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Polícia Federal prende líder arrozeiro na terra indígena Raposa Serra do Sol

31/03/2008

Autor: Luana Lourenço

Fonte: Agência Brasil



A Polícia Federal em Roraima prendeu hoje (31) o líder arrozeiro Paulo César Quartiero durante manifestação contra a retirada de não-índios da Terra Indígena Raposa Serra do Sol, área de 1,7 milhão de hectares. Quartiero é presidente da Associação dos Arrozeiros do estado e defende a permanência dos produtores de arroz na área.

Segundo o delegado da PF, Romero Fernando Teixeira, Quartiero liderou o protesto que interditou a BR-355 e destruiu uma ponte próxima à terra indígena. A manifestação foi desencadeada pela expectativa dos produtores agrícolas de que a PF começasse hoje a retirar os não-indígenas da reserva.

"A operação já está em curso, mas não houve desintrusão [retirada]", afirmou Teixeira em entrevista à Agência Brasil, por telefone.

Na semana passada, o procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza, enviou ao presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e ao ministro da Justiça, Tarso Genro, uma recomendação para que promovam a imediata retirada dos ocupantes não-indígenas da Raposa Serra do Sol.

O líder arrozeiro está sendo autuado por desacato à autoridade, obstrução de rodovia federal e incitação contra a ordem pública, de acordo com o delegado.

Mais cedo, o superintendente na PF no estado, Ivan Herrero, informou que a retirada será coordenada pela Superintendência em Brasília, que ainda não enviou nenhuma convocação nesse sentido às autoridades em Boa Vista, capital do estado.

Em entrevista concedida em janeiro, Quartiero disse não acreditar na realização de uma operação para retirar os produtores à força. "Isso já é um assunto superado porque não tem condição de ser efetivada uma operação dessa. A população de Roraima não aceita o intervencionismo do governo federal com medidas antidemocráticas e ditatoriais", disse na ocasião.

A homologação da terra indígena, em abril de 2005, é definida pelo arrozeiro como "medida fraudulenta". Ele ressalta que a atividade agrícola gera R$ 130 milhões de faturamento bruto por ano e fortalece a economia do estado.
 

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