From Indigenous Peoples in Brazil

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Alto índice de suicídio preocupa

02/12/2001

Fonte: A Crítica-Manaus-AM



O alto índice de suicídio entre índios ticanos foi abordado durante o 9º Seminário de Vereadores do Alto Solimões (Sevas) pelo vereador do Município de Benjamin Constant (a 1.116 quilômetros de Manaus), Ademício Suzana Bastos (PSDB), 33, um índio tucano. Ele contou que somente nos últimos dois anos 70 pessoas com idades que variam de 13 a 25 anos se mataram.


A falta de perspectiva de vida é o principal problema existente para a população de cerca de 33 mil ticunas existentes no Alto Solimões, a maioria vivendo na área do Município de São Paulo de Olivença. "Há muita discriminação. O próprio índio não tem instrumentos para saber o valor que tem e o que se vê é a baixa auto-estima e depressão, o que leva ao suicídio."


O desemprego e a falta de perspectiva para os jovens também preocupa. Ademício conta que o alcoolismo é cada vez maior entre os ticunas. "O que vemos é que os índios da região, de todas as etnias, não têm perpectiva social e nem estímulo para produzir o artesanato que sabem fazer. Isso só pode levar ao desespero e à morte."


Para propor meios de viabilizar a comercialização de artesanatos, incentivar a educação e discutir a problemática tucana na região, estará sendo realizada de 13 a 17 deste mês a Assembléia Geral das Federações das Organizações das Comunidades Indígenas da Tribo Ticuna, na comunidade de Filadélfia, no Município de Benjamin Constant. Indígenas dos Estados Unidos e Nova Zelândia estarão presentes ao evento.


A realização dos Primeiros Jogos Indígenas do Alto Solimões é outra proposta de Ademício. Ele conta que há um projeto na Assembléia Legislativa do Estado (ALE) para viabilizar o evento. "É de extrema importância, sobretudo para os jovens índios, que os jogos aconteçam. São momentos de encontro, confraternização e crescimento para todos." Ele observa que no próximo ano serão realizados os Jogos Indígenas Brasileiros e, em 2004, os Jogos Indígenas Mundiais, na Grécia. "São momentos de integração e nós não devemos ficar de fora", avalia.


No Alto Solimões há as etnias ticuna, cocama, cambeba, cavichana, marubo, matis, maiuruna, culina e macu.
 

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