From Indigenous Peoples in Brazil
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Grupos de pelo menos oito etnias ainda sem contato
14/12/2010
Autor: Ana Célia Ossame
Fonte: A Crítica (AM) - http://acritica.uol.com.br/
De acordo com indigenistas, não há como definir o número de pessoas que vivem nessas comunidades isoladas. Política da Funai é que permaneçam assim para evitar que sejam levadas até eles as mazelas da sociedade dos brancos.
A descoberta de um grupo de cinco índios identificados como da etnia korubo, no Vale do Javari, na fronteira do Amazonas com o Peru, recentemente contatados pela Coordenação da Frente de Proteção Etnoambiental Vale do Javari da Fundação Nacional do Índio (FPEVJ-Funai) de Tabatinga (a 1.105 quilômetros de Manaus), despertou a atenção da sociedade para a existência de índios nessa situação.
De acordo com o indigenista Edgar Rodrigues, da Funai em Manaus, existem pelo menos oito etnias no Estado do Amazonas sem contato com os brancos e a política do órgão é para que assim permaneçam para sua proteção. Não há como definir o número de pessoas nessas comunidades.
"A Funai mantém a política do não contato, porque o contrário só vai levar as mazelas da sociedade branca como as doenças, que já afetam em muito as populações do Vale do Javari", disse ele.
A Frente de Proteção Etnoambiental do Vale do Javari, chefiada por Fabrício Amorim, já manifestou em nota a preocupação do contato entre os grupos diante da conhecida fragilidade de grupos isolados diante de doenças por eles pouco conhecidas, tais como a gripe, a tuberculose e a malária.
Fabrício apontou que o estabelecimento de uma comunidade muito próxima aos grupos isolados korubo potencializará a transmissão de doenças que para eles serão fatais.
Riscos iminentes
O antropólogo Ademir Ramos, professor da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), defende que a política do contato exista apenas para a Funai identificá-los e organizar estratégias visando mantê-los isolados. A justificativa é a sobrevivência.
"Eles estão cercados de pragas como hepatites e malárias, doenças fatais para os indígenas, por isso quanto mais distante dos civilizados melhor", garantiu Ademir, destacando ser essa a postura mantida pelo indigenista da Funai Sidney Possuelo, cujo trabalho se voltava para identificar a área e depois fazer um trabalho no entorno, alertando a população da proibição de circular naquele território. "Isso tem sido prática do governo brasileiro", afirmou.
Ao lembrar que eles são identificados por korubos ou caceteiros, pelo hábito de usar a borduna como arma, o professor lembra que essas são denominações genéricas, já que não se sabe se de fato são korubos.
Para Ademir, é importante não esquecer que só os índios perdem ao entrar em contato com o branco, por isso, quanto mais afastados melhor. "As doenças que circulam naquela região são fatais para eles", finaliza.
http://acritica.uol.com.br/amazonia/manaus-amazonas-amazonia_0_389361166.html
A descoberta de um grupo de cinco índios identificados como da etnia korubo, no Vale do Javari, na fronteira do Amazonas com o Peru, recentemente contatados pela Coordenação da Frente de Proteção Etnoambiental Vale do Javari da Fundação Nacional do Índio (FPEVJ-Funai) de Tabatinga (a 1.105 quilômetros de Manaus), despertou a atenção da sociedade para a existência de índios nessa situação.
De acordo com o indigenista Edgar Rodrigues, da Funai em Manaus, existem pelo menos oito etnias no Estado do Amazonas sem contato com os brancos e a política do órgão é para que assim permaneçam para sua proteção. Não há como definir o número de pessoas nessas comunidades.
"A Funai mantém a política do não contato, porque o contrário só vai levar as mazelas da sociedade branca como as doenças, que já afetam em muito as populações do Vale do Javari", disse ele.
A Frente de Proteção Etnoambiental do Vale do Javari, chefiada por Fabrício Amorim, já manifestou em nota a preocupação do contato entre os grupos diante da conhecida fragilidade de grupos isolados diante de doenças por eles pouco conhecidas, tais como a gripe, a tuberculose e a malária.
Fabrício apontou que o estabelecimento de uma comunidade muito próxima aos grupos isolados korubo potencializará a transmissão de doenças que para eles serão fatais.
Riscos iminentes
O antropólogo Ademir Ramos, professor da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), defende que a política do contato exista apenas para a Funai identificá-los e organizar estratégias visando mantê-los isolados. A justificativa é a sobrevivência.
"Eles estão cercados de pragas como hepatites e malárias, doenças fatais para os indígenas, por isso quanto mais distante dos civilizados melhor", garantiu Ademir, destacando ser essa a postura mantida pelo indigenista da Funai Sidney Possuelo, cujo trabalho se voltava para identificar a área e depois fazer um trabalho no entorno, alertando a população da proibição de circular naquele território. "Isso tem sido prática do governo brasileiro", afirmou.
Ao lembrar que eles são identificados por korubos ou caceteiros, pelo hábito de usar a borduna como arma, o professor lembra que essas são denominações genéricas, já que não se sabe se de fato são korubos.
Para Ademir, é importante não esquecer que só os índios perdem ao entrar em contato com o branco, por isso, quanto mais afastados melhor. "As doenças que circulam naquela região são fatais para eles", finaliza.
http://acritica.uol.com.br/amazonia/manaus-amazonas-amazonia_0_389361166.html
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