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Fome mata sete em MS

03/06/2005

Fonte: CB, Brasil, p.11



Fome mata sete em MS
A subnutrição continua matando crianças indígenas em Mato Grosso do Sul, todas da etnia guarani-caiová. Nos últimos 25 dias, em Amambaí, no sul do estado, morreram sete indiozinhos menores de cinco anos. A informação é do coordenador estadual da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), Lenildo Morais Dias. Ele admite que apenas uma delas foi vítima de desnutrição. E afirma que, das outras seis, pelos laudos médicos, quatro morreram por infecção respiratória grave, uma por traumatismo mecânico - o pai dormiu sobre o recém-nascido causando lesões fatais - e outra por microcefalia congênita.
Conforme os atestados de óbito, Osmar Gonçalves, de 25 dias, morreu porque estava abaixo do peso, mas sem desnutrição ocasional. A criança era de Jaguari, a mesma aldeia de Cleidimara Pavão, que morreu com 11 dias. 0 bebê foi encontrado em casa com fortes sintomas de desidratação pela equipe da Funai, durante visitas de inspeção. Tinha oito dias, foi hospitalizada em Amambaí, mas não resistiu.
Na aldeia Limão Verde, Elison Ferreira, de um ano e seis meses, morreu com gastroenterite. Gabriel Rosa, da aldeia Amambaí, estava com dois meses e foi vítima de microcefalia. Clenilson Gomes Teixeira, de 40 dias, foi praticamente esmagado na cama pelos pais alcoolizados. Ainda em Amambaí, foi registrado o óbito de Larissa Lescano, de dois meses. O sétimo falecimento é de uma criança com seis meses de idade, sem certidão de nascimento.
As informações sobre o números de crianças indígenas que morreram em Mato Grosso do Sul este ano são desencontradas. Seriam 27, 35 ou 40. Segundo a Funasa, houve 30 óbitos, entre janeiro e maio, provocados por desnutrição e associados à subnutrição. De acordo com o órgão responsável pelo atendimento de saúde aos índios, ocorreram nove mortes em Amambaí, onze em Dourados, seis em Japorã e quatro em Caarapó.
A equipe da Funasa avalia que o controle da situação depende da garantia de saneamento básico nas aldeias. Não há tratamento de lixo e esgoto sanitário, muito menos água potável. Os médicos chegam a manter no hospital as crianças recuperadas de subnutrição, temendo que elas voltem a ser internadas, por desnutrição.

CB, 03/06/2005, p. 11
 

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