De Povos Indígenas no Brasil
The printable version is no longer supported and may have rendering errors. Please update your browser bookmarks and please use the default browser print function instead.
Notícias
Acre serve de laboratório para implantação do Pronatec Indígena
18/02/2016
Autor: Flaviano Schneider
Fonte: Agência de Notícias do Acre/Governo do Estado do Acre - www.agencia.ac.gov.br
Os povos indígenas Puyanawa e Katuquina receberam na terça-feira, 16, a visita de um grupo de profissionais do Instituto Federal do Acre (Ifac) de Cruzeiro do Sul, ligados à execução de cursos do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec).
O motivo foi avaliar os resultados e preparar um documentário sobre os cursos que ora vêm sendo realizados nas aldeias, na modalidade de Pronatec Indígena, uma novidade dentro do programa, em que o Acre está servindo de laboratório para expandir a experiência para outras unidades da Federação.
Criado em 2011 pelo governo federal, o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) já chegou a mais de 70 mil pessoas no Acre com cursos de formação profissional e tecnológica em várias áreas, tendo como principais executores o Ifac e o Centro de Formação e Tecnologias do Juruá (Ceflora), que é ligado ao Instituto Dom Moacyr.
A equipe de visitantes foi formada pelos seguintes: Aline Silva, coordenadora adjunta do Pronatec/Ifac no Vale do Juruá; Blenda Moura, coordenadora do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (Neabi); Lídia Gomes Magalhães, orientadora social; Donizete Maia Azevedo, supervisor do curso; Éderson Silveira, professor; Maria José Ricardo, professora e Fabíola Pereira da Paixão, apoio administrativo.
Artesanato e agricultura
Na Terra Indígena (TI) Puyanawa está sendo realizado o curso de artesão de artigos indígenas e na TI Katuquina o curso de agricultor agroflorestal, ambos com 200 horas de aula. O curso de artesão está sendo frequentado por 17 índios puyanawas e três nawas enquanto o de agricultura é frequentado por 20 jovens katuquinas, todos alunos do ensino médio.
Para realizar os cursos entre os indígenas, foi fundamental a parceria com a Fundação Nacional do Índio (Funai). O coordenador regional da Funai, Luís Nukini, que acompanhou a visita aos puyanawas, considera os cursos do Pronatec uma contribuição ao fortalecimento da cultura e da organização interna dos povos indígenas. Ele explica que o processo se iniciou primeiro por uma demanda das próprias comunidades indígenas. Há dois anos houve o fortalecimento da Funai na região e a busca de parcerias com instituições que pudessem atender a essas demandas e finalmente concretizou-se a parceria com o Ifac/Pronatec.
"O curso está possibilitando aos puyanawas refletir sobre sua história e recordar como foi o artesanato de seus antepassados" atestou.
O índio Davi Puyanawa tem sido um ícone no que toca ao resgate do artesanato tradicional de seu povo. Ele é formado em Artes na Universidade Federal do Acre (Ufac) e para o seu trabalho de conclusão do curso (TCC) pesquisou e descobriu 35 tipos de artesanato tradicionais e quase totalmente esquecidos na atualidade.
Ele e mais um colega índio foram contratados pelo Ifac para ministrarem o curso. Os artesãos em formação estão aprendendo a tecer com o cipó titica e fazer peças utilizando palha de buriti e fibra de tucum. Dentre os objetos estão cestos, jamaxi, caçoá, balaios e outros apetrechos.
Para o cacique Joel Puyanawa, o curso chegou na hora certa: "Nosso povo está vivenciando um novo momento da revitalização da cultura e da tradição e vemos com alegria que as pessoas da comunidade queiram participar desse resgate".
Joel conta que a agricultura, especialmente a produção de farinha, é a principal atividade econômica das duas aldeias (Barão e Ipiranga), mas com o desenvolvimento do artesanato poderá sair daí um importante complemento de renda.
Para o curso de agricultor agroflorestal na TI Katukina também foram contatados dois monitores indígenas, além de dois professores do Ifac. O curso de agricultor agroflorestal, além de fornecer conhecimentos gerais sobre os sistemas agroflorestais, procura resgatar e aprimorar as técnicas tradicionais de plantio e manejo da terra.
O líder da Aldeia Samaúma, umas das seis existentes na TI Katukina, Poá Katuquina, mostrou-se agradecido aos órgãos que propiciaram o curso. Ele, que é agente agroflorestal, considera que depois do curso os jovens vão contribuir muito no trabalho com as comunidades locais: "Sempre digo aos alunos: aproveitem esta oportunidade vocês são jovens e tem muito a aprender pela frente".
http://www.agencia.ac.gov.br/acre-serve-de-laboratorio-para-implantacao-do-pronatec-indigena/
O motivo foi avaliar os resultados e preparar um documentário sobre os cursos que ora vêm sendo realizados nas aldeias, na modalidade de Pronatec Indígena, uma novidade dentro do programa, em que o Acre está servindo de laboratório para expandir a experiência para outras unidades da Federação.
Criado em 2011 pelo governo federal, o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) já chegou a mais de 70 mil pessoas no Acre com cursos de formação profissional e tecnológica em várias áreas, tendo como principais executores o Ifac e o Centro de Formação e Tecnologias do Juruá (Ceflora), que é ligado ao Instituto Dom Moacyr.
A equipe de visitantes foi formada pelos seguintes: Aline Silva, coordenadora adjunta do Pronatec/Ifac no Vale do Juruá; Blenda Moura, coordenadora do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (Neabi); Lídia Gomes Magalhães, orientadora social; Donizete Maia Azevedo, supervisor do curso; Éderson Silveira, professor; Maria José Ricardo, professora e Fabíola Pereira da Paixão, apoio administrativo.
Artesanato e agricultura
Na Terra Indígena (TI) Puyanawa está sendo realizado o curso de artesão de artigos indígenas e na TI Katuquina o curso de agricultor agroflorestal, ambos com 200 horas de aula. O curso de artesão está sendo frequentado por 17 índios puyanawas e três nawas enquanto o de agricultura é frequentado por 20 jovens katuquinas, todos alunos do ensino médio.
Para realizar os cursos entre os indígenas, foi fundamental a parceria com a Fundação Nacional do Índio (Funai). O coordenador regional da Funai, Luís Nukini, que acompanhou a visita aos puyanawas, considera os cursos do Pronatec uma contribuição ao fortalecimento da cultura e da organização interna dos povos indígenas. Ele explica que o processo se iniciou primeiro por uma demanda das próprias comunidades indígenas. Há dois anos houve o fortalecimento da Funai na região e a busca de parcerias com instituições que pudessem atender a essas demandas e finalmente concretizou-se a parceria com o Ifac/Pronatec.
"O curso está possibilitando aos puyanawas refletir sobre sua história e recordar como foi o artesanato de seus antepassados" atestou.
O índio Davi Puyanawa tem sido um ícone no que toca ao resgate do artesanato tradicional de seu povo. Ele é formado em Artes na Universidade Federal do Acre (Ufac) e para o seu trabalho de conclusão do curso (TCC) pesquisou e descobriu 35 tipos de artesanato tradicionais e quase totalmente esquecidos na atualidade.
Ele e mais um colega índio foram contratados pelo Ifac para ministrarem o curso. Os artesãos em formação estão aprendendo a tecer com o cipó titica e fazer peças utilizando palha de buriti e fibra de tucum. Dentre os objetos estão cestos, jamaxi, caçoá, balaios e outros apetrechos.
Para o cacique Joel Puyanawa, o curso chegou na hora certa: "Nosso povo está vivenciando um novo momento da revitalização da cultura e da tradição e vemos com alegria que as pessoas da comunidade queiram participar desse resgate".
Joel conta que a agricultura, especialmente a produção de farinha, é a principal atividade econômica das duas aldeias (Barão e Ipiranga), mas com o desenvolvimento do artesanato poderá sair daí um importante complemento de renda.
Para o curso de agricultor agroflorestal na TI Katukina também foram contatados dois monitores indígenas, além de dois professores do Ifac. O curso de agricultor agroflorestal, além de fornecer conhecimentos gerais sobre os sistemas agroflorestais, procura resgatar e aprimorar as técnicas tradicionais de plantio e manejo da terra.
O líder da Aldeia Samaúma, umas das seis existentes na TI Katukina, Poá Katuquina, mostrou-se agradecido aos órgãos que propiciaram o curso. Ele, que é agente agroflorestal, considera que depois do curso os jovens vão contribuir muito no trabalho com as comunidades locais: "Sempre digo aos alunos: aproveitem esta oportunidade vocês são jovens e tem muito a aprender pela frente".
http://www.agencia.ac.gov.br/acre-serve-de-laboratorio-para-implantacao-do-pronatec-indigena/
As notícias publicadas no site Povos Indígenas no Brasil são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos .Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.