From Indigenous Peoples in Brazil
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PF prende 13 suspeitos de grilagem de terra em MT
04/07/2009
Fonte: FSP, Brasil, p. A12
PF prende 13 suspeitos de grilagem de terra em MT
Grupo atuava em sete municípios da região do Araguaia; 6 PMs foram presos
Além de oficiais, participam da quadrilha fazendeiros, empresários e financiadores das ações de grilagem; dona de um cartório foi indiciada
Rodrigo Vargas
Da Agência Folha, em Cuiabá
A Polícia Federal desencadeou ontem em Mato Grosso operação para desarticular uma suposta quadrilha que atuava na grilagem de terras da União, especialmente de áreas destinadas à reforma agrária e de uma reserva indígena.
Ao todo, 120 policiais foram designados para cumprir 19 mandados de prisão temporária e 24 mandados de busca e apreensão em Mato Grosso, Minas Gerais e Goiás. Até a conclusão desta edição, 13 mandados de prisão haviam sido cumpridos.
Entre os presos ontem estão seis oficiais da Polícia Militar de Mato Grosso. Um deles é o coronel Adaildon Evaristo de Moraes Costa, que em 2007 ocupou o cargo de comandante-geral da corporação e foi exonerado após denúncias de comandar ações violentas em assentamentos rurais.
Segundo as investigações, os PMs representavam o "braço armado" da quadrilha, da qual faziam parte fazendeiros, pistoleiros, empresários e financiadores das ações de grilagem. A dona de um cartório da região também foi indiciada por envolvimento com o esquema.
O grupo atuava em sete municípios da região do Araguaia, no leste do Estado. "Todos interessados nas vastas e producentes áreas de terra da região", informou a PF, em nota.
O superintendente da PF em Mato Grosso, Oslain Campos Santana, disse que as investigações se concentraram no período de 2002 a 2005, quando o grupo adotou três formas complementares de atuação.
A primeira era a grilagem e a extração de madeira de áreas da reserva indígena Maraiwat sede, dos índios xavantes.
Outro foco eram as terras em processo de reconhecimento para a reforma agrária: os assentados eram expulsos, por meio de ameaças e violência física, e as áreas registradas com títulos falsos. O objetivo, diz a PF, era "obter indenização do poder público pela desapropriação de áreas inexistentes".
A terceira forma de ação era a "promoção do temor" entre pequenos e médios fazendeiros da região, que eram pressionados para que "vendessem seus imóveis a preço bem inferior ao praticado no mercado". As áreas obtidas por meio da extorsão eram depois revendidas a empresários de Goiás. Segundo a PF, apenas uma das fazendas obtidas pelo esquema foi revendida por R$ 15 milhões.
"Muitas vezes, eles incentivavam invasões e depois ofereciam serviços de segurança para a retirada destes invasores", disse o superintendente.
"Tinha um grupo principal que se locupletava dessas invasões. São criminosos de longa data que contavam, infelizmente, com o apoio de funcionários públicos", disse Santana.
Também presente à entrevista, o atual comandante-geral da PM, coronel Antônio Benedito de Campos Filho, anunciou a abertura de um processo administrativo disciplinar que poderá levar à expulsão dos suspeitos de envolvimento. Segundo ele, a descoberta não "afeta a imagem" da corporação: "Nós começamos essa investigação e a encaminhamos ao Ministério Público".
A reportagem não conseguiu contato com representantes do coronel Adaildon Evaristo de Moraes Costa. Ele e os demais oficiais ficarão detidos na PM.
FSP, 04/07/2009, Brasil, p. A12
Grupo atuava em sete municípios da região do Araguaia; 6 PMs foram presos
Além de oficiais, participam da quadrilha fazendeiros, empresários e financiadores das ações de grilagem; dona de um cartório foi indiciada
Rodrigo Vargas
Da Agência Folha, em Cuiabá
A Polícia Federal desencadeou ontem em Mato Grosso operação para desarticular uma suposta quadrilha que atuava na grilagem de terras da União, especialmente de áreas destinadas à reforma agrária e de uma reserva indígena.
Ao todo, 120 policiais foram designados para cumprir 19 mandados de prisão temporária e 24 mandados de busca e apreensão em Mato Grosso, Minas Gerais e Goiás. Até a conclusão desta edição, 13 mandados de prisão haviam sido cumpridos.
Entre os presos ontem estão seis oficiais da Polícia Militar de Mato Grosso. Um deles é o coronel Adaildon Evaristo de Moraes Costa, que em 2007 ocupou o cargo de comandante-geral da corporação e foi exonerado após denúncias de comandar ações violentas em assentamentos rurais.
Segundo as investigações, os PMs representavam o "braço armado" da quadrilha, da qual faziam parte fazendeiros, pistoleiros, empresários e financiadores das ações de grilagem. A dona de um cartório da região também foi indiciada por envolvimento com o esquema.
O grupo atuava em sete municípios da região do Araguaia, no leste do Estado. "Todos interessados nas vastas e producentes áreas de terra da região", informou a PF, em nota.
O superintendente da PF em Mato Grosso, Oslain Campos Santana, disse que as investigações se concentraram no período de 2002 a 2005, quando o grupo adotou três formas complementares de atuação.
A primeira era a grilagem e a extração de madeira de áreas da reserva indígena Maraiwat sede, dos índios xavantes.
Outro foco eram as terras em processo de reconhecimento para a reforma agrária: os assentados eram expulsos, por meio de ameaças e violência física, e as áreas registradas com títulos falsos. O objetivo, diz a PF, era "obter indenização do poder público pela desapropriação de áreas inexistentes".
A terceira forma de ação era a "promoção do temor" entre pequenos e médios fazendeiros da região, que eram pressionados para que "vendessem seus imóveis a preço bem inferior ao praticado no mercado". As áreas obtidas por meio da extorsão eram depois revendidas a empresários de Goiás. Segundo a PF, apenas uma das fazendas obtidas pelo esquema foi revendida por R$ 15 milhões.
"Muitas vezes, eles incentivavam invasões e depois ofereciam serviços de segurança para a retirada destes invasores", disse o superintendente.
"Tinha um grupo principal que se locupletava dessas invasões. São criminosos de longa data que contavam, infelizmente, com o apoio de funcionários públicos", disse Santana.
Também presente à entrevista, o atual comandante-geral da PM, coronel Antônio Benedito de Campos Filho, anunciou a abertura de um processo administrativo disciplinar que poderá levar à expulsão dos suspeitos de envolvimento. Segundo ele, a descoberta não "afeta a imagem" da corporação: "Nós começamos essa investigação e a encaminhamos ao Ministério Público".
A reportagem não conseguiu contato com representantes do coronel Adaildon Evaristo de Moraes Costa. Ele e os demais oficiais ficarão detidos na PM.
FSP, 04/07/2009, Brasil, p. A12
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