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Júri paulista de acusados de matar líder indígena no MS é adiado

12/04/2010

Fonte: Última Instância - http://ultimainstancia.uol.com.br/



O julgamento de três acusados de matar o cacique guarani-kaiowá Marcos Veron, líder indígena reconhecido no Brasil e no exterior, foi adiado para o dia 3 de maio. Marcado para esta segunda-feira (12/4), o júri popular de Estevão Romero, Carlos Roberto dos Santos e Jorge Cristaldo Insabralde, funcionários da Fazenda Brasília do Sul, foi adiado porque a defesa dos réus apresentou atestado médico.

O advogado Josephino Ujacow, que defende os réus, apresentou atestado subscrito pelo médico Psiquiatra Antonio Carlos G. Queiroz, declarando que o advogado estava sob seus "cuidados profissionais, sob psicoterapia armada", devendo afastar-se de atividades profissionais por 20 dias.

A juíza Paula Mantovani Avelino, da 1ª Vara Federal de São Paulo, que presidirá o júri, informou que, caso algum dos defensores habilitados não compareça à próxima audiência, a defesa será assumida por membros da Defensoria Pública da União.

O cacique foi morto a pauladas em janeiro de 2003 em Juti, no interior de Mato Grosso do Sul, no acampamento indígena Takuara, localizado na fazenda Brasília do Sul. Na ocasião, quatro homens armados ameaçaram, espancaram e atiraram nos líderes indígenas, incluindo o cacique Veron, que na época tinha 72 anos. Ele foi levado para o hospital com traumatismo craniano, mas não resistiu e morreu.

O julgamento ocorre em São Paulo pelo fato de a Justiça Federal ter aceitado o argumento do MPF (Ministério Público Federal) de que um júri formado em Mato Grosso do Sul não teria a isenção necessária para julgar o crime.

O TRF-3 (Tribunal Regional Federal da 3ª Região) determinou que o júri ocorra em São Paulo para evitar que a decisão sofra influência social e econômica dos supostos envolvidos no crime.

De acordo com a versão do MPF, a morte do cacique Veron foi consequência de uma série de três ataques ao longo de dois dias contra os índios que estavam acampados na fazenda Brasília do Sul, reivindicada por eles como terra indígena Takuara. As inserções teriam sido feitas por seguranças da fazenda para remover os índios do local.

O júri acontecerá no Fórum Criminal Federal, presidido pela juíza federal Paula Mantovani Avelino.

Confira a lista dos acusados, vítimas e testemunhas:

Acusados: Estevão Romero, Carlos Roberto dos Santos e Jorge Cristaldo Insabralde (Nivaldo Alves de Oliveira não foi encontrado).

Vítimas: Reginaldo Veron, Ladio Veron Cavalheiro, Adelcia Martins Veron, Cipriana Martins, Ernesto Veron, Geisabel Veron e Nestor Veron.

Testemunhas de Acusação: Julia Veron, Aroldo Veron, João Carlos Girotto e Aparecido Carmona da Silva.

Testemunha Comum à acusação e defesa: Jonas Rosa.
Testemunhas de defesa: Luis Antonio Domiciano, Ramão Aparecido Evangelista Cristaldo, Antonio Baena Fernandes, Geraldo Sebastião de Oliveira, Julio César Ferreira de Lima, José Aparecido de Oliveira Zacarias, Osmar Santos

http://ultimainstancia.uol.com.br/noticia/JURI+PAULISTA+DE+ACUSADOS+DE+MATAR+LIDER+INDIGENA+NO+MS+E+ADIADO+_68805.shtml
 

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