From Indigenous Peoples in Brazil
News
Índios em terras desmatadas
29/11/2004
Fonte: GM, Politica, p.A8
Índios em terras desmatadas
Uma área sem árvores, sem caça e sem peixes nas águas. Essa é a Terra Indígena Panambizinho, homologada na sexta-feira pelo ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos. A terra indígena havia sido demarcada pelo governo em 1995, mas a homologação demorou e a terra foi devastada pelos posseiros. A demora obrigou o governo a comprar as áreas de alguns posseiros e devolver aos índios guarani-caiuás. Cerca de 130 índios vivem nas casas espalhadas pelos 1.240 hectares da reserva. O índio Valdelino Aquino lamenta a inexistência de cobertura vegetal na terra indígena que está cercada por grandes plantios de soja e cilos dos grandes fazendeiros. "A terra está pelada, tem só algumas árvores", disse Valdelino. Aos 52 anos, Valdelino diz que vai ter muita dificuldade para reconstituir a produção no local. Ele pretende plantar mandioca, abóbora e milho, mas reclama que a tribo não tem um trator. Representante do Conselho dos Direitos Indígenas da região, o índio caiuá Silvio Paulo lamenta que os fazendeiros desmataram toda Panambizinho. Ele disse que os 130 índios do local vão ter que "se virar". "Aqui não tem nada, só terra." Refém de um protesto recente dos índios, o motorista Eliseu dos Santos lamenta que os índios tenham perdido suas raízes. Segundo Eliseu, os índios andam pela cidade de Dourados como mendigos. "Eles só bebem cachaça e pedem esmola. Estão iguais a mendigos. Chegam na feira no sábado e só saem no domingo à tarde."
GM, 29/11/2004, p. A8
Uma área sem árvores, sem caça e sem peixes nas águas. Essa é a Terra Indígena Panambizinho, homologada na sexta-feira pelo ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos. A terra indígena havia sido demarcada pelo governo em 1995, mas a homologação demorou e a terra foi devastada pelos posseiros. A demora obrigou o governo a comprar as áreas de alguns posseiros e devolver aos índios guarani-caiuás. Cerca de 130 índios vivem nas casas espalhadas pelos 1.240 hectares da reserva. O índio Valdelino Aquino lamenta a inexistência de cobertura vegetal na terra indígena que está cercada por grandes plantios de soja e cilos dos grandes fazendeiros. "A terra está pelada, tem só algumas árvores", disse Valdelino. Aos 52 anos, Valdelino diz que vai ter muita dificuldade para reconstituir a produção no local. Ele pretende plantar mandioca, abóbora e milho, mas reclama que a tribo não tem um trator. Representante do Conselho dos Direitos Indígenas da região, o índio caiuá Silvio Paulo lamenta que os fazendeiros desmataram toda Panambizinho. Ele disse que os 130 índios do local vão ter que "se virar". "Aqui não tem nada, só terra." Refém de um protesto recente dos índios, o motorista Eliseu dos Santos lamenta que os índios tenham perdido suas raízes. Segundo Eliseu, os índios andam pela cidade de Dourados como mendigos. "Eles só bebem cachaça e pedem esmola. Estão iguais a mendigos. Chegam na feira no sábado e só saem no domingo à tarde."
GM, 29/11/2004, p. A8
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