De Povos Indígenas no Brasil
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Notícias
Missão de Alencar em MT fracassa
10/12/2003
Autor: PATRÍCIA NEVES
Fonte: Diário de Cuiabá-Cuiabá-MT
Presidente em exercício se sente boicotado com ausências de ministros e de índios na reunião
Fracassou o empenho do presidente da República em exercício, José Alencar (PL), em por fim ao impasse entre índios e pequenos produtores rurais no méido-norte de Mato Grosso. Alencar se reuniu ontem, no palácio Paiaguás, com o governador Blairo Maggi, o presidente da Funai, Mércio Gomes, e os caciques Raoni Kaiapó e Aritana Yawalapiti (eles não são xavante). O impasse acontece entre índios e posseiros que, há 27 dias, estão na iminência de um conflito armado pela posse da fazenda Syiá Missú, em Altos da Boa Vista.
A conversação de ontem - que durou cerca de seis horas - foi realizada com base em suposições sobre ações que seriam ou não bem vindas pelos índios Xavantes. A ausência dos índios, principais interessados na reunião, causou mal estar e críticas por parte do presidente em exercício ao atual administrador nacional da Funai, Mércio Gomes. Nove prefeitos de cidades vizinhas da região de conflito também participaram da reunião.
"Uma coisa me deixou triste. A primeira recomendação que fiz era de que os xavantes deveriam estar presentes à reunião. Quando cheguei aqui recebi a informação de que o presidente da Funai (Mércio Gomes) iria representá-los, já que tem tutela para isso", comentou o presidente em exercício. Assessores da presidência garantem ainda Alencar deixou Mato Grosso com a impressão de que teria sido boicotado. As ausências dos ministros da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, e de Desenvolvimento Agrário, Miguel Rosseto, que viriam para a reunião, reforçaram a situação de descontentamento.
Três propostas foram discutidas ao longo da reunião. A primeira previa que os índios ocupariam uma área de cerca de 3 mil hectares dentro da fazenda Suyá Missú - onde estão cerca de mil famílias de pequenos produtores rurais, até que saísse a decisão da Justiça sobre a quem pertence a área. A segunda hipótese previa que os posseiros adquirissem uma área distante a cerca de 100 quilômetros da sede da fazenda, onde então deveriam aguardar a decisão da Justiça Federal sobre a quem pertence os 168 mil hectares da Suyá Missú. A proposta também não foi aceita.
Apesar de não ter sido oficialmente divulgada durante entrevista coletiva, o governo do Estado ofereceu aos xavantes uma área de preservação ambiental, de 130 mil hectares junto ao município de Santa Cruz do Xingú. Entretanto, a proposta foi recusada sem que houvesse ampla discussão sobre os benefícios que poderia trazer.
"A intenção era a de que houvesse acordo, já que haverá uma decisão sobre a área e já que o acordo é temporário. Acredito que se eles (xavantes) estivessem aqui haveria resultado mais promissor", desabafou José Alencar.
O interesse do presidente em resolver a questão foi questionado pela imprensa local. Existia a informação de que ele tivesse adquirido cerca de 200 mil hectares na região de Altos Boa Vista para produzir algodão. "Estou aqui cumprindo o meu dever. Investiguem se possuo alguma terra na região. Depois que entrei para a vida pública nem compro e nem vendo nada. Gostaria sim de ter terras em Mato Grosso", frisou.
Fracassou o empenho do presidente da República em exercício, José Alencar (PL), em por fim ao impasse entre índios e pequenos produtores rurais no méido-norte de Mato Grosso. Alencar se reuniu ontem, no palácio Paiaguás, com o governador Blairo Maggi, o presidente da Funai, Mércio Gomes, e os caciques Raoni Kaiapó e Aritana Yawalapiti (eles não são xavante). O impasse acontece entre índios e posseiros que, há 27 dias, estão na iminência de um conflito armado pela posse da fazenda Syiá Missú, em Altos da Boa Vista.
A conversação de ontem - que durou cerca de seis horas - foi realizada com base em suposições sobre ações que seriam ou não bem vindas pelos índios Xavantes. A ausência dos índios, principais interessados na reunião, causou mal estar e críticas por parte do presidente em exercício ao atual administrador nacional da Funai, Mércio Gomes. Nove prefeitos de cidades vizinhas da região de conflito também participaram da reunião.
"Uma coisa me deixou triste. A primeira recomendação que fiz era de que os xavantes deveriam estar presentes à reunião. Quando cheguei aqui recebi a informação de que o presidente da Funai (Mércio Gomes) iria representá-los, já que tem tutela para isso", comentou o presidente em exercício. Assessores da presidência garantem ainda Alencar deixou Mato Grosso com a impressão de que teria sido boicotado. As ausências dos ministros da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, e de Desenvolvimento Agrário, Miguel Rosseto, que viriam para a reunião, reforçaram a situação de descontentamento.
Três propostas foram discutidas ao longo da reunião. A primeira previa que os índios ocupariam uma área de cerca de 3 mil hectares dentro da fazenda Suyá Missú - onde estão cerca de mil famílias de pequenos produtores rurais, até que saísse a decisão da Justiça sobre a quem pertence a área. A segunda hipótese previa que os posseiros adquirissem uma área distante a cerca de 100 quilômetros da sede da fazenda, onde então deveriam aguardar a decisão da Justiça Federal sobre a quem pertence os 168 mil hectares da Suyá Missú. A proposta também não foi aceita.
Apesar de não ter sido oficialmente divulgada durante entrevista coletiva, o governo do Estado ofereceu aos xavantes uma área de preservação ambiental, de 130 mil hectares junto ao município de Santa Cruz do Xingú. Entretanto, a proposta foi recusada sem que houvesse ampla discussão sobre os benefícios que poderia trazer.
"A intenção era a de que houvesse acordo, já que haverá uma decisão sobre a área e já que o acordo é temporário. Acredito que se eles (xavantes) estivessem aqui haveria resultado mais promissor", desabafou José Alencar.
O interesse do presidente em resolver a questão foi questionado pela imprensa local. Existia a informação de que ele tivesse adquirido cerca de 200 mil hectares na região de Altos Boa Vista para produzir algodão. "Estou aqui cumprindo o meu dever. Investiguem se possuo alguma terra na região. Depois que entrei para a vida pública nem compro e nem vendo nada. Gostaria sim de ter terras em Mato Grosso", frisou.
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