From Indigenous Peoples in Brazil
News
Secretario Geral da CNBB e presidente do Cimi visitam aldeias Kaiowá Guarani
22/03/2010
Autor: Egon Heck
Fonte: Cimi - http://www.cimi.org.br
"Viemos trazer nossa solidariedade, reafirmar nosso compromisso de apoio à luta de vocês, pelos vossos direitos...O Cimi, através de algumas centenas de missionários em todo o Brasil está, há quase quarenta anos, apoiando irrestritamente os povos indígenas em todo o país...Para mim é um sonho poder estar aqui conhecendo os Guarani. Já tenho falado muito de vocês, de vossas lutas, sofrimentos e esperanças. Mas hoje tenho a privilégio de olhar para cada um de vocês e dizer - entendo um pouco mais vossas dores, renovo o compromisso com a vida e causa do povo Kaiowá Guarani do Mato Grosso do Sul". Com essas palavras D. Erwin Krautler, bispo do Xingu e presidente do Cimi, expressou o seu sentimento, e o compromisso que missionários do Cimi de todo o país estavam trazendo ao povo Guarani.
Além de ver, sentir e entender melhor a realidade vivenciada pelo povo que mais violência sofre atualmente em todas as Américas, conforme o relatório da Survivel Internacional, encaminhada nesses dias à ONU, a decisão das autoridades da igreja católica de ir até aldeias Guarani, tem a deliberada intenção de reafirmar irrestrito apoio às lutas desse povo por seus direitos, especialmente à terra. No documento final do encontro realizado em Campo Grande, a direção e conselho nacional do Cimi declaram "Reafirmamos nosso compromisso com os povos indígenas deste estado, apoiamos sua resistência histórica, paciência sábia e profunda espiritualidade, que lhes tem permitido ultrapassar séculos de guerra, de extermínio e opressão".
Lágrimas que falam
Ao relatarem a história de seu retorno ao tekoha, terra tradicional de Kurusu Ambá, as lideranças expressaram sua dor e apreensão, derramaram lágrimas cortantes ao lembrar os companheiros e companheiras que tombaram nos últimos anos na luta pela sua terra. Um jovem guerreiro e liderança da comunidade, segurando as flechas que os índios Awá Guajá, do Maranhão, acabavam de lhes entregar, falou da situação desesperadora em que se encontram não tendo mais para quem pedir socorro. Gritam ao mundo inteiro. "Hoje estou aqui vivo, amanhã pode ser que já não esteja mais aqui...Já mataram tantos. A gente vai lutar pelos nossos direitos até o fim...". E outra liderança apresentou a comissão de coordenação que a comunidade escolheu justificando assim o grande numero de integrantes "A gente sempre tinha um líder da comunidade e um vice. Quando foram matando nossas lideranças, vimos que tinham que ser muitos, porque quando matam um ficam outros no lugar."
Diante da manifestação de profunda dor e apreensão pela ordem de despejo que pesa sobre a comunidade, a partir da ameaça da execução da reintegração de posse a qualquer momento, as lideranças de Kurusu Ambá deixaram bem claro sua decisão. "Já conversamos muito e nossa decisão é não sair da nossa terra. Se querem nos tirar, só matando todos". Com essas palavras faziam o veemente apelo a todas as pessoas de boa vontade do mundo para que fosse evitado mais um massacre.
Pelos caminhos do sofrimento e esperança
No sábado continuaram as visitas às comunidades Guarani no Mato Grosso do Sul. Em Guyraroká ouviram lideranças de acampamentos e retomadas, em que foram mortos lideranças, como é o caso de Ypo'i quem no final de outubro do ano passado foram assassinados os dois professores Guarani, Jenivaldo e Rolindo. Os pais e familiares levaram seu apelo à delegação da CNBB, Cimi. Mais uma vez fizeram veemente apelo para que seja localizado o corpo do Rolindo e haja punição aos responsáveis por essa barbárie.
Na grande casa de reza ( oga guasu) construída no ano passado nesta comunidade houve, além das falas, rituais de denúncia, dor e esperança do povo Guarani. "O Cimi, unido à voz silenciada dos povos indígenas diz: basta de violência, basta de negação à terra, basta de impunidade. Vida, Justiça e Paz para os povos indígenas do Mato Grosso do Sul" ( Carta de Campo Grande, 18/03/10 - Cimi nacional )
A comissão também visitou a comunidade de Passo Piraju, levando a essa comunidade a sua solidariedade.
Egon Heck
http://www.cimi.org.br/?system=news&action=read&id=4490&eid=352
Além de ver, sentir e entender melhor a realidade vivenciada pelo povo que mais violência sofre atualmente em todas as Américas, conforme o relatório da Survivel Internacional, encaminhada nesses dias à ONU, a decisão das autoridades da igreja católica de ir até aldeias Guarani, tem a deliberada intenção de reafirmar irrestrito apoio às lutas desse povo por seus direitos, especialmente à terra. No documento final do encontro realizado em Campo Grande, a direção e conselho nacional do Cimi declaram "Reafirmamos nosso compromisso com os povos indígenas deste estado, apoiamos sua resistência histórica, paciência sábia e profunda espiritualidade, que lhes tem permitido ultrapassar séculos de guerra, de extermínio e opressão".
Lágrimas que falam
Ao relatarem a história de seu retorno ao tekoha, terra tradicional de Kurusu Ambá, as lideranças expressaram sua dor e apreensão, derramaram lágrimas cortantes ao lembrar os companheiros e companheiras que tombaram nos últimos anos na luta pela sua terra. Um jovem guerreiro e liderança da comunidade, segurando as flechas que os índios Awá Guajá, do Maranhão, acabavam de lhes entregar, falou da situação desesperadora em que se encontram não tendo mais para quem pedir socorro. Gritam ao mundo inteiro. "Hoje estou aqui vivo, amanhã pode ser que já não esteja mais aqui...Já mataram tantos. A gente vai lutar pelos nossos direitos até o fim...". E outra liderança apresentou a comissão de coordenação que a comunidade escolheu justificando assim o grande numero de integrantes "A gente sempre tinha um líder da comunidade e um vice. Quando foram matando nossas lideranças, vimos que tinham que ser muitos, porque quando matam um ficam outros no lugar."
Diante da manifestação de profunda dor e apreensão pela ordem de despejo que pesa sobre a comunidade, a partir da ameaça da execução da reintegração de posse a qualquer momento, as lideranças de Kurusu Ambá deixaram bem claro sua decisão. "Já conversamos muito e nossa decisão é não sair da nossa terra. Se querem nos tirar, só matando todos". Com essas palavras faziam o veemente apelo a todas as pessoas de boa vontade do mundo para que fosse evitado mais um massacre.
Pelos caminhos do sofrimento e esperança
No sábado continuaram as visitas às comunidades Guarani no Mato Grosso do Sul. Em Guyraroká ouviram lideranças de acampamentos e retomadas, em que foram mortos lideranças, como é o caso de Ypo'i quem no final de outubro do ano passado foram assassinados os dois professores Guarani, Jenivaldo e Rolindo. Os pais e familiares levaram seu apelo à delegação da CNBB, Cimi. Mais uma vez fizeram veemente apelo para que seja localizado o corpo do Rolindo e haja punição aos responsáveis por essa barbárie.
Na grande casa de reza ( oga guasu) construída no ano passado nesta comunidade houve, além das falas, rituais de denúncia, dor e esperança do povo Guarani. "O Cimi, unido à voz silenciada dos povos indígenas diz: basta de violência, basta de negação à terra, basta de impunidade. Vida, Justiça e Paz para os povos indígenas do Mato Grosso do Sul" ( Carta de Campo Grande, 18/03/10 - Cimi nacional )
A comissão também visitou a comunidade de Passo Piraju, levando a essa comunidade a sua solidariedade.
Egon Heck
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