From Indigenous Peoples in Brazil

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As recentes ocupações e retomadas do MST e dos Pataxó no Monte

19/04/2002

Autor: Ana Magda Carvalho

Fonte: Anaí-Pineb



As recentes ocupações e retomadas de terras do MST e dos índios Pataxó no Monte Pascoal colocam os fazendeiros em estado de alerta
O mês de abril tem para os sem-terra e os povos indígenas significados especiais e parecidos.
Neste mês têm ocorrido mobilizações de protesto, revolta e indignação, ante a forte lembrança do massacre impune do Eldorado dos Carajás, em 17 de abril, e a pálida lembrança do Dia do Índio, 19 de abril. Neste momento, famílias de sem-terra ocupam fazendas em todo o Brasil, inclusive aqui na Bahia, enquanto que nas imediações do Monte Pascoal, território tradicional indígena, 100 combatentes Pataxó convidam os fazendeiros invasores a se retirar. São retomadas de aguerridas lutas pelo direito elementar à vida, à terra e
a um "território de ocupação tradicional". E é neste momento que tanto no Monte Pascoal, quanto nas dezenas de ocupações dos sem-terra pelo Brasil, os fazendeiros posicionam-se em estado de alerta, como sempre, acionando a aparelhagem do Estado, como a polícia, para fazerem valer os seus interesses latifundistas e racistas. Os organismos e instâncias independentes, principalmente aquelas ligadas aos Direitos Humanos, devem, por isso mesmo,
se posicionar também em estado de alerta máximo, acompanhando e observando esses legítimos processos de retomadas e ocupações. Ademais, devemos todos estar atentos às
outras monobras e conluios. No Pontal do Paranapanema, a UDR (União Democrática Ruralista) arma-se de polícia e de milicianos para ameaçar os Sem-Terra, e enquanto que, no
entorno do Monte Pascoal, os fazendeiros, além de acionarem polícia e outros aparelhos, sem nenhum floreio, declaram à imprensa que estão saindo pacificamente das áreas retomadas pois pretendem "conversar com a FUNAI, negociar, chegar a um acordo e começar de novo", conforme afirmou um deles para o jornal A Tarde, em matéria publicada ontem, 17 de abril de
2002. É por isso que neste presente mês de abril, índios e sem-terra lutam, protestam, mobilizam suas fileiras, ocupando e retomando terras, para fazer lembrar aos mais esquecidos - ou aos que querem esquecer -- dos mortos e feridos de sempre, e da história das dívidas da nação brasileira, construída a "lombo de índio", do negro e dos miseráveis do campo.
 

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