De Povos Indígenas no Brasil
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Notícias

Curumins ficam no meio desta "guerra" de interesses

21/10/2004

Autor: Fabiana Batista

Fonte: A Gazeta de Cuiabá-Cuiabá-MT



É grave a situação na reserva xavante maraiwtesede, terra dividida por índios e antigos posseiros

O juiz da 5ª vara federal José Pires da Cunha autorizou a Polícia
Federal (PF) a entrar na área dos posseiros que hoje ocupam a reserva
indígena de Maraiwtesede, em Alto Boa Vista. Agora, a PF poderá
cumprir mandado anterior também da JF que determina o desarmamento da
comunidade que vive no local. Os agentes da PF também darão suporte
ao trabalho dos técnicos do Instituto Nacional de Colonização e
Reforma Agrária (Incra) que farão cadastramento dos posseiros que são
clientes da reforma agrária e uma perita fará o levantamento
antropológico da reserva. A medida foi solicitada pelo Ministério
Público Federal (MPF) e tem como objetivo acelerar a resolução do
conflito pela terra existente no local. Nos últimos meses, várias
ocorrências violentas foram registradas na reserva, a exemplo dos
dois índios xavante baleados há um mês.

O superintendente da PF em Mato Grosso, Marcos Antônio Farias,
confirmou o recebimento da ordem judicial e afirma já ter submetido o
pedido à sede do órgão, em Brasília, para viabilizar a operação de
desarmamento. O Incra também informou que a ação será realizada o
mais rápido possível.

O procurador da República em Mato Grosso, Mário Lúcio de Avelar,
explica que a intervenção policial na reserva foi necessária porque
recentemente técnicos do Incra foram ameaçados por posseiros e
impedidos de realizar levantamento fundiário em Maraiwtesede. "O
problema é que fazendeiros estão utilizando esses trabalhadores sem- terra como massa de manobra para se manterem na área", pontua Avelar.
A resistência também é reforçada por apoio do poder político local.

Por isso, MPF já solicitou à superintendência da PF em Mato Grosso a
abertura de inquérito para investigar quem são os responsáveis por
impedir o cumprimento de ordem pública. "Grileiros serão processados
criminalmente", avisa.
 

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