From Indigenous Peoples in Brazil
News
Cintas-largas matam dois em Rondônia
07/04/2006
Fonte: OESP, Nacional, p. A17
Cintas-largas matam dois em Rondônia
Garimpeiros teriam se envolvido em briga por diamantes
Dois garimpeiros de diamantes foram mortos a tiros por um índio cinta-larga na última quarta-feira, na aldeia do cacique João Bravo, na Reserva Roosevelt. Um terceiro garimpeiro, Arionilsol Bispo da Silva, foi baleado e socorrido depois de andar três quilômetros até uma base da Polícia Federal, na entrada da terra indígena, em Espigão do Oeste, a 580 quilômetros de Porto Velho.
Há exatos dois anos, 29 garimpeiros foram executados na Reserva Roosevelt.
Agentes da Polícia Federal entraram ontem à tarde na terra dos cintas-largas para procurar os corpos. As vítimas ainda não foram identificadas. Silva disse não conhecer o autor dos disparos. Ele contou que o grupo de garimpeiros tinha uma dívida com os índios e houve briga durante a partilha de pedras.
A extração de recursos minerais é proibida nas reservas, mas a Roosevelt, que abriga uma das maiores jazidas de diamante do mundo, é invadida por garimpeiros com freqüência. Muitos estão lá autorizados pelos índios, que cobram pedágio de R$ 15 mil a R$ 20 mil, em diamantes, por pessoa, a cada período de 20 dias na reserva.
Silva contou que só não morreu porque foi socorrido por alguns índios, que o levariam numa caminhonete até a base da PF. O veículo quebrou e ele prosseguiu a pé. O garimpeiro foi encaminhado a um hospital em Cacoal, a 500 quilômetros de Porto Velho, e está fora de perigo.
O diretor da PF para Operações de Fronteiras, delegado Mauro Sposito, disse que apesar das mortes o garimpo "está praticamente vazio" por causa da alta incidência de malária e da fiscalização da PF. Não foi o que declarou ao Estado, no dia 17 de março, o secretário-executivo do Ministério da Justiça, Luiz Paulo Barreto. Ele admitiu que cerca de 300 garimpeiros atuavam clandestinamente na reserva naquele momento e prometeu uma "grande operação" da PF para esvaziar o garimpo "nos próximos dias".
Os dois garimpeiros morreram 19 dias depois da promessa ainda não cumprida. Procurado, o Ministério da Justiça não havia se pronunciado até o fechamento desta edição. O governo deve apresentar ainda este mês um projeto de lei regulamentando a extração de recursos minerais em terra indígena.
Ontem, em Dourados (MS), o sétimo índio acusado pela morte de dois policiais civis se entregou. Identificado apenas como Carlito, o guarani-caiová apresentou-se após negociação da Funai para transferir todos os índios detidos de uma delegacia para a carceragem da Polícia Federal na cidade.
OESP, 07/04/2006, Nacional, p. A17
Garimpeiros teriam se envolvido em briga por diamantes
Dois garimpeiros de diamantes foram mortos a tiros por um índio cinta-larga na última quarta-feira, na aldeia do cacique João Bravo, na Reserva Roosevelt. Um terceiro garimpeiro, Arionilsol Bispo da Silva, foi baleado e socorrido depois de andar três quilômetros até uma base da Polícia Federal, na entrada da terra indígena, em Espigão do Oeste, a 580 quilômetros de Porto Velho.
Há exatos dois anos, 29 garimpeiros foram executados na Reserva Roosevelt.
Agentes da Polícia Federal entraram ontem à tarde na terra dos cintas-largas para procurar os corpos. As vítimas ainda não foram identificadas. Silva disse não conhecer o autor dos disparos. Ele contou que o grupo de garimpeiros tinha uma dívida com os índios e houve briga durante a partilha de pedras.
A extração de recursos minerais é proibida nas reservas, mas a Roosevelt, que abriga uma das maiores jazidas de diamante do mundo, é invadida por garimpeiros com freqüência. Muitos estão lá autorizados pelos índios, que cobram pedágio de R$ 15 mil a R$ 20 mil, em diamantes, por pessoa, a cada período de 20 dias na reserva.
Silva contou que só não morreu porque foi socorrido por alguns índios, que o levariam numa caminhonete até a base da PF. O veículo quebrou e ele prosseguiu a pé. O garimpeiro foi encaminhado a um hospital em Cacoal, a 500 quilômetros de Porto Velho, e está fora de perigo.
O diretor da PF para Operações de Fronteiras, delegado Mauro Sposito, disse que apesar das mortes o garimpo "está praticamente vazio" por causa da alta incidência de malária e da fiscalização da PF. Não foi o que declarou ao Estado, no dia 17 de março, o secretário-executivo do Ministério da Justiça, Luiz Paulo Barreto. Ele admitiu que cerca de 300 garimpeiros atuavam clandestinamente na reserva naquele momento e prometeu uma "grande operação" da PF para esvaziar o garimpo "nos próximos dias".
Os dois garimpeiros morreram 19 dias depois da promessa ainda não cumprida. Procurado, o Ministério da Justiça não havia se pronunciado até o fechamento desta edição. O governo deve apresentar ainda este mês um projeto de lei regulamentando a extração de recursos minerais em terra indígena.
Ontem, em Dourados (MS), o sétimo índio acusado pela morte de dois policiais civis se entregou. Identificado apenas como Carlito, o guarani-caiová apresentou-se após negociação da Funai para transferir todos os índios detidos de uma delegacia para a carceragem da Polícia Federal na cidade.
OESP, 07/04/2006, Nacional, p. A17
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