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Violência - CONDRAF entrega Nota de Repúdio ao Presidente Lula

03/07/2008

Fonte: Coiab - www.coiab.com.br



Diante da morte de Jaira Pewewiõ Tsiruipi Xavante, 16 anos, em decorrência de bárbaros atos de violência sexual sofridos, no dia 25 de junho, na Casa de Apoio à Saúde Indígena (Casai) do Distrito Federal (DF), o Conselho Nacional de Desenvolvimento Rural, Sustentável e Solidário (CONDRAF) assinou Nota de Repúdio, exigindo providências para que mais um ato de violência contra pessoas indígenas não fique impune.

O documento foi lido em plenária, aprovado e assinado pelos 1.500 delegados do CONDRAF - dos quais 48 são indígenas - que participavam da 1° Conferência Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário (CNDRSS), em Olinda (PE), dos dias 25 a 28 de junho, será entregue pelo secretário do CONDRAF, Humberto Oliveira, ao Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva.

Abaixo a Nota de Repúdio que será entregue ao Presidente da República:

NOTA DE REPÚDIO

I CONFERÊNCIA NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL E SOLIDÁRIO

OLINDA - PE, 28 DE JUNHO DE 2008

Em 26 de junho de 2008, durante a realização desta Conferência foi estuprada brutalmente, e morreu a adolescente Xavante Jayra Pewewiõ Tsiruipi, de apenas 16 anos, dentro da Casa de Apoio à Saúde Indígena de Brasília (DF). Ela era parente direta do representante dos Povos Indígenas no CONDRAF, um dos nossos delegados aqui presente.

Esta jovem era portadora de deficiências neurológicas oriundas de uma meningite, pesava apenas 33 kg, media 1,33 metros e necessitava de cadeira de rodas. Teve a sua vagina e o reto perfurados por objeto contundente, de cerca de 40 cm, rompendo seu estômago, baço e diafragma.

Este fato evidencia o descaso com o qual muitas vezes os povos indígenas e pessoas portadoras de necessidades especiais são tratados, mesmo quando já existem direitos garantidos.

Jayra Xavante, bem como Galdino Pataxó, são exemplos dos atos de discriminação e violência em curso todos os dias no país contra os Povos Indígenas, Quilombolas, Assentados(as), Camponeses e outros segmentos sociais do campo.

Por isto repudiamos este "Brasil que Temos", onde as condições adversas de segurança e atendimento à saúde penalizam constantemente os grupos que verdadeiramente constroem o país.

Com este repúdio, indicamos que para o Brasil Rural com Gente que Queremos, é necessário ações sérias e urgentes dos Governos Federal, Estadual e Municipal em defesa destes grupos, a fim de garantir a efetiva implementação do Documento aqui discutido e aprovado.
 

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