De Povos Indígenas no Brasil
The printable version is no longer supported and may have rendering errors. Please update your browser bookmarks and please use the default browser print function instead.

Notícias

Indígenas bororos mantêm ritual e batizam crianças em aldeia de MT

24/07/2014

Fonte: G1- http://g1.globo.com



Descendentes de uma etnia que, segundo historiadores, convive com o homem branco há quase 400 anos, os bororos preservam a cultura e mantém um ritual de nomeação dos indígenas da etnia. Neste mês, na aldeia Pobóre, em Rondonópolis, a 218 km de Cuiabá, crianças foram batizadas e oficializaram publicamente que fazem parte da aldeia.

Uma das índias mais velhas da aldeia, Nadir Ika contou que, antes do batizado, convites são enviados para toda a aldeia para que todos participem do batismo da criança. "Avisamos os parentes. Eles vêm participar, ajuda a cantar, ajuda a movimentar, é muito bom", declarou a guardiã da cultura. Por isso, tem a responsabilidade de passar para as futuras gerações tudo que aprendeu.

Na preparação para o batizado, penas são colocadas com capricho nas crianças. As mulheres fazem os adereços. Um deles é o kuduquejeu, que significa perto do cabelo, e é colocado na testa das crianças para o batizado. Tem crianças que só recebem um nome depois de grandes.

Entrar na aldeia é privilégio de poucos, pois é permitido o ingresso somente a partir de convite do cacique da tribo, José Taririkiarew.

Os rituais são realizados dentro ou perto do 'baíto', uma casa construída no Centro da Aldeia, feita com folhas de babaçú. A estrutura foi levantada e deitou os indígenas felizes. "Ela serve para todo tipo de documento para nós. Os nossos tataravós faziam assim. Isso já vem de séculos, é da natureza já vir assim", afirmou o cacique.

Durante a preparação do batismo, os homens ficam separados das mulheres no baíto, espaço construído para eles dormirem e conviverem a partir dos 12 anos, como uma preparação para a vida adulta.

A cultura é reforçada na escola aos índios na escola da aldeia, pela professora Iraci Borobó, também indígena. Ela disse que o sonho dela para os alunos é que eles conheçam os seus direitos para saber se defender.

Os mais antigos dizem que os primeiros bororos que chegaram na aldeia vieram de aldeias em Cuiabá. A Pobóre quase desapareceu porque muitos índios se mudaram para outras regiões. Mas aos poucos foi reerguida. Raimundo Itugóga é dessa época. "Nós somos bororos, criados no mato, comemos bichos, como quati, paca, macaco, queixada, abelha. Nós comemos abelha no mato, é o nosso costume. Nunca seremos brancos e nem o branco vai alcançar o que nós somos também", disse. Quando casam, os filhos moram na mesma casa que os pais e avós. Um cuida do outro.

A reserva com mais de nove mil hectares conta com duas aldeias e na Pobóre vivem 80 índios. Levantamento da Fundação Nacional do Índio (Funai) mostra que também há bororos nos municípios de Poxoréu, Barra do Garças e Barão de Melgaço. E em todas as aldeias, o ritual de nomeação é mantido, segundo o antropólogo Paulo Isaac, que estuda a etnia há 20 anos.



http://g1.globo.com/mato-grosso/noticia/2014/07/indigenas-bororos-mantem-ritual-e-batizam-criancas-em-aldeia-de-mt.html
 

As notícias publicadas no site Povos Indígenas no Brasil são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos .Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.