From Indigenous Peoples in Brazil
News
Em dois anos, oito se suicidaram numa comunidade
02/07/2009
Fonte: Cimi - http://www.cimi.org.br/
A aldeia Paraguasu, comunidade Guarani Kaiowá, vem sofrendo vários tipos de assédio, somados a pistolagem, velha lei vinculada à grilagem no Mato Grosso do Sul para eliminar indígenas. A comunidade fica próxima à fronteira com o Paraguai, no município de Paranhos.
Ameaças, disparos com armas de fogo contra as casas da aldeia e pressões contra as famílias para que deixem os 2.775 hectares de território recuperado, fazem parte do cotidiano das 600 pessoas da comunidade. Segundo os indígenas o aumento da tensão, provocado pelos fazendeiros na região que rechaçam de diversas formas a presença da comunidade indígena em várias fazendas, teria levado grande quantidade de membros da comunidade a um ponto limite e extremo em sua decisão pessoal. O suicídio (jejuguy, em guarani) de oito pessoas e de outras várias que tentaram e não chegaram a concretizar seu propósito dentro da comunidade desde 2007 colocou em alerta máxima, principalmente as lideranças da aldeia.
O ultimo suicídio aconteceu na primeira semana de junho, com a auto-eliminação por enforcamento de Adão Brites (34). O pano de fundo seria antigos conflitos de terra entre fazendas vizinhas e os indígenas e, mais recentemente, a acusação de roubo de gados que são atribuídos aos indígenas, pelo dono da fazenda Loma Porá, o senhor Paulo Arantes, segundo disseram os Guarani. Mais uma propriedade que faz divisa com a aldeia é a fazenda Paraguaçu, além de outras.
Os fatos determinantes para a prática do suicídio de todas as pessoas que se quitaram à vida até agora foram comprovações de atos deliberados praticados na cara da população indígena. A intranqüilidade aumentou há um mês, quando apareceram pistoleiros nas divisas entre uma das fazendas e a aldeia. Os homens realizaram atos de amedrontamento contra a comunidade com disparos de armas de fogo sobre as casas das famílias indígenas, de acordo a denuncia. Segundo os indígenas, o objetivo dos fazendeiros é que a comunidade abandone à área de 2.700 hectares já demarcada e homologada, pois num passado recente essa porção fazia parte das fazendas vizinhas.
A grande porcentagem de suicídios e o aumento do assédio nos limites da aldeia contra a população nativa levou os indígenas a chamar a Policia Federal e a Funai. Porém, nenhum desses órgãos se fez presente até agora na comunidade. O Conselho Indigenista Missionário (CIMI) esteve presente na comunidade na última semana e vai encaminhar a denúncia ao Ministério Público Federal. O caso é grave. É grande o número de suicídios em pouco tempo numa aldeia só e ainda a possibilidade de que os disparos dos pistoleiros contra as casas dos indígenas possam provocar mais vítimas a qualquer momento.
Fonte: CIMI/MS
Campo Grande, 02 de julho de 2009
Ameaças, disparos com armas de fogo contra as casas da aldeia e pressões contra as famílias para que deixem os 2.775 hectares de território recuperado, fazem parte do cotidiano das 600 pessoas da comunidade. Segundo os indígenas o aumento da tensão, provocado pelos fazendeiros na região que rechaçam de diversas formas a presença da comunidade indígena em várias fazendas, teria levado grande quantidade de membros da comunidade a um ponto limite e extremo em sua decisão pessoal. O suicídio (jejuguy, em guarani) de oito pessoas e de outras várias que tentaram e não chegaram a concretizar seu propósito dentro da comunidade desde 2007 colocou em alerta máxima, principalmente as lideranças da aldeia.
O ultimo suicídio aconteceu na primeira semana de junho, com a auto-eliminação por enforcamento de Adão Brites (34). O pano de fundo seria antigos conflitos de terra entre fazendas vizinhas e os indígenas e, mais recentemente, a acusação de roubo de gados que são atribuídos aos indígenas, pelo dono da fazenda Loma Porá, o senhor Paulo Arantes, segundo disseram os Guarani. Mais uma propriedade que faz divisa com a aldeia é a fazenda Paraguaçu, além de outras.
Os fatos determinantes para a prática do suicídio de todas as pessoas que se quitaram à vida até agora foram comprovações de atos deliberados praticados na cara da população indígena. A intranqüilidade aumentou há um mês, quando apareceram pistoleiros nas divisas entre uma das fazendas e a aldeia. Os homens realizaram atos de amedrontamento contra a comunidade com disparos de armas de fogo sobre as casas das famílias indígenas, de acordo a denuncia. Segundo os indígenas, o objetivo dos fazendeiros é que a comunidade abandone à área de 2.700 hectares já demarcada e homologada, pois num passado recente essa porção fazia parte das fazendas vizinhas.
A grande porcentagem de suicídios e o aumento do assédio nos limites da aldeia contra a população nativa levou os indígenas a chamar a Policia Federal e a Funai. Porém, nenhum desses órgãos se fez presente até agora na comunidade. O Conselho Indigenista Missionário (CIMI) esteve presente na comunidade na última semana e vai encaminhar a denúncia ao Ministério Público Federal. O caso é grave. É grande o número de suicídios em pouco tempo numa aldeia só e ainda a possibilidade de que os disparos dos pistoleiros contra as casas dos indígenas possam provocar mais vítimas a qualquer momento.
Fonte: CIMI/MS
Campo Grande, 02 de julho de 2009
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