De Povos Indígenas no Brasil
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Exposição em São Paulo mostra em fotos dia a dia dos índios ianomâmi
19/01/2019
Fonte: G1 - https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia
Rotina foi registrada pelas lentes da fotógrafa e ativista Claudia Andujar. A retrospectiva conta com 300 imagens e uma instalação.
Em SP, exposição de fotos mostra o cotidiano dos yanomami
Por Jornal Nacional
19/01/2019 21h16 Atualizado há 2 dias
Uma exposição em São Paulo mostra em fotos o dia a dia dos índios ianomâmi, que vivem no norte do país. Tudo foi registrado pelas lentes da fotógrafa suíça Claudia Andujar.
Cláudia Andujar passou a maior parte da vida diante da paisagem de São Paulo. Nascida na Suíça, ela chegou em 1955. Mas, durante quase 50 anos, dedicou o olhar de fotógrafa profissional a outra parte do Brasil, entre Amazonas e Roraima, o território dos índios ianomâmi.
"Lá eu me sentia em casa", diz ela.
Foi o que permitiu um registro único, definitivo, da vida ianomâmi: 40 mil fotos, 300 organizadas na exposição. Imagens que só a extrema intimidade permitiria: retratos individuais e cenas do cotidiano, caçadas na floresta, o interior das moradias, as malocas. Ela usava muita luz natural, mas também filme infravermelho, que gera efeitos, além de outras técnicas para captar um mundo cheio de rituais, muitos com o uso de plantas alucinógenas. Fotos com longas ou múltiplas exposições.
"Ela resolveu inventar uma forma de representar o mundo que é abstrato, que é o mundo espiritual ianomâmi, que você não enxerga. Aprendeu como que eles enxergavam esse mundo e começou a inventar uma forma fotográfica de representar isso", explica Thyago Nogueira, curador da exposição.
Numa segunda parte da exposição, as imagens são de impactos externos sobre o povo e o território ianomâmi, ainda nos anos 1970: o garimpo, os projetos de desenvolvimento do governo militar, como a construção de uma grande rodovia cortando a região. Coincidência ou não, a fotógrafa que estava registrando tudo isso chegou a ser expulsa e proibida de voltar à terra dos ianomâmi.
Mas não por muito tempo. E a partir daí o trabalho dela ganhou uma outra dimensão. Claudia ajudou a liderar o movimento pela demarcação da terra ianomâmi, que ganhou o mundo.
"Eu assumi tentar ajudar de maneira possível os ianomâmis para não morrerem".
De origem judaica, fugitiva da perseguição nazista na Europa, Claudia se identificou fortemente com o drama ianomâmi. As fotos ajudaram as equipes de saúde a cadastrar a população das aldeias. Os índios não tinham imunidade contra as doenças levadas pelos forasteiros, como o sarampo.
"Tinha aldeias que simplesmente sumiram, quer dizer, as pessoas morreram".
A luta pela demarcação durou 13 anos. Ela só foi oficializada em 1992.
"Valeu a pena? Se valeu. É a minha vida", declara a fotógrafa.
https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2019/01/19/exposicao-em-sao-paulo-mostra-em-fotos-dia-a-dia-dos-indios-ianomami.ghtml
Em SP, exposição de fotos mostra o cotidiano dos yanomami
Por Jornal Nacional
19/01/2019 21h16 Atualizado há 2 dias
Uma exposição em São Paulo mostra em fotos o dia a dia dos índios ianomâmi, que vivem no norte do país. Tudo foi registrado pelas lentes da fotógrafa suíça Claudia Andujar.
Cláudia Andujar passou a maior parte da vida diante da paisagem de São Paulo. Nascida na Suíça, ela chegou em 1955. Mas, durante quase 50 anos, dedicou o olhar de fotógrafa profissional a outra parte do Brasil, entre Amazonas e Roraima, o território dos índios ianomâmi.
"Lá eu me sentia em casa", diz ela.
Foi o que permitiu um registro único, definitivo, da vida ianomâmi: 40 mil fotos, 300 organizadas na exposição. Imagens que só a extrema intimidade permitiria: retratos individuais e cenas do cotidiano, caçadas na floresta, o interior das moradias, as malocas. Ela usava muita luz natural, mas também filme infravermelho, que gera efeitos, além de outras técnicas para captar um mundo cheio de rituais, muitos com o uso de plantas alucinógenas. Fotos com longas ou múltiplas exposições.
"Ela resolveu inventar uma forma de representar o mundo que é abstrato, que é o mundo espiritual ianomâmi, que você não enxerga. Aprendeu como que eles enxergavam esse mundo e começou a inventar uma forma fotográfica de representar isso", explica Thyago Nogueira, curador da exposição.
Numa segunda parte da exposição, as imagens são de impactos externos sobre o povo e o território ianomâmi, ainda nos anos 1970: o garimpo, os projetos de desenvolvimento do governo militar, como a construção de uma grande rodovia cortando a região. Coincidência ou não, a fotógrafa que estava registrando tudo isso chegou a ser expulsa e proibida de voltar à terra dos ianomâmi.
Mas não por muito tempo. E a partir daí o trabalho dela ganhou uma outra dimensão. Claudia ajudou a liderar o movimento pela demarcação da terra ianomâmi, que ganhou o mundo.
"Eu assumi tentar ajudar de maneira possível os ianomâmis para não morrerem".
De origem judaica, fugitiva da perseguição nazista na Europa, Claudia se identificou fortemente com o drama ianomâmi. As fotos ajudaram as equipes de saúde a cadastrar a população das aldeias. Os índios não tinham imunidade contra as doenças levadas pelos forasteiros, como o sarampo.
"Tinha aldeias que simplesmente sumiram, quer dizer, as pessoas morreram".
A luta pela demarcação durou 13 anos. Ela só foi oficializada em 1992.
"Valeu a pena? Se valeu. É a minha vida", declara a fotógrafa.
https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2019/01/19/exposicao-em-sao-paulo-mostra-em-fotos-dia-a-dia-dos-indios-ianomami.ghtml
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