De Povos Indígenas no Brasil
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Noticias

Garimpeiros aliciam indígenas para ajudar na busca do ouro

13/02/2014

Fonte: Folha de Boa Vista - http://www.folhabv.com.br



Enquanto alguns indígenas já entenderam o mal que o garimpo leva à região deles, outros se beneficiam da prática, dificultando ainda mais o combate à garimpagem. Enquanto alguns já atuam contra, detendo garimpeiros que tentam adentrar na área, outros trabalham diretamente ou recebem dinheiro para permitirem a exploração de minérios.

Como o rio Urariocoera é extremamente encaichoeirado, o trabalho dos indígenas é primordial para a navegação, uma vez que os nativos são os maiores conhecedores do leito do rio. Por isso, muitos são aliciados, seja pelo dinheiro ou pelo uso da força, a trabalharem para a atividade.

Mas há casos de indígenas que atuam diretamente nas balsas. O indígena yekuana Geraldo Magalhães, hoje trabalha para a Frente de Proteção Yanomami no combate ao garimpo, mas já atuou, por dois anos - entre 2005 e 2006 -, nas balsas de garimpo.

Ele disse que chegava a receber R$ 15 mil em uma semana. "Muitos índios que trabalham para o garimpo ganham muito dinheiro e gastam tudo em bebida. Eu não. Comprei minha canoa e meu motor e hoje trabalho com isso", lembrou.

Ao relatar episódios de conflitos entre indígenas e garimpeiros, ele contou que há, aproximadamente, três anos, um homem da sua comunidade foi assassinado por se negar a transportar insumos para garimpeiros. "Eles estavam em dois. Ele disse que não ia levar e o cara deu um tiro nele. O outro só sobreviveu porque conseguiu fugir", relatou.

Segundo Geraldo, atualmente a convivência é considerada tranquila, mas deu a entender que, na verdade, os índios ficam acuados com a presença estranha. "Não há havido briga, mas os índios ficam quietos na deles, porque são muitos garimpeiros, todos armados", relatou.

ARMAMENTO - Além da degradação ambiental, a presença de garimpeiros insere também novos hábitos nas comunidades. Um exemplo disso aconteceu no ano passado, quando um conflito armado, na fronteira com a Venezuela, deixou quatro índios mortos e, pelo menos, sete feridos.

Conflitos entre as tribos são comuns entre os indígenas, mas, em vez de porretes e flechas, os indígenas agora dispõem de armas de fogo, aumentando a letalidades das brigas entre eles. Muitas vezes, estas armas chegam às comunidades por garimpeiros em troca de permissões para exploração ilegal de ouro. (Y.L)



http://www.folhabv.com.br/Noticia_Impressa.php?id=165661
 

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