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Ativismo político deu mais visibilidade a mulheres indígenas, diz antropóloga
21/01/2020
Autor: Elcio Ramalho
Fonte: RFI - http://www.rfi.fr/br
Em uma palestra em Paris, a antropóloga e linguista Bruna Franchetto, professora do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro, destacou os avanços da presença feminina indígena nos espaços públicos no Brasil.
Bruna Franchetto integrou o painel de especialistas convidados para participarem de uma jornada intitulada "Líderes e diplomatas - Arte da palavra e políticas autóctones", no Collège de France.
Durante sua palestra "No Brasil de Bolsonaro: a primavera das mulheres indígenas", a antropóloga destacou o papel crescente das lideranças indígenas femininas que, segundo ela, ganhou maior visibilidade dentro e também fora do país desde a campanha eleitoral que levou ao poder uma política que ela cataloga como "no mínimo, adversa" aos direitos dos povos nativos do país.
"Neste contexto de uma mudança radical na relação entre o Estado, e especificamente de um governo, com sua política adversa e difícil em relação às populações indígenas, ressaltei a participação e a presença inédita das mulheres indígenas e de suas associações neste processo de tomada de palavra, de protesto, de resistência e resiliência às investidas agressivas de um governo substancialmente anti-indígena", explicou em entrevista à RFI.
Ativismo político não é recente
O ativismo político das mulheres não é recente, tem um histórico ligado à Apib (Associação dos Povos indígenas do Brasil) e à Coiab (Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia), mas ganhou muito mais visibilidade a partir da campanha eleitoral de 2018, até na esfera internacional.
Além da recrudescência campanha eleitoral, a candidatura inédita de Sonia Guajajara à vice-presidência do país na chapa com Guilherme Boulos, a primeira de uma indígena ao cargo, foi um marco na história política, destaca Bruna Franchetto. "Sabíamos que era quase impossível ela ganhar, mas sob o ponto de vista de afirmação política foi muito importante e interessante em um país como o Brasil", observa.
As eleições também permitiram que pela primeira vez uma mulher indígena, a advogada Joenia Wapichana (Rede -RR) fosse eleita deputada federal. "As mulheres foram mostrando mais a cara publicamente", ressalta.
No entanto, lembra a antropóloga e linguista, as mulheres indígenas se fizeram ainda mais presentes durante o Acampamento Terra Livre, em abril de 2019, em Brasília.
"Suas vozes foram extremamente fortes. A ocupação dos ministérios em Brasília, lembrando inclusive a repressão que teve no Acampamento Terra Livre anterior, foi não apenas simbolicamente, mas politicamente muito marcante. O Acampamento começou com o 1o Fórum das Mulheres Indígenas. E a ideia é ocupar cada vez mais os espaços públicos no país", destaca.
Veja abaixo a íntegra da entrevista em vídeo:
https://www.youtube.com/watch?v=-JskTWS3FJ0&feature=emb_logo
http://www.rfi.fr/br/brasil/20200120-elei%C3%A7%C3%B5es-de-2018-deram-mais-visibilidade-para-ativismo-de-mulheres-ind%C3%ADgenas-diz-ant
Bruna Franchetto integrou o painel de especialistas convidados para participarem de uma jornada intitulada "Líderes e diplomatas - Arte da palavra e políticas autóctones", no Collège de France.
Durante sua palestra "No Brasil de Bolsonaro: a primavera das mulheres indígenas", a antropóloga destacou o papel crescente das lideranças indígenas femininas que, segundo ela, ganhou maior visibilidade dentro e também fora do país desde a campanha eleitoral que levou ao poder uma política que ela cataloga como "no mínimo, adversa" aos direitos dos povos nativos do país.
"Neste contexto de uma mudança radical na relação entre o Estado, e especificamente de um governo, com sua política adversa e difícil em relação às populações indígenas, ressaltei a participação e a presença inédita das mulheres indígenas e de suas associações neste processo de tomada de palavra, de protesto, de resistência e resiliência às investidas agressivas de um governo substancialmente anti-indígena", explicou em entrevista à RFI.
Ativismo político não é recente
O ativismo político das mulheres não é recente, tem um histórico ligado à Apib (Associação dos Povos indígenas do Brasil) e à Coiab (Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia), mas ganhou muito mais visibilidade a partir da campanha eleitoral de 2018, até na esfera internacional.
Além da recrudescência campanha eleitoral, a candidatura inédita de Sonia Guajajara à vice-presidência do país na chapa com Guilherme Boulos, a primeira de uma indígena ao cargo, foi um marco na história política, destaca Bruna Franchetto. "Sabíamos que era quase impossível ela ganhar, mas sob o ponto de vista de afirmação política foi muito importante e interessante em um país como o Brasil", observa.
As eleições também permitiram que pela primeira vez uma mulher indígena, a advogada Joenia Wapichana (Rede -RR) fosse eleita deputada federal. "As mulheres foram mostrando mais a cara publicamente", ressalta.
No entanto, lembra a antropóloga e linguista, as mulheres indígenas se fizeram ainda mais presentes durante o Acampamento Terra Livre, em abril de 2019, em Brasília.
"Suas vozes foram extremamente fortes. A ocupação dos ministérios em Brasília, lembrando inclusive a repressão que teve no Acampamento Terra Livre anterior, foi não apenas simbolicamente, mas politicamente muito marcante. O Acampamento começou com o 1o Fórum das Mulheres Indígenas. E a ideia é ocupar cada vez mais os espaços públicos no país", destaca.
Veja abaixo a íntegra da entrevista em vídeo:
https://www.youtube.com/watch?v=-JskTWS3FJ0&feature=emb_logo
http://www.rfi.fr/br/brasil/20200120-elei%C3%A7%C3%B5es-de-2018-deram-mais-visibilidade-para-ativismo-de-mulheres-ind%C3%ADgenas-diz-ant
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