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Garota indígena é atacada na MS 156 em Dourados

08/05/2009

Autor: Waldemar Gonçalves - Russo

Fonte: Douradosagora.com - http://www.douradosagora.com.br



A Reserva indígena de Dourados sofre com o aumento gradativo da violência. O número da violência física, roubos e furtos e principalmente o tráfico e o consumo de drogas, se perpetua nas aldeias do Jaguapirú e da Bororó, esta última, considerada como uma das mais pobres das etnias de Mato Grosso do Sul.

No início da tarde desta sexta-feia, a reportagem em contato com um grupo de indígenas apurou que recentemente uma garota de pouco mais de 12 anos foi atacada por dois supostos índios que seriam usuários de drogas, e após ela ser agredida por eles, acabou perdendo um saco de arroz de cinco quilos, um pacote de café, uma lata de sardinhas, entre outros produtos alimentícios que havia momentos antes, comprados em um mercado existente às margens da rodovia MS-156, que liga Dourados a Itaporã.

Na denúncia, o grupo informou que fatos como o ocorrido com a garota nos últimos anos, virou rotina nas aldeias e que nas imediações do cemitério existente às margens da rodovia, há a existência de pelo menos três pontos de vendas de drogas. "Eles atacam mesmo as pessoas e levam tudo dela para adquirir dinheiro ou trocar os produtos roubados para trocar por drogas", resume um dos denunciantes.

Ainda de acordo com o relato do grupo, mesmo com a prisão de um rapaz, acusado de ser um suposto traficante, ocorrida no início da semana na região da aldeia, onde ele próprio teria admitido para a polícia, que vendia drogas para os índios, uma pessoa de seu relacionamento, teria assumido o seu lugar. "Não adianta pegar só um. Tem é que pegar todos que estão vendendo drogas nas nossas aldeias", disse um dos denunciantes pedindo para não ser identificado, por temer sofrer represálias e informando que nas proximidades do cemitério que fica próximo a MS-156, há pelo menos três pontos de drogas em franca atividades, além de diversos pontos de comercializações de bebidas alcoólicas.

GUINCHO

Um outro denunciante informou que o fato ocorrido com a garota não foi levado ao conhecimento da polícia, sob alegação de que em nada adianta, pois nas aldeias não há um trabalho ostensivo por parte das autoridades policiais. "Se houver um arrastão policial nas nossas comunidades, muitos vendedores de drogas e também receptadores de produtos roubados, irão parar na cadeia", relatou o rapaz.

O mesmo rapaz acrescentou "se a polícia fizesse uma blitz nas aldeias, muitos veículos automotores, à maior parte motos, seriam apreendidos, pois ou estão irregulares ou muitos deles seriam produtos de furtos ou de roubos ocorridos na cidade". Ele assegura que caso houvesse uma blitz policial, os envolvidos na operação, teriam de levar de dois ou mais guinchos nas aldeias" devido aos números de veículos irregulares circulando pelas estradas vicinais das aldeias.

O denunciante lembrando que muitos índios atualmente têm medo de saírem à noite por temerem ser atacados por ladrões, a maioria segundo ele, usuário de drogas como maconha e principalmente pedras de crack, bem como em denunciar os infratores, pois entendem que a força policial não se preocupa com a causa indígenas . "A operação Sucuri foi e é muito pouco pelo grande número de pontos de vendas de drogas nas aldeias".

O grupo de denunciantes de forma unânimes, afirmam que as lideranças das duas aldeias, principalmente da Bororó, estão feitos reféns dos marginais, e que alguns paraguaios teriam se amasiado com índias para poder manterem suas bases operacionais para o tráfico de entorpecentes. "A polícia só vai lá para fazer os levantamentos quando alguém é assassinado. Ela deveria ir constantemente, todos os dias, de preferência no período da noite, para prender os que vendem drogas para nossos jovens patrícios", disse o denunciante, revoltado com o fato ocorrido com a garota assaltada, e com a ausência das autoridades competentes no trato com a segurança das duas comunidades. "Lá na reserva só mesmo um trabalho policial, inclusive com a Polícia Federal coordenando os trabalhos, é que se poderá combater este alto índices de vendas de drogas que está arrebentando com os nossos jovens" finalizou um dos denunciantes, sendo aprovado pelos companheiros.
 

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