From Indigenous Peoples in Brazil

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Segredos da popeka

28/05/2010

Fonte: Globo Rural - http://globoruraltv.globo.com/



VEJA O VÍDEO DA REPORTAGEM - http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM1272001-7823-APRENDA+A+PREPARAR+POPEKA,00.html

O destino é a margem direita do Alto Rio Negro, em São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas. O município, essencialmente indígena, abriga aldeias diversas, de, pelo menos, vinte e três etnias.

Dentre elas há uma pequena comunidade baniwa, que, como a maioria dos povos da região, vive da pesca, da caça e da mandioca. No lugar, a escola e as poucas casas são dispostas em círculo, no clarão aberto na mata.

Em geral, as aldeias mantêm sempre a tiidzee dapana, que significa casa de fogo. É onde eles preparam a maior parte dos alimentos que consomem, inclusive a popeka. A dona Laura Braga ensinou a preparar o peixe.

A habilidade da dona Laura Braga na lida com peixe fez sua fama na aldeia. Ela não fala bem o português. Por isso, o sobrinho, Irineu Rodrigues, fará a vez do intérprete.

"O peixe que ela está fazendo é o aracu, que no Rio Negro é um peixe de primeira qualidade. Qualquer peixe serve para fazer popeka desde que não seja tão grande", falou Irineu.

A dona Laura limpou e descamou o aracu. Ela riscou com a faca e temperou o peixe só com sal. O peixe limpo, ticado e salgado é bem embrulhado na folha da bacaba, uma palmeira nativa da Amazônia abundante na região. Um cipó é usado para amarrar o embrulho.

"O segredo é fazer o fogo bastante antes. Deixar esquentar bem porque vai ser enterrado", revelou dona Laura.

O peixe vai ficar aproximadamente meia-hora coberto pela brasa. Nesse meio tempo, o antropólogo Ivo Fontoura, indígena da etnia tariana, explicou que os índios não preparam a popeka apenas na casa de fogo.

"Eles quando vão trabalhar tem um o igarape para pegar camarão, por exemplo. Pode ter piaba também. E colocam para assar durante o trabalho deles na roça mesmo, na brasa que eles fazem", disse Fontoura.

Antes de comer a popeka, os baniwas fazem uma oração. É Otávio, esposo de dona Laura, quem pede a proteção. Já devidamente preparados, é só saborear a popeka.

http://globoruraltv.globo.com/GRural/0,27062,LTO0-4370-341017,00.html
 

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