrada das propriedades, o que significa que elas podem ser reocupadas por seus donos", explicou o advogado Geones Peixoto, contratado por um dos fazendeiros. "Ela também determina o afastamento da polícia, o que para mim é muito perigoso.
É a mesma coisa que colocar a pólvora ao lado do fósforo, mas os proprietários rurais estão dispostos a cumprir a determinação na semana que vem."
Vacinação - Informações iniciais encaminhadas à Polícia Federal davam conta de que a marcha dos fazendeiros em direção às propriedades seria na segunda-feira. Seus representantes, porém, negam. Eles afirmam que estão procurando apoio de setores da comunidade, de entidades de representação de classe e prefeituras, para o ato de reocupação da terra.
Uma data provável seria o sábado, 7, quando aproveitariam para promover a vacinação do rebanho bovino das fazendas invadidas. Para isso contariam com o apoio da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul).
Paralelamente à operação de retomada, os advogados dos proprietários tentam forçar a revisão da decisão da desembargadora, que suspendeu o mandado de reintegração de posse concedido inicialmente aos fazendeiros pela Justiça Federal de Dourados. O pedido de agravo regimental que eles impetraram deverá ser julgado segunda-feira.
OESP, 30/01/2004, p. A9.
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