De Povos Indígenas no Brasil
News
Krenak ganham área em parque
17/12/2005
Autor: Mariana Ceratti
Fonte: Estado de Minas-Boelo Horizonte-MG
Os índios Krenak, que no dia 1º bloquearam a ferrovia Vitória-Minas, da
Companhia Vale do Rio Doce, saíram ontem da Funai, em Brasília, com a
promessa de que três de suas reivindicações serão atendidas. A primeira
delas é a demarcação de uma área de 1,8 mil hectares, no Parque Estadual
Sete Salões, à margem direita do Rio Doce, no Leste de Minas. "Essa é uma
região importantíssima para nós. Contém sete cavernas e pinturas rupestres
feitas pelos nossos antepassados", explicou o cacique Rondon Félix Krenak.
Ele e mais 11 índios, incluindo o assessor do governo de Minas para assuntos
indígenas, Aílton Krenak, se reuniram com representantes da Funai e também
se encontraram com executivos do Consórcio Aimorés, formado pela Vale do Rio
Doce e Cemig.
O consórcio se prepara para começar, em fevereiro, as operações da usina
hidrelétrica de Aimorés, cuja margem fica a 11 quilômetros da aldeia dos
Krenak. A usina, que terá uma área de 30 quilômetros quadrados , fica entre
os municípios de Resplendor, Itueta e Aimorés, próximo à divisa com o
Espírito Santo. Da área total, 15 quilômetros quadrados serão constituídos
pelo Rio Doce e o restante formado a partir de um alagamento.
Os Krenak alegam que não foram consultados antes da construção - cujo
licenciamento inicial foi feito pelo Ibama, em 1999 - e avaliam que a obra
tem impacto negativo para a população. Por esse motivo, os indígenas
ajuizaram uma Ação Civil Pública no Ministério Público de Minas, em 30 de
março. A ação determinou que o consórcio procurasse os Krenak e a Funai para
resolver a situação.
"Com a construção da hidrelétrica, o Rio Doce foi alterado. Os peixes, que
são tão importantes para os índios, diminuíram em quantidade. Isso atingiu a
cultura deles em seu âmago", disse o arcebispo dom Luciano Mendes de
Almeida, de Mariana. Ele participou, no começo do mês, das negociações para
o desbloqueio da ferrovia Vitória-Minas e esteve ontem em Brasília para
ajudar os indígenas no entendimento com a Funai e o consórcio Aimorés. Os
três grupos participantes da reunião discutiram medidas para compensar os
prejuízos que os indígenas julgam ter tido. Como medida emergencial, o
Aimorés prometeu depositar R$ 300 mil na conta da Associação Indígena Krenak
na terça-feira. O dinheiro, garantiu o cacique Rondon Krenak, deverá ser
usado na compra de ferramentas de agricultura e pesca.
Além disso, um antropólogo da Funai irá para a região em fevereiro para
avaliar as demandas sociais do povo Krenak e definir as atividades que podem
ser feitas para atendê-las. A partir disso, deve ser definida a verba que
vai ser destinada para compensar os indígenas.
"A região, no Parque Estadual Sete Salões, é importantíssima para nós, pois
tem cavernas e pinturas rupestres feitas por nossos antepassados" - Cacique
Rondon Félix Krenak
Companhia Vale do Rio Doce, saíram ontem da Funai, em Brasília, com a
promessa de que três de suas reivindicações serão atendidas. A primeira
delas é a demarcação de uma área de 1,8 mil hectares, no Parque Estadual
Sete Salões, à margem direita do Rio Doce, no Leste de Minas. "Essa é uma
região importantíssima para nós. Contém sete cavernas e pinturas rupestres
feitas pelos nossos antepassados", explicou o cacique Rondon Félix Krenak.
Ele e mais 11 índios, incluindo o assessor do governo de Minas para assuntos
indígenas, Aílton Krenak, se reuniram com representantes da Funai e também
se encontraram com executivos do Consórcio Aimorés, formado pela Vale do Rio
Doce e Cemig.
O consórcio se prepara para começar, em fevereiro, as operações da usina
hidrelétrica de Aimorés, cuja margem fica a 11 quilômetros da aldeia dos
Krenak. A usina, que terá uma área de 30 quilômetros quadrados , fica entre
os municípios de Resplendor, Itueta e Aimorés, próximo à divisa com o
Espírito Santo. Da área total, 15 quilômetros quadrados serão constituídos
pelo Rio Doce e o restante formado a partir de um alagamento.
Os Krenak alegam que não foram consultados antes da construção - cujo
licenciamento inicial foi feito pelo Ibama, em 1999 - e avaliam que a obra
tem impacto negativo para a população. Por esse motivo, os indígenas
ajuizaram uma Ação Civil Pública no Ministério Público de Minas, em 30 de
março. A ação determinou que o consórcio procurasse os Krenak e a Funai para
resolver a situação.
"Com a construção da hidrelétrica, o Rio Doce foi alterado. Os peixes, que
são tão importantes para os índios, diminuíram em quantidade. Isso atingiu a
cultura deles em seu âmago", disse o arcebispo dom Luciano Mendes de
Almeida, de Mariana. Ele participou, no começo do mês, das negociações para
o desbloqueio da ferrovia Vitória-Minas e esteve ontem em Brasília para
ajudar os indígenas no entendimento com a Funai e o consórcio Aimorés. Os
três grupos participantes da reunião discutiram medidas para compensar os
prejuízos que os indígenas julgam ter tido. Como medida emergencial, o
Aimorés prometeu depositar R$ 300 mil na conta da Associação Indígena Krenak
na terça-feira. O dinheiro, garantiu o cacique Rondon Krenak, deverá ser
usado na compra de ferramentas de agricultura e pesca.
Além disso, um antropólogo da Funai irá para a região em fevereiro para
avaliar as demandas sociais do povo Krenak e definir as atividades que podem
ser feitas para atendê-las. A partir disso, deve ser definida a verba que
vai ser destinada para compensar os indígenas.
"A região, no Parque Estadual Sete Salões, é importantíssima para nós, pois
tem cavernas e pinturas rupestres feitas por nossos antepassados" - Cacique
Rondon Félix Krenak
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