From Indigenous Peoples in Brazil
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Índios dizem que prefeito de Japorã é discriminatório
23/10/2007
Fonte: MS Notícias
Aldeia de Japorã clama por socorro. Os índios acusam prefeito Rubens Freire Marinho de ser discriminatório. Eles afirmam que só atende aqueles que são considerados seus companheiros políticos. O Diário MS foi procurada por indígenas pertencentes a aldeia Porto Lindo, situada no município de Japorã, no extremo Sul de MS, na divisa com o Paraguai.
O grupo relatou as dificuldades que vem enfrentando e a falta de apoio para preparar a terra e para o plantio das culturas de subsistência. Em gestões anteriores - informam os indígenas -a prefeitura destinava trator, sementes, e apoiava o setor produtivo.
Segundo eles, na reserva Porto Lindo, a 30 quilômetros da cidade, residem mais de 4 mil indígenas. "Nossa aldeia já foi referência nacional em produção e desenvolvimento em 2001/2002, e em 2005 chegou a ser a melhor do Estado em produtividade", conta o professor indígena Eugênio Gonçalvez.
Após aquela conquista, e desde que o prefeito Rubens Freire Marinho assumiu o comando da Prefeitura, relatam os indígenas - o atendimento da Prefeitura para o setor produtivo deixou de existir. "Está há mais de três anos parado", reclama o grupo.
Ao explicar o que está parado, os indígenas contam que depois de tanto tempo, há um mês a Prefeitura reiniciou os trabalhos na reserva. "Parece que o prefeito está brincando com a comunidade, porque só estão sendo atendidos quem ele escolheu, determinou ou autorizou, e são aqueles que filiaram no partido dele. Quem não filiou está sendo tratado como adversário. Não é companheiro, então ele não ajuda. Não atende".
CLIMA DE TENSÃO
Continuando as explicações, os indígenas apontam que o sistema adotado pelo prefeito Rubão está provocando um clima de tensão dentro da aldeia. "Lá, todos somos irmãos. Mas está um clima terrível, desagradável, de constrangimento, porque um grupo é atendido, outro não, às vezes, vem o trator e trabalha no lote do lado, mas não trabalha no outro. Aí vamos pedir pra ser atendido e a resposta é que não foi autorizado porque não é do grupo político do prefeito. E precisamos de socorro porque este é o pleno momento de preparar a terra, tombar, gradear, arar. Mas atende somente a quem ele escolhe. E temos a orientação para esperar, porque nos falam que ano que vem vai atender 100 por cento da aldeia. Mas aí já é ano político. Não queremos política. Queremos produzir", clamam os indígenas.
A reportagem foi a Japorã e confirmou as reclamações. No Grupo 6, por exemplo, em apenas algumas áreas, um dos três tratores que o Município tem na reserva fez o trabalho de preparo do solo. A explicação seria a de que o tratorista da Prefeitura já sai com o mapa na mão ou nome de quem pode ser atendido. "Foi feita coisa rápida. O restante deixou para trás. Pularam a área aqui e também não passa mais ali. Na enxada é impossível prepararmos toda a área", mostraram os indígenas de sobrenome Cáceres e Acosta.
Outra reclamação apresentada ao Diário MS é que também não serão fornecidas sementes, como acontecia na administração anterior. "Também precisamos de semente. Sem a agricultura a coisa não anda e tudo fica pior para nossas famílias".
Os índios da aldeira Porto Lindo dizem não entender porque estão sofrendo tanta discriminação por parte do prefeito Rubão. "Só vemos que quem não filiou não tem direito. Mas o direito é de todos. Por isso, estamos convidando a imprensa pra visitar nossa aldeia e saber o que está acontecendo".
CABEÇANTE
Antes da gestão do prefeito Rubens Marinho - explicam os indígenas - funcionava bem o sistema de "cabeçante", que são líderes indígenas naturais dentro grupos. "Eles é que recebiam as reclamações e encaminhavam pra resolver. Eles organizavam, inclusive, a distribuição das sementes, e o trabalho do trator dentro da reserva. Mas o prefeito Rubão veio e tirou os cabeçantes que existiam e colocou gente dele. Agora, tudo está esquisito. Difícil. Não funciona mais porque o cabeçante está sendo manipulado pelo prefeito".
"Esta situação já está criando atrito entre os próprios índios, pois, sentimos o problema de discriminação. Embora não somos adversários, mas a interferência do prefeito está criando um conflito interno. Por isso, estamos decepcionados, e é muito grande a "pressão do prefeito". Queremos que tudo isso acabe e que o Município atenda todos por igual. Precisamos de apoio para preparar a terra e de sementes, principalmente porque o plantio é manual, na matraca", clamaram os indígenas.
O grupo relatou as dificuldades que vem enfrentando e a falta de apoio para preparar a terra e para o plantio das culturas de subsistência. Em gestões anteriores - informam os indígenas -a prefeitura destinava trator, sementes, e apoiava o setor produtivo.
Segundo eles, na reserva Porto Lindo, a 30 quilômetros da cidade, residem mais de 4 mil indígenas. "Nossa aldeia já foi referência nacional em produção e desenvolvimento em 2001/2002, e em 2005 chegou a ser a melhor do Estado em produtividade", conta o professor indígena Eugênio Gonçalvez.
Após aquela conquista, e desde que o prefeito Rubens Freire Marinho assumiu o comando da Prefeitura, relatam os indígenas - o atendimento da Prefeitura para o setor produtivo deixou de existir. "Está há mais de três anos parado", reclama o grupo.
Ao explicar o que está parado, os indígenas contam que depois de tanto tempo, há um mês a Prefeitura reiniciou os trabalhos na reserva. "Parece que o prefeito está brincando com a comunidade, porque só estão sendo atendidos quem ele escolheu, determinou ou autorizou, e são aqueles que filiaram no partido dele. Quem não filiou está sendo tratado como adversário. Não é companheiro, então ele não ajuda. Não atende".
CLIMA DE TENSÃO
Continuando as explicações, os indígenas apontam que o sistema adotado pelo prefeito Rubão está provocando um clima de tensão dentro da aldeia. "Lá, todos somos irmãos. Mas está um clima terrível, desagradável, de constrangimento, porque um grupo é atendido, outro não, às vezes, vem o trator e trabalha no lote do lado, mas não trabalha no outro. Aí vamos pedir pra ser atendido e a resposta é que não foi autorizado porque não é do grupo político do prefeito. E precisamos de socorro porque este é o pleno momento de preparar a terra, tombar, gradear, arar. Mas atende somente a quem ele escolhe. E temos a orientação para esperar, porque nos falam que ano que vem vai atender 100 por cento da aldeia. Mas aí já é ano político. Não queremos política. Queremos produzir", clamam os indígenas.
A reportagem foi a Japorã e confirmou as reclamações. No Grupo 6, por exemplo, em apenas algumas áreas, um dos três tratores que o Município tem na reserva fez o trabalho de preparo do solo. A explicação seria a de que o tratorista da Prefeitura já sai com o mapa na mão ou nome de quem pode ser atendido. "Foi feita coisa rápida. O restante deixou para trás. Pularam a área aqui e também não passa mais ali. Na enxada é impossível prepararmos toda a área", mostraram os indígenas de sobrenome Cáceres e Acosta.
Outra reclamação apresentada ao Diário MS é que também não serão fornecidas sementes, como acontecia na administração anterior. "Também precisamos de semente. Sem a agricultura a coisa não anda e tudo fica pior para nossas famílias".
Os índios da aldeira Porto Lindo dizem não entender porque estão sofrendo tanta discriminação por parte do prefeito Rubão. "Só vemos que quem não filiou não tem direito. Mas o direito é de todos. Por isso, estamos convidando a imprensa pra visitar nossa aldeia e saber o que está acontecendo".
CABEÇANTE
Antes da gestão do prefeito Rubens Marinho - explicam os indígenas - funcionava bem o sistema de "cabeçante", que são líderes indígenas naturais dentro grupos. "Eles é que recebiam as reclamações e encaminhavam pra resolver. Eles organizavam, inclusive, a distribuição das sementes, e o trabalho do trator dentro da reserva. Mas o prefeito Rubão veio e tirou os cabeçantes que existiam e colocou gente dele. Agora, tudo está esquisito. Difícil. Não funciona mais porque o cabeçante está sendo manipulado pelo prefeito".
"Esta situação já está criando atrito entre os próprios índios, pois, sentimos o problema de discriminação. Embora não somos adversários, mas a interferência do prefeito está criando um conflito interno. Por isso, estamos decepcionados, e é muito grande a "pressão do prefeito". Queremos que tudo isso acabe e que o Município atenda todos por igual. Precisamos de apoio para preparar a terra e de sementes, principalmente porque o plantio é manual, na matraca", clamaram os indígenas.
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