De Povos Indígenas no Brasil
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Notícias
Índios bororos recebem atendimento médico e assistência social no projeto Ribeirinho Cidadão
08/02/2017
Fonte: Governo de Mato Grosso- http://www.mt.gov.br
Sem assistência e acompanhamento médico frequente, os índios da etnia bororo que vivem em aldeias nos arredores do município de Santo Antônio de Leverger receberam nesta terça-feira (07), o projeto Ribeirinho Cidadão.
No local, as famílias formaram filas para realizar consultas com clínicos gerais, tomar vacinas e solicitar o Bolsa Família, benefício que ajuda na criação de bebês e mais de 200 crianças em fase escolar.
Esta é a segunda vez que o projeto atende os bororos das aldeias Córrego Grande e Galdino Pimentel. Já acostumados com os hábitos da população da cidade, os índios esbanjam simplicidade e receptividade. Eles reconhecem que estas ações e gestos representam muito para quem vive com tão pouco e, por isso, demonstram gratidão por aquilo que recebem.
A unidade de saúde mais próxima fica no município de Rondonópolis, que fica a aproximadamente 110 quilômetros de distância. A falta de um veículo para a locomoção faz com que os indígenas sigam suas vidas de forma isolada e sem a atenção devida, como relatou o cacique da aldeia Córrego Grande, Bruno Tavie.
"O ideal seria termos um espaço físico de saúde aqui, mas enquanto isso não acontece, temos que continuar dependendo e esperando pelos outros. A vinda do Ribeirinho Cidadão é de suma importância para ajudar o nosso povo em situações como esta", contou o cacique.
Na aldeia Córrego Grande vivem atualmente 75 famílias. Elas estão distribuídas em ocas feitas de madeira e palha, dormem em redes e contam apenas com uma escola indígena. A compra de mantimentos é feita com o auxílio de um ônibus terceirizado que busca os índios quatro vezes por mês e os leva até Rondonópolis.
Já a aldeia Galdino Pimentel abriga 40 pessoas em situação semelhante. "Para nós é uma grande conquista ter esses serviços, porque não temos acesso nem a outros lugares de Santo Antônio e com vocês aqui nos sentimos mais à vontade", frisou o cacique Marcelo Manambaro.
Atendimentos
Após um ano sem conseguir fazer uma consulta médica, o ancião da tribo de Córrego Grande, José Américo Cardoso, 86, foi levado até a sede do projeto, montada na escola da aldeia para uma avaliação. Por fumar cigarro de palha desde criança, o paciente apresentou pequenas complicações na respiração e dor muscular por conta do tabagismo. "Quem me segura é meu pai do céu. Quando fico doente ele é quem me ajuda", disse o idoso sobre não ter acompanhamento de saúde.
O ancião foi assistido pela médica Adriana Mucio, uma das voluntárias do projeto nesta edição. "Ele trabalhou a vida toda e tem uma saúde rígida apesar de fumar há muito tempo. A alimentação saudável também contribuiu para que vivesse bem. Como nessa idade é difícil parar de fumar e a dor que ele relatou não ser crônica, recomendamos um relaxante muscular".
Entre os casos que exigiram mais atenção dos médicos, está o do índio Wilson Aiepa, de 28 anos. Ele apresentou um ferimento nos dedos que não sara ou cicatriza mesmo com o uso de medicamentos. "Estou machucado há três meses, não sinto dor, mas o ferimento continua. Cheguei a ser atendido por outros médicos, mas não sabemos do que se trata", contou.
De acordo com o médico, José Alcântara Filgueira Júnior, a suspeita é de que o paciente tenha contraído Leishmaniose, uma doença transmitida por mosquito e que tem os cães como hospedeiro.
"Pelo o que podemos observar e avaliar, a lesão tem como características a Leishmaniose. O tratamento exige medicamento especifico e o diagnóstico é feito de forma complementar. Optamos por encaminhá-lo para um ambulatório de infectologia do Hospital Júlio Muller, que é referência em Cuiabá neste tipo de doença", explicou o médico.
Durante o projeto com os bororos foram contabilizados 45 atendimentos médicos e aplicadas 13 doses de vacinas contra Hepatite B, febre amarela, antitetânica, pneumocócica e meningite. Também foram feitos 28 cadastros do Bolsa Família.
O Ribeirinho Cidadão começou no dia 1o de fevereiro e segue até o dia 20 com serviços médicos e sociais em várias comunidades rurais carentes. Este projeto é resultado de uma parceria entre o Poder Judiciário, Defensoria Pública, Governo de Mato Grosso, Assembleia Legislativa, prefeituras e Marinha do Brasil, que estará presente na etapa fluvial da expedição.
http://www.mt.gov.br/noticias/-/asset_publisher/Hf4xlehM0Iwr/content/5800523-indios-bororos-recebem-atendimento-medico-e-assistencia-social-no-projeto-ribeirinho-cidadao/pop_up?_101_INSTANCE_Hf4xlehM0Iwr_viewMode=print&_101_INSTANCE_Hf4xlehM0Iwr_languageId=pt_BR
No local, as famílias formaram filas para realizar consultas com clínicos gerais, tomar vacinas e solicitar o Bolsa Família, benefício que ajuda na criação de bebês e mais de 200 crianças em fase escolar.
Esta é a segunda vez que o projeto atende os bororos das aldeias Córrego Grande e Galdino Pimentel. Já acostumados com os hábitos da população da cidade, os índios esbanjam simplicidade e receptividade. Eles reconhecem que estas ações e gestos representam muito para quem vive com tão pouco e, por isso, demonstram gratidão por aquilo que recebem.
A unidade de saúde mais próxima fica no município de Rondonópolis, que fica a aproximadamente 110 quilômetros de distância. A falta de um veículo para a locomoção faz com que os indígenas sigam suas vidas de forma isolada e sem a atenção devida, como relatou o cacique da aldeia Córrego Grande, Bruno Tavie.
"O ideal seria termos um espaço físico de saúde aqui, mas enquanto isso não acontece, temos que continuar dependendo e esperando pelos outros. A vinda do Ribeirinho Cidadão é de suma importância para ajudar o nosso povo em situações como esta", contou o cacique.
Na aldeia Córrego Grande vivem atualmente 75 famílias. Elas estão distribuídas em ocas feitas de madeira e palha, dormem em redes e contam apenas com uma escola indígena. A compra de mantimentos é feita com o auxílio de um ônibus terceirizado que busca os índios quatro vezes por mês e os leva até Rondonópolis.
Já a aldeia Galdino Pimentel abriga 40 pessoas em situação semelhante. "Para nós é uma grande conquista ter esses serviços, porque não temos acesso nem a outros lugares de Santo Antônio e com vocês aqui nos sentimos mais à vontade", frisou o cacique Marcelo Manambaro.
Atendimentos
Após um ano sem conseguir fazer uma consulta médica, o ancião da tribo de Córrego Grande, José Américo Cardoso, 86, foi levado até a sede do projeto, montada na escola da aldeia para uma avaliação. Por fumar cigarro de palha desde criança, o paciente apresentou pequenas complicações na respiração e dor muscular por conta do tabagismo. "Quem me segura é meu pai do céu. Quando fico doente ele é quem me ajuda", disse o idoso sobre não ter acompanhamento de saúde.
O ancião foi assistido pela médica Adriana Mucio, uma das voluntárias do projeto nesta edição. "Ele trabalhou a vida toda e tem uma saúde rígida apesar de fumar há muito tempo. A alimentação saudável também contribuiu para que vivesse bem. Como nessa idade é difícil parar de fumar e a dor que ele relatou não ser crônica, recomendamos um relaxante muscular".
Entre os casos que exigiram mais atenção dos médicos, está o do índio Wilson Aiepa, de 28 anos. Ele apresentou um ferimento nos dedos que não sara ou cicatriza mesmo com o uso de medicamentos. "Estou machucado há três meses, não sinto dor, mas o ferimento continua. Cheguei a ser atendido por outros médicos, mas não sabemos do que se trata", contou.
De acordo com o médico, José Alcântara Filgueira Júnior, a suspeita é de que o paciente tenha contraído Leishmaniose, uma doença transmitida por mosquito e que tem os cães como hospedeiro.
"Pelo o que podemos observar e avaliar, a lesão tem como características a Leishmaniose. O tratamento exige medicamento especifico e o diagnóstico é feito de forma complementar. Optamos por encaminhá-lo para um ambulatório de infectologia do Hospital Júlio Muller, que é referência em Cuiabá neste tipo de doença", explicou o médico.
Durante o projeto com os bororos foram contabilizados 45 atendimentos médicos e aplicadas 13 doses de vacinas contra Hepatite B, febre amarela, antitetânica, pneumocócica e meningite. Também foram feitos 28 cadastros do Bolsa Família.
O Ribeirinho Cidadão começou no dia 1o de fevereiro e segue até o dia 20 com serviços médicos e sociais em várias comunidades rurais carentes. Este projeto é resultado de uma parceria entre o Poder Judiciário, Defensoria Pública, Governo de Mato Grosso, Assembleia Legislativa, prefeituras e Marinha do Brasil, que estará presente na etapa fluvial da expedição.
http://www.mt.gov.br/noticias/-/asset_publisher/Hf4xlehM0Iwr/content/5800523-indios-bororos-recebem-atendimento-medico-e-assistencia-social-no-projeto-ribeirinho-cidadao/pop_up?_101_INSTANCE_Hf4xlehM0Iwr_viewMode=print&_101_INSTANCE_Hf4xlehM0Iwr_languageId=pt_BR
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