From Indigenous Peoples in Brazil
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Tribo dos saterés está de luto com morte de líder
24/08/2002
Fonte: A Critica-Manaus-AM
Uma das principais lideranças dos índios saterés-maués, do rio Andirá, Município de Barreirinha (a 328 quilômetros de Manaus), o capitão Raimundo Ferreira da Silva, o Dico Sareté, morreu na última terça-feira, em Manaus. Dico estava internado no Hospital Adventista e morreu de parada cardíaca, provocada pelo diabetes, informou o filho dele, Ismael Ferreira da Silva, provável sucessor na liderança da aldeia.
Aos 70 anos de idade, Dico era uma referência do povo sateré. Na década de 80, ele negociou na Justiça uma indenização da empresa francesa Elf Equitaine, responsável pela implosão de dinamites durante pesquisas para detectar petróleo na reserva. O material explosivo matou peixes, animais e três índios da aldeia. Mas isso ainda será definido pelas lideranças internas da tribo.
Com o dinheiro recebido, o capitão comprou barcos e equipamentos para a aldeia, disse Ismael, que acompanhou o pai durante o tratamento médico em Manaus, durante 30 dias. O enterro aconteceu ontem pela manhã, no Cemitério Parque Tarumã, onde estão enterradas a mãe e uma irmã dele.
Além de comandar a luta dos índios saterés pela indenização contra a empresa francesa, Dico Sateré liderou a tribo também na luta pela demarcação das terras, informou o tuxaua geral João Sateré. Essa luta, segundo João, foi empreendida na década de 80 em conjunto com o Conselho Indigenista Missionário (Cimi) e Fundação Nacional do Índio (Funai) e acabou vitoriosa. "Ele foi referência na luta pelos direitos indígenas contra invasores como regatões e pescadores", disse João Sateré.
A importância da luta de Dico ganhou destaque no livro escrito pela indigenista Sônia Loren, relatando todo o processo na briga na Justiça contra a empresa francesa. "Foi um momento histórico para os índios da Amazônia", afirmou Ismael.
A Associação de Mulheres Indígenas Sareté-Maué divulgou nota lamentando a morte do capitão. A coordenadora da associação, Zenilda Silva Vilacio, disse que apesar do grande vazio, Dico Sateré deixa um grande exemplo de luta permanente que deverá estimular os saterés a levar em frente as bandeiras de luta que ainda restam. Essas lutas referem-se agora não mais à demarcação das terras, mas a sustentabilidade da terra e a preservação da cultura.
Aos 70 anos de idade, Dico era uma referência do povo sateré. Na década de 80, ele negociou na Justiça uma indenização da empresa francesa Elf Equitaine, responsável pela implosão de dinamites durante pesquisas para detectar petróleo na reserva. O material explosivo matou peixes, animais e três índios da aldeia. Mas isso ainda será definido pelas lideranças internas da tribo.
Com o dinheiro recebido, o capitão comprou barcos e equipamentos para a aldeia, disse Ismael, que acompanhou o pai durante o tratamento médico em Manaus, durante 30 dias. O enterro aconteceu ontem pela manhã, no Cemitério Parque Tarumã, onde estão enterradas a mãe e uma irmã dele.
Além de comandar a luta dos índios saterés pela indenização contra a empresa francesa, Dico Sateré liderou a tribo também na luta pela demarcação das terras, informou o tuxaua geral João Sateré. Essa luta, segundo João, foi empreendida na década de 80 em conjunto com o Conselho Indigenista Missionário (Cimi) e Fundação Nacional do Índio (Funai) e acabou vitoriosa. "Ele foi referência na luta pelos direitos indígenas contra invasores como regatões e pescadores", disse João Sateré.
A importância da luta de Dico ganhou destaque no livro escrito pela indigenista Sônia Loren, relatando todo o processo na briga na Justiça contra a empresa francesa. "Foi um momento histórico para os índios da Amazônia", afirmou Ismael.
A Associação de Mulheres Indígenas Sareté-Maué divulgou nota lamentando a morte do capitão. A coordenadora da associação, Zenilda Silva Vilacio, disse que apesar do grande vazio, Dico Sateré deixa um grande exemplo de luta permanente que deverá estimular os saterés a levar em frente as bandeiras de luta que ainda restam. Essas lutas referem-se agora não mais à demarcação das terras, mas a sustentabilidade da terra e a preservação da cultura.
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