From Indigenous Peoples in Brazil
News
Médico que esterilizou índias é suspenso
30/04/2002
Autor: Heliana Frazão
Fonte: O Globo-Rio de Janeiro-RJ
O registro de médico do deputado Roland Lavigne (PMDB-BA) foi suspenso por 30 dias por decisão do Conselho Regional de Medicina da Bahia (Cremeb). A suspensão, em vigor desde o dia 19 passado, foi provocada pela denúncia, publicada no GLOBO há quatro anos, de que o médico deputado fizera ligadura de trompas em 23 índias pataxó hã-hã-hãe, no Sul da Bahia.
A decisão complicou a vida do parlamentar, que enfrenta grandes dificuldades para se reeleger. Há pouco mais de um ano, Lavigne perdeu o apoio do ex-senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) ao rebelar-se contra as forças carlistas e ingressar, com mais seis deputados, no PMDB.
O secretário-geral Márcio Maia disse que o Cremeb abriu o processo investigativo ao tomar conhecimento das denúncias, culminando na decisão tomada dia 19 pela 1 Câmara. Ele lembrou, porém, que o médico tem direito de recorrer da decisão e que, embora seja uma penalidade temporária, é uma pena dura, sob o ponto de vista moral.
Lavigne enfrenta outro processo no Ministério Público do Estado em Ilhéus, por prática de ilícito eleitoral, que ainda está em fase de tomada de depoimentos. O Ministério Público investiga se o parlamentar fez as ligaduras em troca de voto. Uma das provas são os santinhos distribuídos às índias, nos períodos de campanha, com o número do candidato.
No Conselho Indigenista Missionário (Cimi), em Itabuna, a decisão foi recebida com surpresa.
- Já nem esperávamos por uma punição, depois de tanto tempo. O próprio deputado dizia que as denúncias resultariam em nada, mas antes tarde do que nunca - disse o missionário Antônio Eduardo Cerqueira.
Cerqueira diz que as cirurgias de laqueadura em índias pataxó hã-hã-hãe são um fato grave e que ainda acontece na região. Ele citou a morte de uma índia, identificada como Marilene, em 17 de fevereiro passado. Segundo os índios da tribo, ela morreu em decorrência de um processo de esterilização quando deveria ter sido submetida a outro tipo de cirurgia.
Lavigne tem como principal reduto eleitoral as cidades de Itabuna, Ilhéus, Una e Itaju do Colônia, mas faz campanha em todo o Sul do estado.
A decisão complicou a vida do parlamentar, que enfrenta grandes dificuldades para se reeleger. Há pouco mais de um ano, Lavigne perdeu o apoio do ex-senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) ao rebelar-se contra as forças carlistas e ingressar, com mais seis deputados, no PMDB.
O secretário-geral Márcio Maia disse que o Cremeb abriu o processo investigativo ao tomar conhecimento das denúncias, culminando na decisão tomada dia 19 pela 1 Câmara. Ele lembrou, porém, que o médico tem direito de recorrer da decisão e que, embora seja uma penalidade temporária, é uma pena dura, sob o ponto de vista moral.
Lavigne enfrenta outro processo no Ministério Público do Estado em Ilhéus, por prática de ilícito eleitoral, que ainda está em fase de tomada de depoimentos. O Ministério Público investiga se o parlamentar fez as ligaduras em troca de voto. Uma das provas são os santinhos distribuídos às índias, nos períodos de campanha, com o número do candidato.
No Conselho Indigenista Missionário (Cimi), em Itabuna, a decisão foi recebida com surpresa.
- Já nem esperávamos por uma punição, depois de tanto tempo. O próprio deputado dizia que as denúncias resultariam em nada, mas antes tarde do que nunca - disse o missionário Antônio Eduardo Cerqueira.
Cerqueira diz que as cirurgias de laqueadura em índias pataxó hã-hã-hãe são um fato grave e que ainda acontece na região. Ele citou a morte de uma índia, identificada como Marilene, em 17 de fevereiro passado. Segundo os índios da tribo, ela morreu em decorrência de um processo de esterilização quando deveria ter sido submetida a outro tipo de cirurgia.
Lavigne tem como principal reduto eleitoral as cidades de Itabuna, Ilhéus, Una e Itaju do Colônia, mas faz campanha em todo o Sul do estado.
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