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Funasa vai combater alcoolismo entre bororos

15/09/2003

Fonte: Diário de Cuiabá-Cuiabá-MT



A Fundação Nacional de Saúde [Funasa] escolheu a aldeia Merure, dos bororos de Rondonópolis, no sul do Estado, para dar início às atividades do Programa de Prenveção ao Alcoolismo desenvolvido pela coordenação do órgão em Mato Grosso. De acordo com a assessoria de imprensa da Funasa, a opção pela aldeia foi feita após a constatação de que 70% dos seus 390 habitantes consomem bebidas alcoólicas de forma abusiva.
Desde que assumiu a Saúde Indígena, em 1999, a Funasa tem encontrado no alcoolismo um grave problema para prevenção e manutenção de saúde do índio. A intenção do programa é mostrar aos índios que, embora incurável, a dependência pode ser controlada por meio de diversas ações. Entre elas, está o cultivo de hortas comunitárias, palestras, prática de esportes, recreação, meditação caminhadas e atividades artísticas. Isso porque se percebe nas aldeias bororo que um dos agravantes para o alcoolismo é a ociosidade ocasionada pela falta de uma política ocupacional. A na aldeia Merure é implantar 40% das atividades definidas pelo Programa num período de 120 dias e criar um grupo de recuperação permanente formado por moradores da Aldeia.
O Programa de Prevenção ao Alcoolismo vai ser realizado em conjunto com Prefeitura de Rondonópolis, Alcoólicos Anônimos, Trópicos Cuiabá, Funai, Alla-Nom e Universidade Federal de Mato Grosso.
De acordo com a técnica do Programa da Saúde do Índio da Secretaria Municipal de Rondonópolis, Elvira de Oliveira, somente uma parceira possibilita a realização de um trabalho dessa importância. "Sabemos que a necessidade de combater o alcoolismo é muito grande, pois é um problema incidente e que está matando. Porém, as soluções têm que partir da comunidade, envolvida e sensibilizada pelo trabalho das entidades", disse por meio de um release da assessoria de imprensa.
Quando se chega a Meruri, a impressão que se tem é de que a devastação é irreversível, após um século de catequese católica: as choupanas de palha foram substituídas por casas de alvenaria cobertas de telha e o formato da aldeia é agora o de um povoado caboclo, retangular. É o mais populoso dos aldeamentos bororos, com cerca de 200 moradores, dos quais 60% têm menos de 18 anos.
 

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