From Indigenous Peoples in Brazil

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Nova ponte é destruída e clima de tensão permanece em Roraima

04/04/2008

Autor: Marco Antônio Soalheiro

Fonte: Agência Brasil



O aparentemente inevitável confronto entre Polícia Federal e manifestantes que prometem resistir à retirada de não-índios da Terra Indígena Raposa Serra do Sol ainda não foi deflagrado, mas teve hoje (4) novos capítulos preliminares.

Outra via de acesso à área ficou inviabilizada com a destruição de uma ponte sobre o Rio Maú, na divisa do Brasil com a Guiana. Mais agentes e equipamentos continuam chegando à capital de Roraima para reforçar o contingente da Polícia Federal. Servidores da Funai e tuxauas favoráveis à expulsão dos arrozeiros também se reuniram para avaliar o quadro.

O delegado responsável pela Operação Upatakon 3, Romero Teixeira, mantém o sigilo que tem caracterizado a atuação dos agentes. Ele apenas confirmou que a Polícia Federal permanecerá em Roraima "o tempo que for necessário para a pacificação da região".

Simpatizantes dos arrozeiros disseram que seis viaturas da Polícia Federal teriam ido a uma fazenda perto da vila e recuado. Mas não há informação confiável de uma tentativa de ofensiva policial ao local. Outro boato corrente, ouvido pela reportagem na sede do governo do estado, é o de que manifestantes poderão interditar com caminhões a BR-174, após uma suposta tentativa frustrada.

A Terra Indígena está neste momento praticamente isolada por via terrestre, de carro pequeno. O caminho pela BR-174 também tem pontes destruídas na estrada que liga a rodovia federal à Vila Surumu. Em uma outra estrada, pelo povoado de Passarão, uma ponte não resistiu à passagem de um caminhão pesado e tombou.

Restaria apenas uma estrada vicinal pouco conhecida e "que só dá para passar no verão", segundo o líder dos arrozeiros, Paulo César Quartiero. Ele jura não ter ordenado a derrubada de nenhuma das pontes: "Não sei [a autoria]. Eu não fui".

Sobre os pregos espalhados na estrada de acesso à Vila Surumu, conforme presenciou ontem a Agência Brasil, o líder do grupo de resistência dá a mesma resposta, negativa, mas provoca: "Os federais não queriam que houvesse flores lá, né". E condiciona a tranqüilidade do final de semana na região ao comportamento dos agentes da operação.
 

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