De Povos Indígenas no Brasil
The printable version is no longer supported and may have rendering errors. Please update your browser bookmarks and please use the default browser print function instead.
Notícias
Parceria entre Funai e Instituto Federal incentiva capacitação de indígenas Cinta Larga em Juína/MT
23/08/2018
Autor: Vagner Campos
Fonte: Funai http://www.funai.gov.br/
Para cerca de trinta jovens indígenas do povo Cinta Larga, em Juína, localizada no noroeste do Mato Grosso, a chance de estudar numa instituição federal ficou mais concreta. Isso porque, desde abril deste ano, o Projeto Prepara Cinta Larga, idealizado por um núcleo de professores do Instituto Federal do Mato Grosso em parceria com a Coordenação Técnica Local Juína I, tem fornecido ensino e treinamento para a realização das provas da entidade, nos níveis médio e superior, que ocorrerão em novembro.
Durante os encontros, promovidos em um fim de semana a cada mês, os jovens têm a oportunidade de familiarizar-se com a formatação do exame e seus respectivos conteúdos, mas não só isso. Trocas de vivências com docentes e alunos da escola são frequentes e enriquecedoras. Além disso, o projeto viabiliza o intercâmbio de experiências entre os próprios indígenas, que poucas vezes partilham do mesmo espaço de maneira leve e descontraída, em virtude de estarem em aldeias distantes umas das outras
A iniciativa foi idealizada a partir do diagnóstico realizado nas aldeias da etnia, que identificou uma crescente demanda desses jovens por qualificação. Paralelo a isso, a percepção dos professores de que as vagas reservadas para indígenas não estavam sendo ocupadas. Uma das coordenadoras do projeto, a professora e engenheira agrícola, Thaís Vasconcelos, falou um pouco sobre suas impressões.
"Trabalhar com os jovens Cinta Larga é uma experiência única. Eles são estudantes extremamente empenhados. Enquanto instituição, é nossa obrigação incluir todas e todos que querem estudar. A pluralidade de culturas é algo que também deve nortear a prática acadêmica. E essa prerrogativa não poderia acontecer de maneira mais satisfatória", disse a professora.
Para Ronaldo Xibebum, que pretende fazer o curso técnico de agropecuária, apesar do alto grau de dificuldade dos testes, o projeto é um ponto de partida fundamental para trazer melhorias à família e à etnia. "É um pouquinho difícil, mas é tentando que se consegue. Eu pretendo melhorar minha aldeia e as outras aldeias do meu povo. Quero fazer o curso de agropecuária para vender melhor o nosso produto, que hoje é a castanha, e melhorar nossas roças tradicionais. Quem sabe no futuro outros produtos também, como o óleo de copaíba. Eu quero que meu estudo sirva para melhorar a vida de todo mundo", afirmou.
Os jovens acordam bem cedo para, independentemente das dificuldades, estudarem por um futuro melhor. É o caso de Daniela, que já levou o filho de um ano, Bruno Apamakut, para acompanhá-la durante um dos encontros. Ela pretende cursar Administração no nível superior. "Meu desejo é dar continuidade a meus estudos, pois isso é muito importante. Vou aprender como dirigir uma pequena empresa, para que um dia a gente possa criar uma empresa para beneficiar e vender nossa castanha por um preço mais justo", relatou a jovem.
As aulas são realizadas, alternadamente, no instituto federal e na Aldeia Rio Seco, que fica a cerca de 90 quilômetros de Juína. "Mais do que um mero cursinho para o processo seletivo, o Prepara Cinta Larga tem como meta tornar o espaço do IF familiar aos indígenas. Acreditamos que a sensação de fazer parte desse meio, mesmo que de forma incipiente e gradual, é um componente potencializador para condicionar o ingresso desses jovens, visto que muitos deles sequer sabiam da existência dessa entidade e da consequente possibilidade de acessá-la. Fora isso, levar professores e técnicos do instituto à aldeia em projetos de extensão é uma maneira de fazer com que esses povos se sintam contemplados e visibilizados pelo Estado brasileiro, criando pontes que podem incentivar ainda mais essas pessoas", afirma Vagner Campos, coordenador técnico local das TIs Serra Morena e Parque Aripuanã.
http://www.funai.gov.br/index.php/comunicacao/noticias/5019-parceria-entre-funai-e-instituto-federal-incentiva-capacitacao-de-indigenas-cinta-larga-em-juina-mt
Durante os encontros, promovidos em um fim de semana a cada mês, os jovens têm a oportunidade de familiarizar-se com a formatação do exame e seus respectivos conteúdos, mas não só isso. Trocas de vivências com docentes e alunos da escola são frequentes e enriquecedoras. Além disso, o projeto viabiliza o intercâmbio de experiências entre os próprios indígenas, que poucas vezes partilham do mesmo espaço de maneira leve e descontraída, em virtude de estarem em aldeias distantes umas das outras
A iniciativa foi idealizada a partir do diagnóstico realizado nas aldeias da etnia, que identificou uma crescente demanda desses jovens por qualificação. Paralelo a isso, a percepção dos professores de que as vagas reservadas para indígenas não estavam sendo ocupadas. Uma das coordenadoras do projeto, a professora e engenheira agrícola, Thaís Vasconcelos, falou um pouco sobre suas impressões.
"Trabalhar com os jovens Cinta Larga é uma experiência única. Eles são estudantes extremamente empenhados. Enquanto instituição, é nossa obrigação incluir todas e todos que querem estudar. A pluralidade de culturas é algo que também deve nortear a prática acadêmica. E essa prerrogativa não poderia acontecer de maneira mais satisfatória", disse a professora.
Para Ronaldo Xibebum, que pretende fazer o curso técnico de agropecuária, apesar do alto grau de dificuldade dos testes, o projeto é um ponto de partida fundamental para trazer melhorias à família e à etnia. "É um pouquinho difícil, mas é tentando que se consegue. Eu pretendo melhorar minha aldeia e as outras aldeias do meu povo. Quero fazer o curso de agropecuária para vender melhor o nosso produto, que hoje é a castanha, e melhorar nossas roças tradicionais. Quem sabe no futuro outros produtos também, como o óleo de copaíba. Eu quero que meu estudo sirva para melhorar a vida de todo mundo", afirmou.
Os jovens acordam bem cedo para, independentemente das dificuldades, estudarem por um futuro melhor. É o caso de Daniela, que já levou o filho de um ano, Bruno Apamakut, para acompanhá-la durante um dos encontros. Ela pretende cursar Administração no nível superior. "Meu desejo é dar continuidade a meus estudos, pois isso é muito importante. Vou aprender como dirigir uma pequena empresa, para que um dia a gente possa criar uma empresa para beneficiar e vender nossa castanha por um preço mais justo", relatou a jovem.
As aulas são realizadas, alternadamente, no instituto federal e na Aldeia Rio Seco, que fica a cerca de 90 quilômetros de Juína. "Mais do que um mero cursinho para o processo seletivo, o Prepara Cinta Larga tem como meta tornar o espaço do IF familiar aos indígenas. Acreditamos que a sensação de fazer parte desse meio, mesmo que de forma incipiente e gradual, é um componente potencializador para condicionar o ingresso desses jovens, visto que muitos deles sequer sabiam da existência dessa entidade e da consequente possibilidade de acessá-la. Fora isso, levar professores e técnicos do instituto à aldeia em projetos de extensão é uma maneira de fazer com que esses povos se sintam contemplados e visibilizados pelo Estado brasileiro, criando pontes que podem incentivar ainda mais essas pessoas", afirma Vagner Campos, coordenador técnico local das TIs Serra Morena e Parque Aripuanã.
http://www.funai.gov.br/index.php/comunicacao/noticias/5019-parceria-entre-funai-e-instituto-federal-incentiva-capacitacao-de-indigenas-cinta-larga-em-juina-mt
As notícias publicadas no site Povos Indígenas no Brasil são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos .Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.