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UFF oferece aulas de guarani e yorubá

07/09/2018

Autor: THALITA PESSOA

Fonte: O Globo https://oglobo.globo.com/



O Programa de Línguas Estrangeiras Modernas (Prolem) da UFF oferece, desde o segundo semestre de 2017, os cursos de yorubá e guarani, num aceno da instituição acadêmica ao resgate da cultura da identidade brasileira conforme já previsto em leis de 2003 e 2008 que tornaram obrigatório o ensino de história e cultura afrobrasileira e indígena em todos os níveis de ensino no Brasil. Algo que se faz ainda mais necessário depois do incêndio que destruiu o Museu Nacional e, com ele, todo o acervo de linguística indígena. Estavam lá os cantos de línguas sem falantes vivos e o arquivo do etnólogo Curt Nimuendajú, incluindo o mapa étnico-histórico-linguístico original com a localização de todas as etnias do Brasil, um raro registro de 1945; referências arqueológicas desde o século XVI que simplesmente viraram pó. No Censo 2010, 900 mil brasileiros se declararam indígenas, falantes de 274 línguas e de 305 etnias.

A metodologia usada nos cursos da UFF tem viés cultural, já que tanto o guarani quanto o yorubá são ágrafos.

- Priorizamos a abordagem em que a língua é estudada de acordo com as metodologias para as línguas não maternas, mas especialmente como meio de expressão de universos culturais e paradigmas diferentes do europeu - explica Viviana Gelado, coordenadora pedagógica dos dois cursos.

Os professores são falantes nativos das línguas ou estudiosos, com formação acadêmica em áreas das ciências humanas. Caso de Vanderlei da Silva, que seria registrado em cartório como Veraxunu, se não houvesse, à época, impedimento de nomes civis indígenas. Dentro de sua comunidade e na sala de aula, porém, assim o chamam.

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- É uma experiência nova, já que é a primeira vez que dou aula numa universidade. É importante manter essa porta aberta, para mim e para os outros que me seguirão - diz ele, que também leciona na educação básica e é formado em Educação e História Intercultural Indígena pela Universidade Federal de Santa Catarina.

O yorubá, língua falada na Costa da Mina, é uma das mais comuns entre os alunos africanos que vêm ao Brasil e chegam à UFF, além de ser objeto de interesse de umbandistas e candomblecistas, devido aos cantos ritualísticos.



https://oglobo.globo.com/rio/bairros/uff-oferece-aulas-de-guarani-yoruba-23046751
 

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