From Indigenous Peoples in Brazil
News
Tuxaua do Lago da Praia contesta denúncia feita por grupo de professores não-indígenas
07/06/2010
Fonte: CIR - http://www.cir.org.br/
Tuxaua afirma que não procedem as acusações dos professores não-índios e que esses cinco autores da denúncia vinham faltando aula há um certo tempo, pois também lecionam em Boa Vista
O tuxaua da Comunidade Lago da Praia, Leôncio Lourenço da Silva, contestou a matéria publicada na Folha na edição do dia 03 de junho passado, na página 5A, sob a manchete "Indígenas são acusados de discriminar professores em escola de reserva". Na matéria, os professores não-índios denunciam terem sido constrangidos e humilhados pelas lideranças indígenas daquela região.
Ao rebater as acusações, o tuxaua Leôncio disse que não procedem as acusações e afirmou que esses cinco professores autores da denúncia vinham faltando aula há um certo tempo, pois também lecionam em Boa Vista. "Quando chove, eles não querem ir para a comunidade dar aula", disse o tuxaua citando como o problema se originou.
Na tentativa de resolver o problema, a comunidade indígena fez uma reunião com esses professores. No entanto, uma das condições impostas por eles foi a troca da direção da Escola Índio Ajuricaba, onde eles estão lotados. "Não aceitamos essa condição porque quem tem autonomia para pedir a troca da direção é a comunidade", frisou o tuxaua.
Segundo ele, há cerca de uma semana os professores decidiram que não dariam aula mais na escola e, em seguida, a comunidade foi surpreendida com a denúncia formalizada no Ministério Público Estadual e publicada na Folha, acusando os índios de discriminação e constrangimento contra eles. "Nada disso está acontecendo", destacou Leôncio supondo que a denúncia tenha sido um motivo para que eles não sejam mais obrigados a dar aulas na escola onde foram lotados.
O tuxaua disse ainda que desconhece a denúncia feita pelos professores de que a diretora da escola estaria os obrigando a participar de reuniões em outras localidades nos fins de semana, os aplicando faltas e desconto de salário em caso de recusa. Também disse ser inverdade a cobrança de taxa para abastecer o gerador de energia da escola, conforme foi relatado na matéria da Folha.
As aulas só não estão sendo prejudicadas porque o corpo docente da escola Ajuricaba é composto por 16 professores, os quais montaram um esquema de serviço para cobrir a falta dos cinco professores que desistiram de dar aulas na comunidade.
CIR - O coordenador-geral do Conselho Indígena de Roraima (CIR), Dionito José de Souza, também se posicionou sobre esse assunto. Ele disse que esse caso trata-se de um ato que atenta contra as comunidades indígenas, por ser inverdade, e que a atitude dos professores revela o desrespeito deles, como não-índios, à organização social indígena.
"As escolas indígenas são diferenciadas e as aulas ocorrem de acordo com a realidade das comunidades indígenas, o que desagrada aqueles que não querem respeitar a organização social dos índios", disse Dionito de Souza.
Ele afirmou que as lideranças indígenas de outras regiões vêm relatando situações semelhantes de professores não-índios concursados que querem impor sua vontade pessoal acima das decisões das comunidades, além de priorizarem o emprego que eles têm na cidade, faltando com suas obrigações nas escolas indígenas.
"Geralmente, quem sofre preconceito e constrangimentos são os índios, pois muitos professores não-índios concursados que foram lotados nas escolas indígenas não querem se submeter às normas e regras sociais de cada comunidade", frisou.
http://www.cir.org.br/noticias.php?id=724
O tuxaua da Comunidade Lago da Praia, Leôncio Lourenço da Silva, contestou a matéria publicada na Folha na edição do dia 03 de junho passado, na página 5A, sob a manchete "Indígenas são acusados de discriminar professores em escola de reserva". Na matéria, os professores não-índios denunciam terem sido constrangidos e humilhados pelas lideranças indígenas daquela região.
Ao rebater as acusações, o tuxaua Leôncio disse que não procedem as acusações e afirmou que esses cinco professores autores da denúncia vinham faltando aula há um certo tempo, pois também lecionam em Boa Vista. "Quando chove, eles não querem ir para a comunidade dar aula", disse o tuxaua citando como o problema se originou.
Na tentativa de resolver o problema, a comunidade indígena fez uma reunião com esses professores. No entanto, uma das condições impostas por eles foi a troca da direção da Escola Índio Ajuricaba, onde eles estão lotados. "Não aceitamos essa condição porque quem tem autonomia para pedir a troca da direção é a comunidade", frisou o tuxaua.
Segundo ele, há cerca de uma semana os professores decidiram que não dariam aula mais na escola e, em seguida, a comunidade foi surpreendida com a denúncia formalizada no Ministério Público Estadual e publicada na Folha, acusando os índios de discriminação e constrangimento contra eles. "Nada disso está acontecendo", destacou Leôncio supondo que a denúncia tenha sido um motivo para que eles não sejam mais obrigados a dar aulas na escola onde foram lotados.
O tuxaua disse ainda que desconhece a denúncia feita pelos professores de que a diretora da escola estaria os obrigando a participar de reuniões em outras localidades nos fins de semana, os aplicando faltas e desconto de salário em caso de recusa. Também disse ser inverdade a cobrança de taxa para abastecer o gerador de energia da escola, conforme foi relatado na matéria da Folha.
As aulas só não estão sendo prejudicadas porque o corpo docente da escola Ajuricaba é composto por 16 professores, os quais montaram um esquema de serviço para cobrir a falta dos cinco professores que desistiram de dar aulas na comunidade.
CIR - O coordenador-geral do Conselho Indígena de Roraima (CIR), Dionito José de Souza, também se posicionou sobre esse assunto. Ele disse que esse caso trata-se de um ato que atenta contra as comunidades indígenas, por ser inverdade, e que a atitude dos professores revela o desrespeito deles, como não-índios, à organização social indígena.
"As escolas indígenas são diferenciadas e as aulas ocorrem de acordo com a realidade das comunidades indígenas, o que desagrada aqueles que não querem respeitar a organização social dos índios", disse Dionito de Souza.
Ele afirmou que as lideranças indígenas de outras regiões vêm relatando situações semelhantes de professores não-índios concursados que querem impor sua vontade pessoal acima das decisões das comunidades, além de priorizarem o emprego que eles têm na cidade, faltando com suas obrigações nas escolas indígenas.
"Geralmente, quem sofre preconceito e constrangimentos são os índios, pois muitos professores não-índios concursados que foram lotados nas escolas indígenas não querem se submeter às normas e regras sociais de cada comunidade", frisou.
http://www.cir.org.br/noticias.php?id=724
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