De Povos Indígenas no Brasil
The printable version is no longer supported and may have rendering errors. Please update your browser bookmarks and please use the default browser print function instead.
Notícias
Povo Gamela, da comunidade de Taquaritiua, resiste para manter o seu território livre
21/10/2014
Fonte: Vias de Fato - www.viasdefato.com.br
Na manhã de sábado (18), homens, mulheres e crianças do povo indígena Gamela, da comunidade Taquaritiua, localizada há 12 km de cidade de Viana (MA), retiraram a cerca de arame que avançou sobre a área de reserva do território indígena. A cerca foi colocada por um fazendeiro da cidade de Viana, que se diz comprador da terra e mandou desmatar a área, destruindo aproximadamente um hectare.
O senhor Epitácio dos Santos, de 84 anos, se emociona ao lembrar a sua vida inteira de luta e não consegue segurar as lágrimas. "Sou um velho lutador, sempre me conheci nessa luta aqui, muitos dos que lutavam comigo já morreram, mas dou graças a Deus por continuar resistindo".
No começo da semana passada, os indígenas perceberam tratores destruindo a área de uso coletivo do povo, onde todos os grupos familiares usam para caçar, buscar palha e madeira para construção de casas, entre outros. "Todo mundo tira seu sustento dessa terra, é aqui que plantamos, é aqui que pescamos e não queremos mais ser um sem título, terra a gente tem, o que não temos é o título", afirma dona Ivone dos Santos.
Na sexta (17), os indígenas registraram queixa na delegacia de Viana pedindo providências sobre a destruição do seu território. Preocupados a comunidade tomou a decisão de retirar o arame e retomar o seu território para evitar que o desmatamento continue.
"Desde que entendi o que os nossos pais diziam: a gente vive é do sacrifício e é assim que vivemos aqui. Para garantir o que a gente tem, só com muita luta", diz seu Cipriano Nonato dos Santos.
Em assembleia no local desmatado e agora retomado, os indígenas decidiram dar uma destinação para a área desmatada, colocando ali uma roça de usufruto comum. Na semana que vem tentarão dialogar com o responsável pela destruição da mata e continuarão vigiando para que seu maior patrimônio, a terra, não continue sendo destruída.
O povo Gamela, considerado extinto, vem desde 2013 lutando pelo reconhecimento étnico e territorial. Em agosto deste ano, na Assembleia de Autodeclaração, o povo indígena deliberou a luta pela conquista desse território e revitalização da identidade étnica.
Cabe lembrar que o território do povo Gamela, doado pelo Império Português, compreendia mais de 10 mil hectares, mas atualmente, o povo vive em 552 hectares, parcela que restou de um violento processo de grilagem ocorrido nos anos 70. Esse pedaço de chão, onde esse povo vive e tira dele seu sustento está novamente sendo objeto de disputa e de fraude.
O Conselho Indigenista Missionário (Cimi), a Comissão Pastoral da Terra (CPT), o Jornal Vias de Fato, o Núcleo de Extensão e Pesquisa com Populações e Comunidades Rurais Negras Quilombolas e Indígenas (Nuruni), da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), estiveram presentes na comunidade, visitando a área desmatada e prestando apoio e solidariedade ao povo e continuarão acompanhando os desdobramentos dessa situação para que seja respeitado o direito dos Gamela de viver livre no seu território.
(CIMI)
http://www.viasdefato.jor.br/index2/index.php?option=com_content&view=article&id=1045:povo-gamela-da-comunidade-de-taquaritiua-resiste-para-manter-o-seu-territorio-livre&catid=34:yootheme&Itemid=204
O senhor Epitácio dos Santos, de 84 anos, se emociona ao lembrar a sua vida inteira de luta e não consegue segurar as lágrimas. "Sou um velho lutador, sempre me conheci nessa luta aqui, muitos dos que lutavam comigo já morreram, mas dou graças a Deus por continuar resistindo".
No começo da semana passada, os indígenas perceberam tratores destruindo a área de uso coletivo do povo, onde todos os grupos familiares usam para caçar, buscar palha e madeira para construção de casas, entre outros. "Todo mundo tira seu sustento dessa terra, é aqui que plantamos, é aqui que pescamos e não queremos mais ser um sem título, terra a gente tem, o que não temos é o título", afirma dona Ivone dos Santos.
Na sexta (17), os indígenas registraram queixa na delegacia de Viana pedindo providências sobre a destruição do seu território. Preocupados a comunidade tomou a decisão de retirar o arame e retomar o seu território para evitar que o desmatamento continue.
"Desde que entendi o que os nossos pais diziam: a gente vive é do sacrifício e é assim que vivemos aqui. Para garantir o que a gente tem, só com muita luta", diz seu Cipriano Nonato dos Santos.
Em assembleia no local desmatado e agora retomado, os indígenas decidiram dar uma destinação para a área desmatada, colocando ali uma roça de usufruto comum. Na semana que vem tentarão dialogar com o responsável pela destruição da mata e continuarão vigiando para que seu maior patrimônio, a terra, não continue sendo destruída.
O povo Gamela, considerado extinto, vem desde 2013 lutando pelo reconhecimento étnico e territorial. Em agosto deste ano, na Assembleia de Autodeclaração, o povo indígena deliberou a luta pela conquista desse território e revitalização da identidade étnica.
Cabe lembrar que o território do povo Gamela, doado pelo Império Português, compreendia mais de 10 mil hectares, mas atualmente, o povo vive em 552 hectares, parcela que restou de um violento processo de grilagem ocorrido nos anos 70. Esse pedaço de chão, onde esse povo vive e tira dele seu sustento está novamente sendo objeto de disputa e de fraude.
O Conselho Indigenista Missionário (Cimi), a Comissão Pastoral da Terra (CPT), o Jornal Vias de Fato, o Núcleo de Extensão e Pesquisa com Populações e Comunidades Rurais Negras Quilombolas e Indígenas (Nuruni), da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), estiveram presentes na comunidade, visitando a área desmatada e prestando apoio e solidariedade ao povo e continuarão acompanhando os desdobramentos dessa situação para que seja respeitado o direito dos Gamela de viver livre no seu território.
(CIMI)
http://www.viasdefato.jor.br/index2/index.php?option=com_content&view=article&id=1045:povo-gamela-da-comunidade-de-taquaritiua-resiste-para-manter-o-seu-territorio-livre&catid=34:yootheme&Itemid=204
As notícias publicadas no site Povos Indígenas no Brasil são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos .Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.