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Jucá afirma que governo não permitirá exploração política

19/05/2009

Autor: ÉLISSAN PAULA RODRIGUES

Fonte: Folha de Boa Vista - http://www.folhabv.com.br



"O governo não vai permitir a exploração política e ações que atrapalhem o funcionamento da empresa". A afirmação é do senador Romero Jucá (PMDB) com relação à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, criada na sexta-feira, 15, pelo Senado após a oposição ao governo conseguir a assinatura de 32 parlamentares de cinco partidos.

O objetivo da CPI é investigar fraudes em licitações e denúncias de desvio de royalties de petróleo, apontados pela Polícia Federal, e ainda irregularidades em contratos para a construção de plataforma e uma refinaria, apontados pelo Tribunal de Contas da União (TCU), além da suposta utilização de artifícios contábeis para diminuir o recolhimento de tributos.

Jucá disse que a CPI é um instrumento de democracia previsto no Congresso. "Para a instalação são necessárias 27 assinaturas e a oposição sempre terá número regimental para requerer. O governo não teme qualquer investigação na Petrobras", salientou.

Para Jucá, a Petrobras é um dos instrumentos importantes para o enfrentamento da crise mundial porque tem a maior programação de investimento para o país, o que representa geração de emprego e renda. "A base do governo estará vigilante para que a CPI investigue, mas sem perturbação do funcionamento da empresa ou exploração política do fato", frisou.

O requerimento pedindo a abertura da CPI é de autoria de Álvaro Dias (PSDB-PR) e foi lido em plenário por Mozarildo Cavalcanti (PTB), único senador roraimense a assinar o pedido. O senador Augusto Botelho (PT) disse não ter assinado o pedido de CPI por não concordar com o processo.

Na opinião dele, uma CPI na empresa, nesse momento, só vai desvalorizar as ações da Petrobras e atrapalhar a exploração do petróleo em grandes profundidades, embaixo da chamada camada pré-sal, e que pode alçar o Brasil a terceiro na lista de exploração do produto no mundo. "A ação pode prejudicar o crescimento do setor no Brasil", acrescentou.

REQUERIMENTO - Em 2007, o senador Romeu Tuma (PTB-SP) recolheu assinaturas de 31 senadores para instalar uma CPI com o objetivo de investigar denúncias de fraudes em licitações nos contratos da Petrobras para reforma de plataformas petrolíferas e contratos com a empresa subsidiária Transpetro, para construção de navios.

Na ocasião, Augusto Botelho assinou o requerimento de Tuma. Na sexta-feira, 15, aproveitando o pedido de instalação da CPI da Petrobras pelo senador Álvaro Dias (PSDB-PR), Romeu Tuma apresentou novamente o requerimento de 2007 à Mesa do Senado.

Botelho decidiu retirar sua assinatura do requerimento de Tuma, pois não concordou com a decisão do senador paulista de apresentar um requerimento assinado à época para propor uma CPI em 2009. A proposta de Tuma foi arquivada ainda na noite da sexta-feira, já que outros parlamentares também retiraram suas assinaturas, e o mínimo exigido para a instalação da CPI - 27 assinaturas - não foi alcançado.

Questões da Amazônia também serão alvo de CPI no Senado

O senador Mozarildo Cavalcanti (PTB) sugeriu também a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar vários fatos relativos à Amazônia, como as questões indígena, fundiária e ambiental.

Ele pretende que a CPI apure no prazo de 180 dias o conflito referente à demarcação da reserva indígena Raposa Serra do Sol, problemas envolvendo a soberania nacional nas áreas de fronteira, como tráfico internacional, terrorismo, guerrilhas e vigilância e o recrudescimento da aquisição de terras por parte de estrangeiros, entre outros.

A comissão deverá investigar ainda denúncias de falta de assistência à saúde indígena, sobretudo em Mato Grosso, e possíveis falhas na prestação de serviços por parte da Fundação Nacional do Índio (Funai) e da Fundação Nacional de Saúde (Funasa).

Conforme o requerimento de autoria de Mozarildo, outras questões como fundiárias e ambientais, a falta de condições de sustentabilidade das comunidades indígenas já integradas às comunidades não-indígenas e as áreas indígenas nos estados de Roraima, Amazonas e Pará, "cujos territórios chegam a 57%, 21% e 20%, respectivamente", e em Mato Grosso também serão alvo de investigação por parte dos senadores.
 

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