From Indigenous Peoples in Brazil

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Após 2 anos do massacre, comunidade vive amedrontada

01/04/2008

Fonte: Aquidauana News



Há exatos 2 anos do massacre de policiais na MS 176, na região do Porto Cambira, a comunidade vive amedrontada. Levando em conta os altos índices de criminalidade que estão sendo registradas nas 11 aldeias da região as Grande Dourados e da falta de policiais, as lideranças resolveram realizar um abaixo-assinado com 1.500 assinaturas pelo retorno da Segurança Pública no local. O documento deve ser encaminhado para o ministério Público nos próximos dias. O cancelamento da entrada de policiais na reserva de Dourados foi expedido pela Justiça após a morte de dois policiais civis e tentativa de outro ocorrido no dia 1º de abril de 2006, durante um trabalho de investigação.

Para o indígena da aldeia Jaguapirú, Sebastião Fernandes, de 51 anos, é injusta toda uma comunidade pagar pelos erros de um grupo isolado. "Os culpados pelo crime já estão presos, não é justo que toda a reserva fique sem segurança, que é o dever mínimo do Estado para com os cidadãos".

Sebastião conta que apesar da Operação Sucuri estar ativada, os indígenas não se sentem seguros. "Os policiais só atuam durante o dia, quando a noite os perigos são maiores. Quando a Polícia Militar estava na aldeia havia mais segurança. Era só ligar e os policiais estavam lá. Agora eles dependem de autorização da Funai e isso vem contribuindo para o aumento no número de crimes nas aldeias", conta.
O índio conta que na Jaguapirú uma família inteira está desabrigada desde a semana passada, depois que atearam fogo na casa. "Foi um incêndio criminoso. Mãe e filhos estão debaixo de uma árvore enfrentando frio, sol e chuva. As vítimas só conseguiram uma cesta básica. Mais nada. O autor do crime está solto, ameaçando fazer novas vítimas", revela.
Sebastião lembra que todo o trabalho da Polícia no interior das reservas recebe o apoio dos indígenas. "Todas as vezes que a Justiça nos procura para ajudar a localizar um indivíduo ou até mesmo desvendar um caso, nós vamos ao encontro da justiça e atendemos as solicitações. A gente só quer que a Polícia Militar, a Civil, Bombeiros, e todos os organismos de segurança volte a atuar nas aldeias como era antes", pede.

Segundo ele, alcoolismo, prostituição, trafico de drogas e outros crimes estão cada vez mais intensos e prejudicando as pessoas de bem que ali residem. "A comunidade teme. Estamos preocupados com o futuro dos indígenas, se tudo permanecer como está", conta.

O indígena relata que recentemente um senhor estava armado ameaçando uma família de morte. Ele entrou em contato com a Sucuri, que não foi ao local, porque estava atendendo uma ocorrência em outra localidade. "Ficamos totalmente desprotegidos. Se vamos atrás de prender os infratores corremos riscos de mortes", ressalta.
 

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