From Indigenous Peoples in Brazil
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PF confirma que agente armou índios
29/04/2004
Fonte: O Globo, O Pais, p.14
PF confirma que agente armou índios
Jailton de Carvalho
O diretor-geral da Polícia Federal, Paulo Lacerda, confirmou ontem que o agente federal Marcos Aurélio Soares Bonfim está entre os suspeitos de fornecer armas aos índios cintas-largas, da reserva Roosevelt, em Rondônia. O agente está preso desde o início do ano e é acusado de atuar como segurança do empresário Marcos Glika, apontado pela PF como um dos maiores compradores de diamantes dos cintas-largas. Em entrevista publicada ontem no GLOBO, o cacique Pio Cinta-Larga fez referências ao suposto envolvimento do policial com o contrabando de armas.
- Um agente da PF (Soares Bonfim) vendeu armas aos índios. Ele está preso e responde a processo administrativo. Se for comprovado o envolvimento dele, será demitido a bem do serviço público - afirmou Lacerda, em depoimento numa sessão conjunta das comissões de Minas e Energia e da Amazônia na Câmara.
Segundo as investigações da PF, Soares Bonfim, lotado em São Paulo, teria acompanhado duas viagens de Glika à reserva. Sua tarefa teria sido fornecer aos índios as armas pedidas.
Lacerda sugeriu a criação de um grupo de parlamentares e garimpeiros para acompanhar a polícia na busca de outros corpos de garimpeiros. Lacerda não sabe se existem outros mortos. Mas, como políticos de Rondônia insistem nessa possibilidade, o diretor da PF disse achar importante fazer novas buscas.
O governador de Rondônia, Ivo Cassol, se complicou ao explicar a tentativa de José Roberto Gonsalez, representante da Companhia de Mineração de Rondônia (CRM), de assinar um acordo de exploração de diamante com os cintas-largas. Gonsalez foi preso pela PF dentro da reserva Roosevelt no ano passado.
- Ele (Gonsalez) não era funcionário do governo, tinha uma representação para levar investimentos para Rondônia. A representação foi cancelada - disse o governador.
Protesto de fulniôs em frente ao Palácio do Planalto
Cerca de 80 índios fulniôs protestaram ontem em frente à rampa do Palácio do Planalto. Os índios, da comunidade Águas Belas, a 208 quilômetros de Recife, dançaram e cantaram para cobrar atenção para sua tribo.
Os seguranças acompanharam o protesto fazendo uma fila de proteção em frente à rampa. Pediram que os fulniôs se retirassem para a Praça dos Três Poderes, o que eles fizeram.
Opinião: O bom selvagem
O NOTICIÁRIO em torno do massacre dos garimpeiros pelos cintas-largas, e agora a entrevista do cacique Pio ao GLOBO, desvendam a verdadeira dimensão do problema.
EM RESUMO: índios que na vida real são garimpeiros e contrabandistas de diamantes controlam uma área enorme e rica do território nacional, por onde transitam aventureiros de todo tipo. Entre eles, policiais federais traficantes de armas, que têm os índios contrabandistas como clientes, e funcionários da Funai, alguns certamente sócios desse lucrativo e ilegal negócio.
TODO ELE, é claro, feito por baixo do pano. Daí, Brasília, ao tratar do caso, não ter o direito de cometer o pecado da ingenuidade. Vale o conselho para qualquer reserva dita indígena localizada onde existam madeira nobre e/ou jazidas minerais.
O Globo, 29/04/2004, p. 14
Jailton de Carvalho
O diretor-geral da Polícia Federal, Paulo Lacerda, confirmou ontem que o agente federal Marcos Aurélio Soares Bonfim está entre os suspeitos de fornecer armas aos índios cintas-largas, da reserva Roosevelt, em Rondônia. O agente está preso desde o início do ano e é acusado de atuar como segurança do empresário Marcos Glika, apontado pela PF como um dos maiores compradores de diamantes dos cintas-largas. Em entrevista publicada ontem no GLOBO, o cacique Pio Cinta-Larga fez referências ao suposto envolvimento do policial com o contrabando de armas.
- Um agente da PF (Soares Bonfim) vendeu armas aos índios. Ele está preso e responde a processo administrativo. Se for comprovado o envolvimento dele, será demitido a bem do serviço público - afirmou Lacerda, em depoimento numa sessão conjunta das comissões de Minas e Energia e da Amazônia na Câmara.
Segundo as investigações da PF, Soares Bonfim, lotado em São Paulo, teria acompanhado duas viagens de Glika à reserva. Sua tarefa teria sido fornecer aos índios as armas pedidas.
Lacerda sugeriu a criação de um grupo de parlamentares e garimpeiros para acompanhar a polícia na busca de outros corpos de garimpeiros. Lacerda não sabe se existem outros mortos. Mas, como políticos de Rondônia insistem nessa possibilidade, o diretor da PF disse achar importante fazer novas buscas.
O governador de Rondônia, Ivo Cassol, se complicou ao explicar a tentativa de José Roberto Gonsalez, representante da Companhia de Mineração de Rondônia (CRM), de assinar um acordo de exploração de diamante com os cintas-largas. Gonsalez foi preso pela PF dentro da reserva Roosevelt no ano passado.
- Ele (Gonsalez) não era funcionário do governo, tinha uma representação para levar investimentos para Rondônia. A representação foi cancelada - disse o governador.
Protesto de fulniôs em frente ao Palácio do Planalto
Cerca de 80 índios fulniôs protestaram ontem em frente à rampa do Palácio do Planalto. Os índios, da comunidade Águas Belas, a 208 quilômetros de Recife, dançaram e cantaram para cobrar atenção para sua tribo.
Os seguranças acompanharam o protesto fazendo uma fila de proteção em frente à rampa. Pediram que os fulniôs se retirassem para a Praça dos Três Poderes, o que eles fizeram.
Opinião: O bom selvagem
O NOTICIÁRIO em torno do massacre dos garimpeiros pelos cintas-largas, e agora a entrevista do cacique Pio ao GLOBO, desvendam a verdadeira dimensão do problema.
EM RESUMO: índios que na vida real são garimpeiros e contrabandistas de diamantes controlam uma área enorme e rica do território nacional, por onde transitam aventureiros de todo tipo. Entre eles, policiais federais traficantes de armas, que têm os índios contrabandistas como clientes, e funcionários da Funai, alguns certamente sócios desse lucrativo e ilegal negócio.
TODO ELE, é claro, feito por baixo do pano. Daí, Brasília, ao tratar do caso, não ter o direito de cometer o pecado da ingenuidade. Vale o conselho para qualquer reserva dita indígena localizada onde existam madeira nobre e/ou jazidas minerais.
O Globo, 29/04/2004, p. 14
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