From Indigenous Peoples in Brazil

News

MONTE RORAIMA - Índios Ingarikó discutem ecoturismo

18/10/2007

Autor: Andrezza Trajano

Fonte: Folha de Boa Vista




Um assunto que mereceu destaque durante a IX Assembléia Geral e a IV Assembléia do Conselho do Povo Indígena Ingarikó (Coping), realizadas do dia 15 até hoje, na comunidade de Manalai, terra indígena Raposa Serra do Sol, foi a discussão sobre o Ecoturismo no Parque Nacional Monte Roraima. Para o presidente do Coping, Dílson Ingarikó, desenvolver o turismo na região não é uma questão de lucros.

"Temos muitas belezas que precisam ser preservadas, mas que também podem ser divididas com outras pessoas. Desenvolvendo o Ecoturismo no Parque Nacional estaremos divulgando a nossa cultura e proporcionando uma melhor qualidade de vida para o nosso povo", disse.

Segundo o analista ambiental Carlos Dantas, existe apenas um projeto semelhante a esse no Brasil. Os índios Tapaxó, no Sul da Bahia, são responsáveis pela manutenção e turismo no Parque Nacional do Descobrimento.

Uma gestão compartilhada, envolvendo o Coping, Fundação Nacional do Índio (Funai) e o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), será responsável pelo projeto no Estado.

Durante o evento foi criado um Grupo de Trabalho (GT) composto por seis índios Ingarikó, quatro funcionários da Funai e quatro do Ibama, para gerenciar o trabalho no Parque Nacional Monte Roraima. Um documento assinado por representantes do GT regulamentando o Ecoturismo será encaminhado para o Ministério da Justiça e do Meio Ambiente.

Para que o desenvolvimento sustentável nas comunidades indígenas seja adquirido, é necessário planejamento e reconhecimento de que os recursos naturais são finitos, segundo Dílson Ingarikó. Esse conceito representa uma nova forma de desenvolvimento econômico, que se preocupa com o meio ambiente, sem resultar no esgotamento dos recursos naturais dos quais outras gerações de índios irão precisar.

Uma outra forma de manter a sustentabilidade na região é preservar as áreas de fronteiras. De acordo com o presidente do Coping, a fronteira brasileira com a Guiana e a Venezuela tem sido invadida freqüentemente por estrangeiros. A falta de fiscalização é um dos principais motivos. Existem denúncias de que índios estariam sendo agredidos e os minérios da região roubados.

Para tentar solucionar o problema, oito índios jovens serão os responsáveis pela fiscalização, impedindo a passagem ilegal de índios e não-índios. Uma proposta será encaminhada ao Governo Federal para que consolide a parceria e capacite os indígenas por meio de um convênio com o Ibama.

O progresso é inevitável e todos sabem, tendo inclusive, chegado há muito tempo nas áreas indígenas. Junto com esse avanço vêm as indústrias, máquinas, globalização e também a degradação ambiental. De acordo com Dílson, o povo Ingarikó não precisa se preocupar. "Vamos aliar desenvolvimento econômico com conservação ambiental", finaliza. O meio ambiente agradece.
 

The news items published by the Indigenous Peoples in Brazil site are researched daily from a variety of media outlets and transcribed as presented by their original source. ISA is not responsible for the opinios expressed or errors contained in these texts. Please report any errors in the news items directly to the source