De Povos Indígenas no Brasil
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News

Sertanista se surpreende com questionamento de fotografias

22/02/2016

Autor: Elaize Farias

Fonte: Amazônia Real (Manaus - AM) - www.amazoniareal.com.br



Na entrevista à Amazônia Real, o coordenador Carlos Travassos questionou as fotografias de autoria do sertanista Antenor Vaz que mostram o abandono da Base da Frente Etnoambiental do Vale do Javari. As fotografias enviadas por Vaz para a Amazônia Real foram publicadas na sua entrevista e na entrevista de Marcelo Marke Matís. Elas mostram o flutuante da Base da Frente Etnoambiental da Funai

Segundo Travassos, "a casa velha" que aparece nas fotografias de Antenor Vaz foi "substituída por outra ao lado, que não aparece nas fotografias do sertanista", dando a entender que ele suprimiu a imagem da nova casa para expor o sucateamento da Base.

A Amazônia Real procurou novamente o sertanista Antenor Vaz. Ele disse que suas fotografias foram feitas em junho de 2015, durante um encontro de capacitação dada a indígenas do Vale do Javari, período em não viu obras da Funai na Base.

"Não tinha não (obra). O que tinha eram as palhas alojadas na sala de reuniões, que inclusive não permitiu que a capacitação ocorresse lá", afirmou. As palhas haviam sido coletadas pelos próprios indígenas.

Já a fotografia que a Funai enviou à reportagem de uma "nova casa", sob o título "Base de Proteção Etnoambiental na confluência dos rios Itui e Itaquaí", é de autoria do Heriverto Vargas, realizada em 2016.

Segundo Antenor Vaz a imagem que a Funai enviou "trata-se da instalação chamada internamente de 'Casa Grande', onde ficam os quartos dos servidores da Funai, a enfermaria, a despensa e o refeitório". Ou seja, é apenas um dos módulos que integram a Base toda.

O sertanista disse que quando esteve na Base, em junho de 2015, a "Casa Grande" estava com muitos problemas de goteiras, mas os indígenas já tinham coletado palhas para refazer o telhado.

"Na matéria que foi publicada com minha entrevista aparecem as fotos do dormitório (caído em ruínas) e do flutuante (em destaque), ambas da Base da Frente de Proteção Etnoambiental Javari (situada na confluência dos rios Itu e Itaquaí", disse o sertanista.

Conforme Antenor Vaz, neste flutuante são ancorados os barcos da Frente. Também é o local de recepção de todos que chegam ao local para pernoite e serve de guarda para os motores etc. "Quando estive lá, o alojamento estava caindo", disse o sertanista.

Segundo ele, a Base de Proteção Etnoambierntal do Vale do Javari é composta de um conjunto de oito módulos, que são: 1. Flutuante, a porta de entrada da base de proteção, onde se ancora os barcos, local de recepção e monitoramento dos que ingressam na terra indígena , onde possivelmente algum transeunte pernoita, local onde se armazena os motores, etc; 2. Casa grande, onde ficam cozinha, refeitório, aposentos do coordenador, enfermaria, aposentos para Auxiliares em Indigenismo e Despensa; 3. Depósito de combustível; 4. Alojamentos; 5. Banheiros; 6. Privadas; 7.Salão de reuniões (antigo chapéu de palha) e 8. Casa do gerador.

"Todo esse complexo é construído suspenso do solo devido a alagação. Esse tipo de estrutura demanda uma permanente manutenção. Daí o motivo dos trabalhadores gastarem um tempo enorme para realizar essa manutenção, em detrimento de realizar o trabalho de monitoramento territorial, localização e proteção dos isolados", comentou.

Antenor Vaz afirmou que se surpreendeu com o questionamento à veracidade de sua fotografia publicada pela Amazônia Real. Para ele, o que deve ser discutido é o "colapso" da Funai.

"O sucateamento material e de recursos humanos que abordei na entrevista é um aspecto do colapso do Sistema de Proteção ao Índio Isolado. Este colapso levou ao fechamento de duas Frentes de Proteção, em regiões onde incidem Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs), a Frente Etnoambiental do Madeira, em Rondônia, e a Frente Juruena, no Mato Grosso, e o sucateamento das demais Frentes de Proteção incluindo o Javari", afirmou.

Conforme Vaz, esse tipo de questão é importante que a sociedade brasileira tenha conhecimento. "Camuflar a realidade, apresentar dados maquiados só servem para encobrir a real situação porque passam os indígenas do Vale do Javari. Esse comportamento só se explica para proteger uma 'gestão amadora', o que levam à morte dos índios isolados Korubo", afirmou.

http://amazoniareal.com.br/12740/
 

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