De Povos Indígenas no Brasil
The printable version is no longer supported and may have rendering errors. Please update your browser bookmarks and please use the default browser print function instead.

Notícias

Projeto leva artes cênicas para o povo Laklaño Xokleng no Alto Vale do Itajaí

15/11/2016

Fonte: Diário Catarinense- http://dc.clicrbs.com.br



Foi uma pesquisa teórica da universidade que levou Rafaela Catarina Kinas para dentro da aldeia Bugio, entre José Boiteaux e Doutor Pedrinho, no Alto Vale. A escola branca fez ela conhecer a cultura indígena, especificamente a do povo Laklaño Xokleng, em 2008. A vida seguiu.

Índios de um lado, atriz de outro, até que os caminhos os uniram novamente. Há seis meses, Rafaela aceitou o desafio de trabalhar o teatro dentro da aldeia. Não antes de receber a visita de três indígenas interessados em saber se ela realmente era confiável para entrar em contato e para formar as crianças.

- Conhecer a vivência na aldeia me fez entender que o povo ainda está marcado por uma extrema desconfiança dos colonizadores, tanto que tenho certa dificuldade em compor a cena com eles. Existem coisas da história deles que ainda não estou apta a conhecer e nem eles querem mostrar para a comunidade não-indígena. O que é engraçado é que, com a minha persistência em ir para a aldeia, sinto aquela expectativa de, olha ela voltou, que incrível. Ela tá aqui de novo - compartilha Rafaela sobre a experiência desafiadora.

A Epopeia Indígena será apresentada ainda neste ano por um grupo que está vinculado ao Centro Cultural da comunidade Bugio. As aulas ocorrem todas as quintas-feiras com 16 alunos - adolescentes, infanto-juvenis e adultos - que estão montando o espetáculo, contando a trajetória do próprio povo da terra indígena Laklaño Xokleng. Para chegar até o Alto Vale, a atriz percorre 205 quilômetros de Blumenau até lá, mas afirma que o esforço vale a pena. Ela relembra que ao chegar à aldeia percebeu um grau de timidez elevadíssimo na tribo, mas que aos poucos tem se transformado em maturidade cênica.

- Nossa jornada é baseada nos jogos teatrais. A gente joga muito, a gente brinca e o povo Laklaño Xokleng tem uma facilidade incrível de se divertir e de rir. É claro que eles têm ainda muito que caminhar, pois o teatro foi inserido neste ano, mas estão em um bom caminho e acredito que, em breve, não precisarei mais ir e eles continuarão por conta própria. Essa é a minha intenção.

Com brilho nos olhos, Rafaela percebe que o teatro possibilita o encontro do povo indígena com a necessidade de se comunicar.

- Socialmente sinto que o teatro tem refletido na comunicação interpessoal deles, sinto que as meninas estão mais ativas e desenvoltas para expressar o que pensam. Além do teatro, eles têm descoberto outras potências, além de serem ouvidos - comemora.



http://dc.clicrbs.com.br/sc/noticia/2016/11/projeto-leva-artes-cenicas-para-o-povo-laklano-xokleng-no-alto-vale-do-itajai-8307698.html
 

As notícias publicadas no site Povos Indígenas no Brasil são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos .Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.