De Povos Indígenas no Brasil
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Notícias
Em dia de festa, indígenas dizem que não há muitos motivos para comemorar
19/04/2014
Fonte: Capital News- http://www.capitalnews.com.br
Com o índice de violência cada vez mais crescente, impasse na decisão em relação às terras e diferenças sociais, o dia 19 de abril, quando tradicionalmente celebra-se o "Dia do Índio", embora seja marcado por festas e jogos, os indígenas reclamam e dizem que não há muitos motivos para comemorar.
O cacique Vilmar Machado da Silva, da Aldeia Jaguapiru, em Dourados, comanda mais de sete mil indígenas e lamenta que neste dia as comemorações sejam poucas diante dos problemas na comunidade que conta com três etnias diferentes: Guarani, Kaiowá e Terena.
"Nesta data não comemoramos, não temos muitos motivos. Existe muito descaso por parte do poder público, estamos abandonos. Apenas passamos o dia. Reunimos as duas comunidades, realizamos jogos, palestras e servimos um churrasco", contou.
Segundo o representante indígena, a comunidade fica próxima a aldeia Boboró e juntas somam em torno de 15 mil pessoas que dividem seis escolas, escolas municipais Tengatuy, Ramão Martins, Augustinho, Araporã, Lacui, Francisco Meireles e quatro Unidades Básicas de Saúde (UBS).
Conforme o cacique, nos postos a estrutura é precária e não há medicamentos suficientes para atender a demanda das duas comunidades indígenas. "Temos apenas o básico do básico. Não há estrutura para que os funcionários possam trabalhar. Os médicos passam as receitas, mas não tem os remédios que precisamos", lamentou.
O cacique ressalta que a educação também deixa a desejar. Apesar das seis escolas municipais dentro das aldeias Jaguapuru e Bororó, dois problemas atrapalham o desenvolvimento escolar nas comunidades: o difícil acesso pelas más condições nas estradas e a quantidade insuficiente de salas de aula.
"As nossas estradas estão péssimas, muitos alunos não conseguem chegar à escola e outros, ficam fora da sala de aula por falta de vaga. Precisamos que os nossos parlamentares olhem para a nossa situação e façam alguma coisa, reajam diante das necessidades do nosso povo", reivindicou o cacique.
Silva reclama que a violência cresce a cada dia. Estupros, homicídios e drogas, têm preocupado o representante indígena. "Temos apenas uma equipe da Força Nacional, com quatro agentes que não conseguem atender a todos os problemas. Somos quase 15 mil nas duas comunidades", enfatizou.
Para o cacique, além do pouco policiamento, a falta de incentivos para preencher o tempo livre entre os jovens, salienta ainda mais a violência e o uso de entorpecentes. "Temos apenas a Vila Olímpica para recreação. Nossos jovens não têm alternativas. Falta um espaço para que eles possam se ocupar com atividades interessantes para os seus desenvolvimentos", lembrou.
Com todos os problemas, o indígena não perde a esperança e espera por um dia em que possa ver a comunidade em melhores condições. "Espero que o nosso povo tenha uma educação melhor, saúde de qualidade, direito de ir e vir, segurança e que nossas terras sejam ampliadas terras", declarou.
Esperança - De acordo com o enfermeiro e representante do Conselho Distrital de Saúde Indígena (Condise), na região de Dourados, Rosemar Reginaldo Faustino, neste sábado, o secretário Especial de Saúde Indígena, Antônio Alves, chegou ao Estado para acompanhar visitas técnicas em algumas aldeias nas regiões sul e norte para que possa levar as reivindicações à Brasília.
Embora a visita seja para receber as reivindicações, o enfermeiro afirma que o momento não é propício para este tipo de visita. "Eles se aproveitam para vir em uma época que estamos realizando jogos e nos esquecemos um pouco dos problemas do dia a dia, para parecer que está tudo bem", destacou.
As visitas serão realizadas em aldeias nos municípios de Aquidauana, Dourados, Miranda e Paranhos. O secretário fica no Estado, até a próxima quarta-feira (23), quando retorna à Brasília.
http://www.capitalnews.com.br/ver_not.php?id=262174&ed=Geral&cat=Not%C3%ADcias
O cacique Vilmar Machado da Silva, da Aldeia Jaguapiru, em Dourados, comanda mais de sete mil indígenas e lamenta que neste dia as comemorações sejam poucas diante dos problemas na comunidade que conta com três etnias diferentes: Guarani, Kaiowá e Terena.
"Nesta data não comemoramos, não temos muitos motivos. Existe muito descaso por parte do poder público, estamos abandonos. Apenas passamos o dia. Reunimos as duas comunidades, realizamos jogos, palestras e servimos um churrasco", contou.
Segundo o representante indígena, a comunidade fica próxima a aldeia Boboró e juntas somam em torno de 15 mil pessoas que dividem seis escolas, escolas municipais Tengatuy, Ramão Martins, Augustinho, Araporã, Lacui, Francisco Meireles e quatro Unidades Básicas de Saúde (UBS).
Conforme o cacique, nos postos a estrutura é precária e não há medicamentos suficientes para atender a demanda das duas comunidades indígenas. "Temos apenas o básico do básico. Não há estrutura para que os funcionários possam trabalhar. Os médicos passam as receitas, mas não tem os remédios que precisamos", lamentou.
O cacique ressalta que a educação também deixa a desejar. Apesar das seis escolas municipais dentro das aldeias Jaguapuru e Bororó, dois problemas atrapalham o desenvolvimento escolar nas comunidades: o difícil acesso pelas más condições nas estradas e a quantidade insuficiente de salas de aula.
"As nossas estradas estão péssimas, muitos alunos não conseguem chegar à escola e outros, ficam fora da sala de aula por falta de vaga. Precisamos que os nossos parlamentares olhem para a nossa situação e façam alguma coisa, reajam diante das necessidades do nosso povo", reivindicou o cacique.
Silva reclama que a violência cresce a cada dia. Estupros, homicídios e drogas, têm preocupado o representante indígena. "Temos apenas uma equipe da Força Nacional, com quatro agentes que não conseguem atender a todos os problemas. Somos quase 15 mil nas duas comunidades", enfatizou.
Para o cacique, além do pouco policiamento, a falta de incentivos para preencher o tempo livre entre os jovens, salienta ainda mais a violência e o uso de entorpecentes. "Temos apenas a Vila Olímpica para recreação. Nossos jovens não têm alternativas. Falta um espaço para que eles possam se ocupar com atividades interessantes para os seus desenvolvimentos", lembrou.
Com todos os problemas, o indígena não perde a esperança e espera por um dia em que possa ver a comunidade em melhores condições. "Espero que o nosso povo tenha uma educação melhor, saúde de qualidade, direito de ir e vir, segurança e que nossas terras sejam ampliadas terras", declarou.
Esperança - De acordo com o enfermeiro e representante do Conselho Distrital de Saúde Indígena (Condise), na região de Dourados, Rosemar Reginaldo Faustino, neste sábado, o secretário Especial de Saúde Indígena, Antônio Alves, chegou ao Estado para acompanhar visitas técnicas em algumas aldeias nas regiões sul e norte para que possa levar as reivindicações à Brasília.
Embora a visita seja para receber as reivindicações, o enfermeiro afirma que o momento não é propício para este tipo de visita. "Eles se aproveitam para vir em uma época que estamos realizando jogos e nos esquecemos um pouco dos problemas do dia a dia, para parecer que está tudo bem", destacou.
As visitas serão realizadas em aldeias nos municípios de Aquidauana, Dourados, Miranda e Paranhos. O secretário fica no Estado, até a próxima quarta-feira (23), quando retorna à Brasília.
http://www.capitalnews.com.br/ver_not.php?id=262174&ed=Geral&cat=Not%C3%ADcias
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