De Povos Indígenas no Brasil
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Notícias
Ministra pede proteção a testemunhas em morte de indígena
25/02/2013
Autor: Fabiano Arruda
Fonte: G1 - http://g1.globo.com/
Indígena de 15 anos foi morto em MS e fazendeiro é principal suspeito.
"Nosso objetivo é que não exista impunidade", disse Maria do Rosário.
A ministra Maria do Rosário, da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, pediu, em reunião com o governador André Puccinelli (PMDB), em Campo Grande, nesta segunda-feira (25), proteção às testemunhas envolvidas na investigação da morte de um indígena de 15 anos, no último dia 17, ocorrida no município de Caarapó. O corpo da vítima foi encontrado numa estrada vicinal e tinha marcas de tiro na cabeça e no pescoço.
Rosário também afirmou que a reunião serviu para pedir que não haja impunidade no caso, além de cobrar rigor nas investigações. O G1 questionou quais passos concretos serão dados para enrijecer a apuração, no entanto, ela não deu detalhes.
Disse apenas que não há um prazo estabelecido para que as autoridades policiais do estado apresentem resultados e resumiu que a principal solicitação foi proteger as testemunhas, sem detalhar quantas e quem elas são. "Queremos chegar à fonte da ameaça, que tem que parar. Estamos preparados para dar um basta".
Puccinelli confirmou que o governo estadual vai dar proteção aos envolvidos, contudo, não revelou se há ameaças confirmadas.
Rosário ainda revelou que a parceria com o estado, Fundação Nacional do Índio (Funai) e Ministério Público Federal (MPF) foi debatida no encontro. Além disso, afirmou que Força Nacional, Polícia Rodoviária Federal e Polícia Federal reforçam a segurança na região.
"Que as comunidades tenham seus direitos atendidos. Parece-nos absurdo que um menino seja morto enquanto ia pescar. Isso incomoda. Que tenhamos o resultado das investigações o mais rápido possível", disse, acrescentando que o Ministério Público Federal acompanha a investigação.
Questionada sobre a questão fundiária em Mato Grosso do Sul, a ministra definiu a questão como complexa e relacionou a discussão com a morte do jovem indígena. "Só pode ser conseguida uma solução de forma pacífica, agora, sempre que há mortes como essa, é difícil de conseguir resultados positivos, tanto para aqueles que têm as titularidades das terras como para as comunidades indígenas".
O governador André Puccinelli definiu o caso como responsabilidade de "alguém saindo de sua racionalidade" para justificar que o estado não tem culpa. Afirmou que o policiamento nas aldeias depende de auxílio financeiro do Governo Federal para ser efetivado.
Segundo a ministra, não houve falta de recurso por parte da União em relação ao acesso policial às aldeias. Ela considera que isto deve ser discutido com Funai, MPF e comunidades indígenas. "Que a Polícia Militar não se exceda e faça proteção".
O caso
Após a morte do jovem indígena, um fazendeiro de 61 anos confessou o assassinato, segundo informações do delegado Antônio Carlos Videira, um dos responsáveis pelo inquérito. O crime aconteceu na fazenda do suspeito, no dia 17, quando a vítima foi até o local pescar.
Segundo Videira, o produtor disse, em depoimento, que estava sozinho na propriedade quando ouviu latidos dos cachorros perto da área do criadouro de peixes. O suspeito relatou ter visto um movimento no local e, sem ver do que se travava, deu dois tiros com uma carabina calibre 22.
O homem contou ainda que, ao ver que havia atingido o indígena, o colocou na carriola acoplada a sua caminhonete e seguiu sentido ao hospital da cidade. No entanto, no meio do caminho diz ter avistado um grupo de pessoas e, com medo de represálias, largou a vítima na estrada e fugiu.
Segundo o delegado, o suspeito alega ter pensado que as pessoas ajudariam o indígena. A polícia espera que as testemunhas se apresentem para depoimento. Após a morte, um grupo com cerca de 50 índios invadiu a fazenda e continua no local.
http://g1.globo.com/mato-grosso-do-sul/noticia/2013/02/ministra-pede-protecao-testemunhas-em-morte-de-indigena.html
"Nosso objetivo é que não exista impunidade", disse Maria do Rosário.
A ministra Maria do Rosário, da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, pediu, em reunião com o governador André Puccinelli (PMDB), em Campo Grande, nesta segunda-feira (25), proteção às testemunhas envolvidas na investigação da morte de um indígena de 15 anos, no último dia 17, ocorrida no município de Caarapó. O corpo da vítima foi encontrado numa estrada vicinal e tinha marcas de tiro na cabeça e no pescoço.
Rosário também afirmou que a reunião serviu para pedir que não haja impunidade no caso, além de cobrar rigor nas investigações. O G1 questionou quais passos concretos serão dados para enrijecer a apuração, no entanto, ela não deu detalhes.
Disse apenas que não há um prazo estabelecido para que as autoridades policiais do estado apresentem resultados e resumiu que a principal solicitação foi proteger as testemunhas, sem detalhar quantas e quem elas são. "Queremos chegar à fonte da ameaça, que tem que parar. Estamos preparados para dar um basta".
Puccinelli confirmou que o governo estadual vai dar proteção aos envolvidos, contudo, não revelou se há ameaças confirmadas.
Rosário ainda revelou que a parceria com o estado, Fundação Nacional do Índio (Funai) e Ministério Público Federal (MPF) foi debatida no encontro. Além disso, afirmou que Força Nacional, Polícia Rodoviária Federal e Polícia Federal reforçam a segurança na região.
"Que as comunidades tenham seus direitos atendidos. Parece-nos absurdo que um menino seja morto enquanto ia pescar. Isso incomoda. Que tenhamos o resultado das investigações o mais rápido possível", disse, acrescentando que o Ministério Público Federal acompanha a investigação.
Questionada sobre a questão fundiária em Mato Grosso do Sul, a ministra definiu a questão como complexa e relacionou a discussão com a morte do jovem indígena. "Só pode ser conseguida uma solução de forma pacífica, agora, sempre que há mortes como essa, é difícil de conseguir resultados positivos, tanto para aqueles que têm as titularidades das terras como para as comunidades indígenas".
O governador André Puccinelli definiu o caso como responsabilidade de "alguém saindo de sua racionalidade" para justificar que o estado não tem culpa. Afirmou que o policiamento nas aldeias depende de auxílio financeiro do Governo Federal para ser efetivado.
Segundo a ministra, não houve falta de recurso por parte da União em relação ao acesso policial às aldeias. Ela considera que isto deve ser discutido com Funai, MPF e comunidades indígenas. "Que a Polícia Militar não se exceda e faça proteção".
O caso
Após a morte do jovem indígena, um fazendeiro de 61 anos confessou o assassinato, segundo informações do delegado Antônio Carlos Videira, um dos responsáveis pelo inquérito. O crime aconteceu na fazenda do suspeito, no dia 17, quando a vítima foi até o local pescar.
Segundo Videira, o produtor disse, em depoimento, que estava sozinho na propriedade quando ouviu latidos dos cachorros perto da área do criadouro de peixes. O suspeito relatou ter visto um movimento no local e, sem ver do que se travava, deu dois tiros com uma carabina calibre 22.
O homem contou ainda que, ao ver que havia atingido o indígena, o colocou na carriola acoplada a sua caminhonete e seguiu sentido ao hospital da cidade. No entanto, no meio do caminho diz ter avistado um grupo de pessoas e, com medo de represálias, largou a vítima na estrada e fugiu.
Segundo o delegado, o suspeito alega ter pensado que as pessoas ajudariam o indígena. A polícia espera que as testemunhas se apresentem para depoimento. Após a morte, um grupo com cerca de 50 índios invadiu a fazenda e continua no local.
http://g1.globo.com/mato-grosso-do-sul/noticia/2013/02/ministra-pede-protecao-testemunhas-em-morte-de-indigena.html
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